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Tema de Redação da UEA de 2021 – “Floresta Amazônica: Entre os Benefícios do Agronegócio e os Malefícios do Desmatamento”

O tema de redação da UEA de 2021 foi “Floresta Amazônica: entre os benefícios do agronegócio e os malefícios do desmatamento”. A seguir, você pode acompanhar os textos motivadores do tema da UEA 2022, realizada no ano de 2021. Você pode conferir os textos motivadores neste link ou vê-los na íntegra abaixo.

Texto 1

O agronegócio (1) surpreendeu em 2020. O setor teve um crescimento de 24,31% no número de contratações em relação a 2019 e bateu recorde com cerca de 62 mil novos empregos com carteira assinada, em um ano em que a taxa de desemprego chegou a 14,1%, segundo o IBGE. A área com maior número de contratações foi a da agricultura, seguida pela de criação de gado e de aves.
Para a professora Elaine Toldo Pazello, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da Universidade de São Paulo (USP), a razão desse aumento no número de contratações foi a alta nas exportações de grãos em 2020, “explicadas pela desvalorização da nossa moeda e valorização do dólar”.
De acordo com Borges Matias, professor de Administração Financeira, aposentado pela FEA-RP, o crescimento do setor tem sido grande, gerando não só empregos, mas também a criação de novas tecnologias e mais especializações na área. A previsão para 2021 é positiva, diz o professor, e pode transformar o Brasil no maior exportador de grãos do mundo nos próximos dois anos.

(Léia Coelho. “Agronegócio surpreende e bate recorde no número de contratações em 2020”. https://jornal.usp.br, 25.03.2021. Adaptado.) (1) agronegócio: todas as atividades econômicas que se relacionam com a produção e a comercialização de produtos derivados da agricultura e da pecuária.

Texto 2

Cinco estados brasileiros enfrentam o que já é considerada a pior seca em 91 anos. O déficit de chuvas atual já é considerado severo, segundo o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM), que representa o comitê de órgãos do governo federal. O alerta emitido vale para os estados que se localizam na bacia do Rio Paraná: São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Paraná. Mas por que tem chovido menos?
De acordo com o cientista Paulo Artaxo, doutor em física atmosférica pela Universidade de São Paulo (USP) e estudioso da Amazônia há 37 anos, “estamos em uma trajetória que está colocando em xeque a economia brasileira. A economia quase que exclusivamente baseada em carne e soja pode não ser mais viável em 10 anos. Qual é o futuro do Brasil que queremos? O futuro como exportadores de carne e soja está comprometido”, afirma.
O desmatamento da Amazônia é uma das causas para chover menos na região central do Brasil. Uma das provas disso aconteceu em agosto de 2019, quando uma chuva preta caiu na capital paulista e o dia “virou noite”. Na época, a fumaça proveniente de queimadas na região amazônica, dos estados do Acre e Rondônia e da Bolívia, chegou a São Paulo pela ação dos ventos, o que causou a chuva preta e a escuridão na capital.
Esses ventos que muitas vezes trazem chuva para São Paulo vêm da região equatorial do Oceano Atlântico e são chamados de ventos alísios. Eles trazem a umidade do oceano no sentido leste a oeste e, chegando na Amazônia, essa umidade se precipita em forma de chuva. Essa chuva hidrata o solo e é absorvida pelas raízes mais profundas das grandes árvores, que são essenciais nesse processo. As árvores drenam a umidade e, por meio da transpiração, devolvem a umidade para o ar, de forma que o ciclo de umidade e chuva vai se repetindo levado pelos ventos, de acordo com Pedro Luiz Cortês, professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP. “A soja ou a pastagem, por exemplo, não têm raízes profundas e não conseguem desempenhar o mesmo papel. Com a intensificação do desmatamento, a floresta corre o risco de entrar em um ciclo em que perde a capacidade de manutenção da umidade atmosférica e esse processo pode tornar-se irreversível”, explica.
Mesmo que a floresta seja restaurada, demoram-se anos para que as árvores criem raízes profundas para desempenhar o mesmo papel das que vêm sendo devastadas. Uma plantação de soja não desempenha o mesmo papel da floresta nativa.

