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Tema de Redação da UFRGS de 2021 – Mudanças climáticas e direitos humanos

O tema de redação da UFRGS de 2021, acesso 2022, foi “Mudanças climáticas e direitos humanos”.

REDAÇÃO
Considere, abaixo, parte da entrevista da ex-presidente da Irlanda e Alta Comissária das Nações
Unidas para os Direitos Humanos, Mary Robinson, publicada no Jornal Valor Econômico, em 2016, e
aqui reproduzida a partir do site https://www.fronteiras.com/.
Nessa entrevista, a ex-presidente aborda o tema “Mudanças climáticas e direitos humanos”.
Por que as mudanças climáticas são uma questão de direitos humanos?
M.R.: Porque estão corroendo uma série de direitos, particularmente os sociais. Direito à alimentação,
à água. E também estão corroendo a saúde, tirando as pessoas de seus lugares. Existe uma grande
injustiça nas mudanças climáticas, porque afetam comunidades pobres e países pobres que não são
responsáveis pelas emissões de gases.
Por que o maior impacto sobre as pessoas pobres não ganha evidência?
M.R.: Acho que as pessoas não têm uma compreensão completa em relação a isso. E também não
se sentem suficientemente responsáveis. Temos que trazer à luz a injustiça da mudança climática e
torná-la mais visível.
[…] E o aspecto financeiro? Nem todos concordam em financiar as mudanças necessárias.
M.R.: Precisamos ver as finanças climáticas como uma forma de deixar o mundo mais seguro para
todos, fornecendo tecnologia e investimentos aos países em desenvolvimento para uma transição bem
rápida para a energia renovável.
[…] Governos e líderes empresariais parecem muitas vezes mais interessados no aspecto
econômico. Como incluir as pessoas nas soluções?
M.R.: Foi por isso que criei minha fundação, que é voltada à justiça climática. Precisamos colocar as
pessoas no centro de todas as ações relacionadas ao clima, ou iremos cometer erros. Por exemplo,
em 2007, 2008, havia um grande movimento para transformar o milho em etanol nos Estados Unidos.
Isso fez com que os preços de alimentos subissem e foi muito ruim para as comunidades pobres.
Tenho ouvido cada vez mais sobre grandes projetos, grandes hidrelétricas, florestamento que tentam
ser positivos para o clima, mas não são bons para os pequenos proprietários de terra, atropelam os
direitos dos povos indígenas, das pessoas pobres. Isso não é aceitável.
Como a senhora vê os direitos humanos atualmente?
M.R.: É difícil responder globalmente. Há uma preocupação com o que é descrito como o fechamento
de espaço para ação da sociedade civil. Em outras palavras, é mais difícil para a sociedade civil ser
influente. A chamada guerra contra o terror tem feito até protestos legítimos serem caracterizados como
terrorismo. E há um grande movimento para proibir ou reduzir a ação das ONGs. Muitos países estão
suspendendo o financiamento externo para as organizações não governamentais. E se não conseguem
recursos do exterior é muito mais difícil para elas financiarem suas atividades que são responsabilizar os
governos pela garantia de direitos humanos… É um grande problema, há muitos mais.
[…] As mudanças climáticas podem gerar refugiados do clima?
M.R.: Tenho certeza de que veremos o clima como fator de deslocamento das pessoas, porque estão
sofrendo com secas severas, inundações severas. Há estimativas de que em 2050 poderemos ter algo
entre 50 e 200 milhões de refugiados do clima. Nem podemos chamá-los de refugiados, porque eles
não têm esse status.
Como a senhora vê a atual situação?
M.R.: Falamos sobre direitos humanos e sobre problemas do clima e isso pode ser deprimente. Esses
problemas são muito sérios. Acredito que existem duas formas de olhar para isso.
Uma é ver o quanto isso é ruim e descrever o quanto isso é ruim. E tudo fica muito negativo, não há
energia, não há oxigênio para fazer nada. A outra é ver que a situação é difícil, mas que há pessoas
corajosas lutando contra isso e que podemos tentar ajudá-las.

Eu sempre pego emprestada uma expressão do meu amigo arcebispo Desmond Tutu. Estivemos em um painel em Nova Iorque, há alguns anos, com pessoas jovens, e ele fica muito entusiasmado quando está com jovens. Havia lá uma jornalista que, de forma até um pouco ríspida, perguntou a ele como se mantinha otimista. E ele respondeu: “Minha cara, não sou um otimista, sou um prisioneiro da esperança”. Isso foi profundamente importante para mim. Você precisa ter esperança, que é a energia para fazer mudanças. Adaptado de: . Como você pode perceber, a ex-presidente da Irlanda tem opiniões claras a respeito do impacto que as mudanças climáticas têm na vida das pessoas. Ela, em sua argumentação, apresenta aspectos relativos às mudanças climáticas e à consequente ameaça aos direitos humanos. A partir disso, considere a seguinte situação. Você já é aluno universitário e é finalista, juntamente com mais dois colegas, de um projeto de sua Universidade que proporciona a jovens estudantes debater presencialmente com grandes personalidades do mundo. Neste ano, a personalidade que debaterá com um aluno será a expresidente Mary Robinson. Na verdade, apenas um dos três finalistas terá a incumbência de discutir com ela. O escolhido será aquele que convencer um grupo de jurados, formado por alunos e professores, de que tem as ideias mais bem fundamentadas a respeito do assunto a ser debatido e de que tem opiniões bem claras e definidas acerca do que pensa a ex-presidente. Para definir quem será o escolhido entre os três finalistas, os jurados determinaram que cada um deverá escrever um texto dissertativo a respeito das ideias da ex-presidente na entrevista. Esse texto será lido, em voz alta, em uma sessão em que os jurados estarão presentes. Você deverá, portanto, escrever o seu texto e lê-lo para os jurados. Lembre-se de que esses jurados vão escutá-lo e vão comparar o seu texto aos dos outros dois alunos que também gostariam de estar frente à ex-presidente para, com ela, debater. A partir dessa comparação, os jurados escolherão quem será o aluno que representará sua Universidade no debate com a grande pensadora. Em resumo, você deverá escrever uma dissertação que, ao ser lida perante o grupo de jurados, deve apresentar claramente seu ponto de vista sobre as ideias de Mary Robinson expressas na entrevista publicada no jornal. Essa redação deve convencer os jurados de que você é a pessoa certa para representar sua Universidade nesse grande evento. Para fazer o seu texto, recomendamos que você: a) seja claro ao apresentar seu ponto de vista sobre as ideias defendidas pela expresidente na entrevista; b) construa argumentos bem fundamentados, de modo que possam convencer os jurados de que você é a pessoa ideal para debater com a pensadora. Bom trabalho! Instruções A versão final do seu texto deve: 1 – conter um título na linha destinada a esse fim; 2 – ter a extensão mínima de 30 linhas, excluído o título – aquém disso, seu texto não será avaliado –, e máxima de 50 linhas. Segmentos emendados, ou rasurados, ou repetidos, ou linhas em branco serão descontados do cômputo total de linhas. 3 – ser escrita, na folha definitiva, com caneta e em letra legível, de tamanho regular.

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Todos os Temas de Redação da UFRGS – Desde 2014

O vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul tem a tendência de pedir uma redação a ser escrita pelos candidatos.

O vestibular possui o ano de edição referente ao ano de entrada à universidade, ou seja, quem faz o vestibular no ano de 2024, vai se aplicar para a UFRGS 2025.

A seguir, confira quais foram os temas de redação já cobrados pelo vestibular.

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2024 Redação UFRGS UFRGS UFRGS 2024 Acesso 2025 Vestibulares 2024

UFRGS 2024 Acesso 2025 – Redação – Sugestão de Roteiro de Estudos

Abril = como escrever uma introdução com e sem repertório, quais são os elementos de um parágrafo de introdução, como usar as palavras do tema, como fazer a conexão do repertório com a realidade do tema e criar teses a partir dos textos motivadores (Sugestão de tema para praticar: UFRGS de 2021 – Mudanças climáticas e direitos humanos)

Maio = como escrever um parágrafo de desenvolvimento com repertório dos textos motivadores, entendendo como fazer o tópico frasal, explicação e justificação (Sugestão de tema para praticar: UFRGS de 2022 – O apagamento das mulheres na história e o direito à memória)

Junho = como escrever uma conclusão, conectando os repertórios com a discussão, justificando e explicando (Sugestão de tema para praticar: UFRGS de 2018 – Os adolescentes que merecemos)

Julho = Férias

Agosto = Como lidar com temas para concordar com o texto(Sugestão de tema para praticar: UFRGS de 2019 – A música brasileira está pior?)