(Bárbara Muniz Vieira. “Entenda por que está chovendo menos no Brasil e se há risco de nova crise hídrica em SP”. https://g1.globo.com, 14.06.2021. Adaptado.)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

Floresta Amazônica: entre os benefícios do agronegócio e os malefícios do desmatamento

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2023 Redação UEA Redação UEA SIS 2 Redação UEA SIS 3 UEA

UEA 2024 – Sugestões de temas de redação para estudar

Visando ajudar os alunos com a redação da UEA no ano de 2023 para a UEA edição 2024, tanto Macro quanto SIS, fiz uma coletânea de 3 eixos temáticos com 9 temas. Obviamente, quero deixar claro que acho muito mais valioso saber como argumentar é muito melhor do que saber de um tema de antemão.

Veja os eixos temáticos e os temas:

  • 1. Eixo de educação

– O aumento do analfabetismo na sociedade brasileira: entre a culpa do Estado e da sociedade

Texto para leitura:

Em 8 de setembro comemora-se o Dia Mundial da Alfabetização. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), com o objetivo de ressaltar a importância da alfabetização para o desenvolvimento social e econômico mundial. 

Alfabetizar todos os brasileiros desde o início de sua trajetória escolar é um dos maiores desafios político-educacionais do Brasil. Por essa razão, o Governo Federal criou, em janeiro de 2019, a Secretaria de Alfabetização (Sealf), do Ministério da Educação, e instituiu, em abril do mesmo ano, por meio do Decreto nº 9.765, de 11 de abril de 2019, a Política Nacional de Alfabetização (PNA). 

As ações realizadas pela Secretaria de Alfabetização do Ministério da Educação, em atendimento à PNA, focam na participação de docentes, famílias, escolas, redes de ensino e do poder público, visando à elevação da qualidade da alfabetização e ao combate do analfabetismo em todo o território brasileiro.

Sabendo que a aprendizagem da linguagem oral, da leitura e da escrita começa em casa, na convivência entre pais e filhos e seguindo as diretrizes da PNA, o Ministério da Educação, por meio da Sealf, lançou o programa Conta pra Mim, que tem como objetivo a ampla promoção da Literacia Familiar. (Fonte: Site do Governo Federal, 08/09/2022)

– Negros são maioria em universidades: as cotas devem deixar de existir?

“É a primeira vez que temos mais pretos e pardos nas universidades públicas do que brancos. Isso mostra um acerto da política de cotas, mas ainda há avanços que precisam ser conquistados“, avaliou o pesquisador Cláudio Crespo, do IBGE.
No mercado de trabalho, no entanto, 64,1% dos desempregados eram negros ou pardos em 2018, e 66,1% eram subutilizados (trabalhavam menos horas do que gostariam). Além disso, somente 29,8% dos negros ou pardos ocupavam cargos gerenciais, e dos 10% mais pobres do país, 75,2% eram negros ou pardos. O levantamento também apontou que os índices de violência aumentaram em 2017 para negros e pardos. Negros e pardos também são sub-representados no Parlamento brasileiro, de acordo com a pesquisa do IBGE. Apesar de representarem 55,9% da população brasileira, o Congresso tinha apenas 24,4% de negros ou pardos em 2018. “Esse é um espaço importante para tomada de decisões, de poder, e, nesse espaço, pretos e pardos estão sub-representados. Quanto maior a esfera de poder, menor a representação“, disse Crespo. “O que pode impulsionar uma campanha é a capacidade de financiamento, e quando se desagrega as campanhas se vê que aqueles candidatos que tiveram ao menos 1 milhão (de reais) de recursos para para a campanha, aí se tem menos pretos e pardos”. (Fonte: Site da UOL Economia, 13/11/2019)

– Desempregados com diplomas: entre o sucateamento do ensino superior e a especialização do trabalho

A culpa não é só da crise econômica, que levou o desemprego a 11,8% no terceiro trimestre deste ano, segundo o IBGE, mas do perfil dos recém-formados. Eles se concentram em poucas áreas e, quando buscam uma vaga, percebem que não há tanto espaço para as mesmas funções.
Os números de 2014, os mais recentes disponíveis, mostram que 80% dos formandos estudavam em seis ramos: comércio e administração; formação de professor e ciências da educação; saúde; direito; engenharia e computação. Ao olhar o que faziam os trabalhadores com ensino superior, o professor notou que os cargos não existiam na mesma proporção dos diplomas.
Para a professora Elisabete Adami, da Administração da PUC-SP, esse objetivo está ligado à ideia de que o diploma basta para ganhar mais. (Fonte: Site da BBC, 4/11/2016)

  • 2. Eixo de saúde

– O movimento antivacina é passageiro?

A história do movimento antivacina, de fato, é anterior ao desenvolvimento dos primeiros imunizantes e está associada a epidemias de varíola. Nos tempos antigos, a simples visão de pacientes com varíola causava medo e pânico. Era uma doença perigosa.
Vários líderes religiosos acreditavam que a varíola era uma punição de Deus e não deveria ser tratada. Alguns médicos se opuseram ao conceito de vacinação de Jenner. Foi nessa época que o movimento antivacinação começou a surgir, opondo-se aos Jennerites – seguidores do médico. As partes em conflito publicaram panfletos e tentaram usar jornais e tirinhas para ridicularizar seus oponentes.
No Brasil, o medo e a desinformação sobre a imunização, além de questões políticas, foram os combustíveis para a chamada Revolta da Vacina, entre 10 e 16 de novembro de 1904.
Em 1995, Andrew Wakefield, professor e consultor em gastroenterologia em uma escola de medicina em Londres, publicou um artigo na principal revista médica The Lancet, dizendo que a vacina contra o sarampo poderia causar a doença de Crohn (inflamação dos intestinos). Pesquisadores criticaram sua metodologia e descobriram que nem o sarampo nem a vacina contra o sarampo causaram a doença. Em janeiro de 2010, o Conselho Médico Geral do Reino Unido considerou Wakefield culpado de desonestidade e irresponsabilidade e de realizar procedimentos de que seus pacientes não precisavam (por exemplo, o médico realizou uma colonoscopia em crianças que os colegas julgaram desnecessária). (Fonte: Site da BBC, 15/01/2022)

– Uso de protetor solar: entre a ascensão de uma geração informada e os efeitos da falta de hábito da antiga geração

O sol pode ter um efeito muito negativo na pele, pois tem o potencial de danificar nossas células, o que pode levar a alguns tipos de câncer. Para minimizar os impactos dos raios ultravioleta (UV), existem os protetores e bloqueadores solares, além de roupas com ação antirradiação. Expor ao sol constantemente uma área desprotegida pode causar danos irreversíveis à pele. Uma imagem publicada no Journal of The European Academy of Dermatology and Venereology mostrou uma diferença gritante entre uma região que recebeu filtros solares por 40 anos e outra que não estava protegida.
A foto mostra o rosto e o pescoço de uma mulher de 92 anos que supostamente usou hidratante com proteção UV no rosto, mas não no pescoço. O resultado é uma diferença marcante nos danos visíveis dos raios UV.
“Embora seja improvável que possamos (ou mesmo devamos) tentar derrotar o envelhecimento humano por várias razões, os modificadores do envelhecimento ainda serão capazes de mudar tanto o tempo de saúde (o tempo em que vivemos sem doenças) quanto o tempo de vida”, disse Posch em um comunicado. “Tais avanços serão realizados por uma redução significativa de doenças relacionadas à idade, incluindo a prevenção de câncer. Por quê? Porque há uma sobreposição substancial entre as características do câncer e as características do envelhecimento. Assim, abordar as mudanças biológicas do envelhecimento também abordará os pré-requisitos da cancerogênese”. (Fonte: Site Contilnet notícias, 03/09/2022)