Setembro = Como lidar com temas para discordar (Sugestão de tema para praticar: UFRGS de 2017 – ”Pai da Pátria” e a relação do brasileiro com o Brasil)

Outubro = Escrever os últimos temas de redação da UFRGS (totalizando 3 temas / 1 redação a cada 2 semanas (total de 15 redações em 30 semanas)

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Tema de Redação da UFRGS de 2023 – “Qual História pode e deve ser ensinada?”

O tema de redação da UFRGS do ano de 2023 e acesso 2024 foi “Qual História pode e deve ser ensinada?”. O tema tinha como base o texto motivador com o título “Deixem a História em paz” de Jaime Pinsky. Baseado na leitura, você deveria escrever um texto que concorda ou discorda dos pontos apresentados do texto e que deveria ser lido em um grupo de discussão sobre o ensino de História na escola entre pais, alunos e professores.

Você pode conferir as instruções e o texto motivador neste link ou vê-los a seguir:

Em junho de 2022, Jaime Pinsky, historiador, editor, professor Titular de História da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Livre Docente pela Universidade de São Paulo (USP), publicou um texto no Jornal Correio Braziliense, em que apresenta seu entendimento a respeito da História e do ofício do historiador. Leia o texto abaixo.

Deixem a História em paz
Se as lições da História fossem claras, Solano Lopez não seria considerado herói no Paraguai e bandido no Brasil, e Duque de Caxias não seria cultuado no Brasil e considerado um carrasco sanguinário no país vizinho. Ouço, em conversas informais, médicos, advogados, economistas e administradores de sucesso me informando (consolando?) que pensaram em estudar História, admiram muito os historiadores e gostam das lições que ensinam. Sinto decepcioná-los, meus caros, mas história não é para amadores. Na verdade, a maioria nem sequer tem ideia do que é História, embora todos se sintam no direito (obrigação?) de palpitar sobre o assunto, e até de exigir a troca de professores em muitas escolas.
Mas vamos por partes. Sim, senhores, História é uma área de conhecimento que nos toca profunda e diretamente, não é aquela coisa idiota e decorativa (nos dois sentidos) ensinada em meados do século passado no Brasil e em muitas escolas de primeiro mundo até hoje. Basta examinar livros didáticos, supostamente de História, em escolas públicas nos EUA: não passam de compêndios parecidos com listas dos infindáveis presidentes americanos e alguns cidadãos de destaque, algo sobre suas vidas, outro tanto sobre suas obras e poucas e até nenhuma palavra sobre as sociedades em que atuaram, a condição das minorias, a democracia na prática (não só a democracia formal), o papel das mulheres, a vida dos indígenas, dos negros, dos imigrantes e assim por diante.
História não é a narrativa, ou uma narrativa, nem qualquer narrativa sobre coisas que aconteceram. História implica se apropriar do passado a partir do presente. Se um estudioso de qualquer época e de qualquer tema do passado decide pesquisar algum fato que tenha acontecido, ele vai, obrigatoriamente, olhar esse passado a partir do seu presente. E seu presente, o ponto de vista a partir do qual ele se dá conta daquilo que aconteceu, será, hoje, diferente do ponto de vista de alguém que estudou esse passado há, por exemplo, um século. Um elefante será sempre um elefante, mas se o ponto de vista levar o observador a conhecer o elefante pela frente, ele poderá ver uma tromba enorme, mas se o enxergar por trás, verá apenas um rabinho. Deixando a zoologia de lado, é evidente que não se pode deixar de considerar a historicidade do próprio historiador.
Uma historiadora que se debruce hoje sobre a história das mulheres no período colonial brasileiro será levada a fazer investigações que outra, vivendo um século atrás, não terá feito. O comportamento, a prática social, a relação que as mulheres têm com o próprio corpo, a moral sexual, os objetivos profissionais, até mesmo seus anseios e sonhos têm a ver com sua realidade econômica, política, religiosa. Mulheres da Arábia Saudita só receberam autorização para dirigir veículos há poucos anos e isso, seguramente, pode parecer revolucionário para moradoras de países vizinhos, algumas ainda sujeitas a imposições machistas vestidas de dogmas de fé.
Mas a coisa toda parecerá um arcaísmo insuportável em sociedades que superaram esse dilema há muitas décadas. O historiador precisa ter sensibilidade e conhecimento empírico e teórico para pesquisar, entender e apresentar a questão. História não é para amadores. Uma questão precisa ficar clara: História não tem partido, não é de esquerda, nem de direita. Quem trabalha com ela precisa utilizar todas as técnicas que aprendeu, na faculdade ou fora dela, para não confundir a atividade docente com um espaço de pregação política. Seu compromisso, como docente, é com o conhecimento histórico estabelecido a partir de pesquisas feitas por gente séria.
Hoje, temos centenas de cursos de história no país, com gente boa se formando em muitos lugares. Temos também livros sérios que apresentam questões fundamentais da história com linguagem acessível a professores e alunos. Buscar obras de qualidade para ter bons pontos de partida é uma atitude necessária para não transformar a sala de aula em campo de batalha, ou palanque político. Por outro lado, cabe aos dirigentes educacionais oferecer suporte aos seus docentes. Tenho visto um movimento inaceitável de pais de alunos querendo interferir em programas de curso, em abordagens de temas sensíveis, chegando até a instrumentalizar seus filhos para questionarem de modo grosseiro os professores quando estes não apresentam abordagem histórica que os interessa.
Ler para os filhos, ler com os filhos, ler para dar exemplo aos filhos é, sem dúvida, uma forma melhor de ajudar o processo educacional do que insurgi-los contra os professores de História. Pedir para que as escolas cuidem mais da iniciação científica de seus alunos, para que o país tenha ainda alguma chance de chegar a um patamar que desejamos, é outra. É só querer ajudar de verdade.