– Aumento de cirurgias plásticas em jovens no Brasil: entre a pressão social e a responsabilidade parental
O Brasil é líder mundial no ranking de cirurgias plásticas em jovens. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), dos quase 1,5 milhão de procedimentos estéticos feitos em 2016, 97 mil (6,6%) foram realizados em pessoas com até 18 anos de idade. Entre as justificativas para o quadro está a insatisfação com a própria imagem e, segundo o psicólogo Michel da Matta Simões, pesquisador da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, boa parte é motivada por demandas sociais “que exigem dessas pessoas mais do que elas podem ou se sentem capazes de oferecer”.
Para o psicólogo, as redes sociais desempenham um papel importante nesse processo de insatisfação, seja pelo alcance “que elas proporcionam quanto pelas possibilidades que elas oferecem”. Simões acredita que o universo virtual, ao veicular a ideia de corpo e estilo de vida perfeitos como algo real e concreto, cria padrões e ideais de beleza que são inatingíveis. “Todo esse mecanismo dificulta a integração daquilo que se tem a oferecer e torna os recursos pessoais de cada um insuficientes, porque, aquilo que é natural é imperfeito e, portanto, diferente daquilo que se posta e compartilha.”
O professor diz que os procedimentos cirúrgicos com fins estéticos são recomendados para jovens a partir dos 18 anos, quando possuem mais autonomia e maturidade para tomarem decisões. Mas, casos em que pessoas estão suscetíveis ao sofrimento do bullying escolar, além de “uma redução drástica de autoestima e qualidade de vida”, devem ser analisados separadamente. “Se a gente pensar que a definição de saúde pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é o estado de bem-estar físico, social, mental e psicológico, a cirurgia plástica nesses casos vai trazer uma melhora para a qualidade de vida do paciente, logo para a saúde”, analisa Coltro. (Fonte: Site da Universidade de São Paulo-USP, 11/01/2021)

  • 3. Eixo do ambiente digital

– Analfabetismo digital: descaso da sociedade ou manipulação proposital?

Nos países emergentes, a educação online requer acesso a redes de informação, além da formação daqueles que irão conceber e aplicar competências ao modelo educacional online. Ou seja, além de aplicar as novas tecnologias à educação, devem ser desenhados novos cenários educativos onde os alunos possam aprender a movimentar-se e a intervir no novo espaço virtual. Esta não é uma conquista casual. É um erro presumir que as novas gerações alcançarão interações e competições virtuais de forma intuitiva. Na realidade, essas são habilidades que devem ser trabalhadas, caso contrário sofrerão paralisia ou atraso educacional. Contudo, as perspectivas podem ser difíceis em países que nem sequer eliminaram o analfabetismo.
O Estado deve ser o meio para fornecer políticas eficazes para erradicar o analfabetismo e, ao mesmo tempo, alcançar o acesso universal à educação através do uso de novas tecnologias de informação, sem diferenciar se existem programas online ou online. modelos presenciais. (Fonte: Site do MSN, 04/10/2023)

– Golpes na internet: o Governo é negligente em proteger a população?
Normalmente, não é uma tarefa simples atacar e fraudar dados em um servidor de uma instituição bancária ou comercial e, por este motivo, golpistas vêm concentrando esforços na exploração de fragilidades dos usuários. Utilizando técnicas de engenharia social e por diferentes meios e discursos, os golpistas procuram enganar e persuadir as potenciais vítimas a fornecerem informações sensíveis ou a realizarem ações, como executar códigos maliciosos e acessar páginas falsas. (Fonte: Site do Governo Federal, 21/12/2020)

– Nichos na internet: entre a aceitação social e o distanciamento da realidade

De acordo com o fundador da Grupos Internet S.A., Leandro Costa Schmitz, observa-se que cerca de 60% dos usuários são estudantes e que há grande número dos chamados grupos de apoio, em que pessoas se solidarizam e trocam informações e experiências sobre temas como doenças no trabalho, câncer, amamentação.
Há também grupos que se caracterizam pela condição fisiológica em comum. Um exemplo é o jornalista recém-formado Jean Schutz, cego, que percebendo a demora com que informações chegavam para pessoas com deficiências visuais, criou o grupo de discussões cegos@grupos.com.br. O grupo funciona há dois anos e possui 142 integrantes, que utilizam programas para adaptar o computador às suas necessidades especiais. Segundo Schutz, as discussões acontecem sobre os temas mais variados, com participantes de vários estados brasileiros, além de estrangeiros de Portugal e Argentina. O contato, diz ele, não se restringe somente à lista de discussão, e algumas vezes acontecem conversas por telefone.
Azevedo cita como algumas das vantagens dos fóruns de discussão: no plano objetivo, o apoio técnico dos outros membros na resolução de problemas específicos, constituindo uma rede de contatos que podem se tornar fornecedores ou solicitantes de serviços; e no plano subjetivo, o sentimento de pertencimento a um grupo e o reconhecimento de competências do indivíduo por outras pessoas do grupo. Mas há também desvantagens. A primeira delas é o excesso de mensagens que chegam na caixa de correio eletrônico, se a lista não dispor de servidor web que concentre as mensagens postadas. A segunda é a dispersão de um tema e a dificuldade de acompanhar uma discussão quando a lista possui muitos membros. (Site: Jornal da Tribuna, 17/08/2005)

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2022 Redação UEA Vestibulares 2022

Tema de Redação da UEA SIS 3 de 2022 – Por que a produtividade tóxica está cada vez mais presente na sociedade atual?