PINSKY, J. Deixem a História em paz. Disponível em: . Acesso em: 27 set. 2023.

O texto é claro: o Professor Pinsky é contundente em defender seu ponto de vista, especialista que é em sua área do conhecimento. Podemos, a partir da leitura de suas ideias, destacar um conjunto de argumentos que o levam a defender suas opiniões; e isso não apenas sobre a História narrada em livros, mas também sobre o papel que têm, na construção dessa narrativa, a escola, os alunos, os pais de alunos e a comunidade em geral.
Agora, considere a seguinte situação.
Você está no último ano do ensino médio e faz parte de um grupo formado por pais, alunos e professores cuja função é debater o futuro do ensino na sua escola. Desta vez, o ensino da História será o grande tema de discussão: Que História pode e deve ser ensinada?
Esse assunto tem grande relevância, porque ele faz pensar sobre o nosso passado e o nosso presente; ele também faz refletir sobre manifestações de preconceito, de intolerância, de autoritarismo, de racismo e de tantas outras formas de discriminação. Uma boa discussão a respeito de tudo isso faz ver e entender melhor nossa conexão com a História da humanidade, o que inclui avaliar nossas ações, tanto positivas quanto negativas. A partir disso, podemos criar sociedades mais equitativas, justas e inclusivas.
O texto “Deixem a História em paz” certamente é um bom ponto de partida para o debate sobre o futuro do ensino de História em sua escola e, por isso, foi apresentado ao grupo do qual você faz parte, como forma de dar início à conversa.
Após a leitura feita pelo grupo, decidiu-se que algumas pessoas deveriam apresentar uma opinião fundamentada sobre as ideias veiculadas pelo texto do Professor. Você está entre as pessoas escolhidas. O conjunto dessas opiniões conduzirá o grupo a levar em conta, ou não, o texto como um parâmetro.
Como um dos escolhidos, você foi encarregado de dissertar sobre as ideias do texto “Deixem a História em paz”, de Jaime Pinsky. Nessa dissertação, você deverá apresentar ao grupo o seu ponto de vista a respeito dos argumentos expostos pelo historiador. A sua dissertação será lida perante o grupo e, certamente, será levada em conta para auxiliar a balizar o futuro do ensino de História em sua escola.
Lembre bem: você terá a oportunidade de opinar sobre algo que pode ter grande impacto na sua escola, o que pode incluir outras disciplinas do currículo e, na formação da cidadania de seus colegas.
Bom trabalho!