O tema da UEA SIS 3 de 2022 foi “Por que a produtividade tóxica está cada vez mais presente na sociedade atual?”.

O SIS (Sistema de Ingresso Seriado) é uma outra modalidade que visa chamar o interesse de alunos do ensino médio residentes do estado. A UEA (Universidade do Estado do Amazonas) possui esta modalidade por triênios.

Você pode conferir os textos motivadores a seguir ou pode vê-los também pelo PDF no link.

Confira.

Texto 1

A ordem é produzir, de manhã, tarde ou noite, não pode
parar. Chamada de mito da produtividade, ou produtividade tóxica, essa ideia associa o nosso valor exclusivamente àquilo que entregamos, seja no trabalho, em casa ou nos estudos — o tempo não pode ser desperdiçado. Apesar de ser comum, especialistas dizem que esse raciocínio não é nada saudável e afirmam a importância do descanso mental, de um momento sem fazer nada, apenas deixando os pensa-
mentos passarem.

“A pessoa acha que, quanto mais ela produzir, mais reco-
nhecida será, que mais conquistas alcançará. Ela sente que precisa estar ativa o tempo todo; quanto menos folga tiver no dia, melhor o seu desempenho; quanto mais tarefas concluir no dia, melhor. Essas são algumas características que com põem esse mito”, exemplifica a psicóloga clínica Marilene Kehdi.

No entanto, muitas vezes o “não fazer nada” é fazer
alguma coisa. Relaxar faz bem para o corpo e para a mente. O problema é que, por mais que isso pareça algo simples, é difícil de ser aplicado. Quando estamos em casa, de folga, por exemplo, queremos nos entreter, assistir a uma série, ler um livro, fazer uma caminhada, ou seja, devemos sempre estar fazendo alguma coisa ou ficamos com a impressão de que estamos desperdiçando o tempo. “É preciso ter o momento de trabalhar, de descansar e de lazer. Quando o tempo não é dividido assim, pode-se chegar ao esgotamento emocional, à fadiga. Pode-se começar a desenvolver transtornos mentais e doenças físicas”, alerta a psicóloga.

(Bruna Alves. “Você não precisa produzir o tempo todo; reconheça a produtividade tóxica”. www.uol.com.br, 12.04.2021. Adaptado.)

Texto 2

O filósofo Bertrand Russell escreveu, em “Elogio ao Ócio”, que, se os homens e mulheres não estivessem tão cansados, não aproveitariam o tempo livre com diversões “monótonas” e passivas e, talvez, teriam mais oportunidades para dedicar-se a alguma atividade de interesse público. Mesmo que a nossa relação com o trabalho tenha passado por transformações desde que Russell escreveu seu livro, o homem do século 21 ainda tem dificuldade para usar os momentos ociosos e decidir o que fazer com eles.

Na sociedade atual, tempo livre virou sinônimo de tempo que ainda não foi preenchido por alguma atividade produtiva. O ócio, o prazer de fazer absolutamente nada, foi totalmente engolido pela rotina agitada do dia a dia. Ter pavor de férias e considerar-se inútil ao “estar à toa” são sentimentos cada vez mais comuns. Ieda Rhoden, doutora em ócio e potencial humano e professora da Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos), trabalha com o conceito de “enfermidade do tempo” ao falar desses sintomas. “É quando a pessoa tem dificuldade em lidar com o tempo livre. Se a agenda está cheia e alguém desmarca um compromisso, em vez de aproveitar para fazer algo de interesse pessoal, ela preenche a hora com alguma coisa formalmente ligada à ocupação, algo considerado socialmente produtivo”, exemplifica a professora.

A sociedade cobra e espera que todos sejam seres alta-
mente produtivos, dentro de um conceito capitalista. As pessoas avaliam as outras pela produtividade que demonstram e, consequentemente, essa expectativa gera uma cobrança individual de corresponder e se encaixar nesse padrão.
(“Não tenha medo do ócio”. www.gazetadopovo.com.br, 28.03.2016. Adaptado.)

Texto 3

A produtividade tóxica afeta mais uns do que outros.
Principalmente, destaca-se nas pessoas ambiciosas, mas
também nas que têm baixa autoestima. Elisa Sánchez,
psicóloga do trabalho no Colégio de Psicologia de Madri, diz: “as pessoas com alto nível de exigência sentem que não são suficientes apesar do que fazem. Sempre precisam da opinião externa e do reconhecimento para se sentirem validadas. Para elas o medo é relevante. Por isso, trabalham mais e quanto mais os outros verem, melhor. Assim, têm a sensação de que controlam o tempo e suas vidas”.

(Noelia Núñez. “Pandemia provoca produtividade tóxica: como identificá-la e se libertar dela”. https://brasil.elpais.com, 02.08.2021. Adaptado.)

Texto 4

(Raphael Salimena. “Produtividade do lazer”. https://reddit.com, 2020.)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre
o tema:

Por que a produtividade tóxica está cada vez mais presente na sociedade atual?

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Redação UEA

Tema de Redação da UEA SIS 2 de 2022 – Jogos eletrônicos: entre os perigos do vício e os benefícios cognitivos

O tema da UEA SIS 2 de 2022 foi “Jogos eletrônicos: entre os perigos do vício e os benefícios cognitivos”.

O SIS (Sistema de Ingresso Seriado) é uma modalidade da UEA (Universidade do Estado do Amazonas) que beneficia moradores do estado do Amazonas e quem está cursando desde o primeiro ano do ensino médio e já tem interesse em estudar na UEA.

Você pode ver os textos motivadores a seguir ou vê-los também no arquivo em PDF no link.

Confira.

Texto 1

No dia 18 de junho de 2022, o gaming disorder (transtorno dos jogos eletrônicos, em português) entrou oficialmente no rol de doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se, segundo a OMS, de um padrão de comportamento que prejudica a capacidade de controlar a prática dos games, de modo a priorizá-los em detrimento de outras atividades e interesses. A expectativa dos especialistas é que o reconhecimento do vício em games como um distúrbio mental resulte em medidas relevantes de prevenção e tratamento.

Assim como em casos de dependência química ou de vício em jogos não eletrônicos, o gaming disorder provoca uma sensação de perda de liberdade, já que a pessoa não joga porque quer, mas porque se sente na obrigação de fazê-lo. Dentro do universo virtual, há ainda outro complicador: o envolvimento de pessoas mais jovens, que têm uma capacidade crítica menor e acabam trocando a vida social pela on-line com naturalidade. “Tenho atendido jovens que não aceitam que têm um problema, que não veem mal em ficar jogando por horas”, afirma o Dr. Aderbal Vieira Junior, psiquiatra e coordenador do Ambulatório de Dependências do Comportamento da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

O Dr. Adriano Segal, psiquiatra do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, aponta a obesidade, a inatividade física e problemas posturais como prejuízos frequentes para a saúde do jogador compulsivo. “As consequências mais graves, no entanto, até pela facilidade de acesso aos jogos atualmente, se refletem na ausência de vida afetiva, social e até profissional”, reforça.

(Paulo Sérgio Fernandes. “OMS classifica vício em jogos eletrônicos como doença”. www.hospitaloswaldocruz.org.br. Adaptado.)

Texto 2

Os videogames podem ser um grande aliado para quem tem dificuldade de realizar várias tarefas ao mesmo tempo, ignorar as distrações do dia a dia e priorizar sua lista de afazeres. Pesquisas recentes sugerem que jogos eletrônicos podem tornar a mente mais afiada, reforçar a memória, melhorar o foco, as habilidades espaciais e até mesmo a visão. Ou seja, talvez a prática não seja tão “perda de tempo” como alguns imaginam.
“Fiquei muito surpresa ao descobrir que videogames têm efeitos positivos no cérebro e no nosso comportamento”, diz a neurocientista cognitiva Daphné Bavelier, cuja pesquisa usou eletrodos presos ao couro cabeludo de jogadores para entender o que acontece no cérebro enquanto se joga videogame.
Os games de ação — aqueles que envolvem tomar decisões rápidas, navegar em diferentes ambientes e encontrar alvos visuais — parecem oferecer os benefícios cognitivos mais significativos. “Jogos de tiro em primeira e terceira pessoa realmente reforçam o quão bem o jogador presta atenção. Eles também melhoram a capacidade de enxergar ou escutar e revelam, ainda, uma melhora acentuada na cognição espacial, na memória e na capacidade multitarefa”, afirma Bavelier. O que acontece é que, ao jogar esses games, o cérebro está sendo treinado.

Em relação à visão, um estudo recente revelou que jogar 50 horas de games de ação por nove semanas — um pouco menos de 1 hora por dia — melhora a sensibilidade ao contraste. Em outras palavras, há um aumento da capacidade de distinguir entre tons de cinza, o que é útil quando se está dirigindo à noite ou em outras situações de baixa visibilidade.

No entanto, para obter tais benefícios, os jogos não precisam ser necessariamente violentos. Em um estudo, participantes foram convidados a jogar um game que envolvia resolver enigmas e coletar moedas como recompensa. Eles jogaram 30 minutos por dia durante 3 meses. Ao final do estudo, o hipocampo, a parte do cérebro que é vital para a memória, havia sido aprimorado.

(Michael Mosley. “O inesperado impacto positivo dos videogames na visão e na atenção”. www.bbc.com, 05.02.2022. Adaptado.)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto expositivo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

Jogos eletrônicos: entre os perigos do vício e os benefícios cognitivos

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Tema de Redação da UEA de 2022 – O ativismo digital pode mudar positivamente a sociedade brasileira?

O tema de redação da UEA 2023 foi “O ativismo digital pode mudar positivamente a sociedade brasileira?”.

A seguir, você pode conferir o tema de redação da UEA (Universidade do Estado do Amazonas) com os textos motivadores, feita no ano de 2022 (o vestibular é feito em um ano e se refere ao vestibular do ano seguinte, a UEA 2023 foi feita em 2022).

Você pode tanto acessar este link para ver os textos motivadores ou vê-los a seguir:

Texto 1

Ativismo digital é um conceito que faz referência ao uso de páginas do Facebook, Twitter, Instagram, Youtube e outros espaços virtuais para promover o apoio a uma causa específica. Diante da possibilidade de se manifestarem a partir de alguns cliques, cidadãos, movimentos sociais, grupos diversos e até partidos políticos vêm usando a internet como ferramenta para disseminar diferentes tipos de informação.

Há postagens, vídeos, “textões”, stories, frases, links, áudios e outros tipos de conteúdo publicados nesses espaços virtuais. Todos têm a capacidade de dar voz a cidadãos comuns, alcançando milhares ou mesmo milhões de pessoas, dependendo de fatores como a popularidade do tema e os algoritmos das redes. O apoio a essas publicações é expresso por meio de curtidas, compartilhamentos, reportagens e comentários, aumentando a possibilidade de que esses conteúdos apareçam para cada vez mais usuários da internet.

A finalidade dessas publicações também é bastante diversa, podendo atender tanto a interesses democráticos, como o acesso à informação e a liberdade de expressão, quanto à propagação de fake news e a manipulação da opinião pública

(“Ativismo nas redes sociais: características, impactos e exemplos”. https://fia.com.br, 03.03.2021. Adaptado

Texto 2

Recentemente, fãs da música pop sul-coreana agiram durante os protestos do movimento #BlackLivesMatters (#VidasNegrasImportam) e inundaram o aplicativo da polícia de Dallas, no Texas (EUA), com fotos e vídeos de seus ídolos a fim de dificultar que fossem feitas denúncias de supostos atos de vandalismo cometidos por manifestantes desses protestos. Segundo o professor Massimo Di Felice, do Departamento de Relações Públicas, Propaganda e Turismo da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (USP), essas movimentações on-line constituem um novo tipo de ativismo, que é transformador e usa a internet para impulsionar protestos e alcançar grande adesão.

Di Felice explica que a utilização das redes sociais cria debates públicos importantes e tira o monopólio da grande mídia. A participação on-line, portanto, não é necessariamente organizada por grupos ou movimentos políticos, mas é resultado da interação entre pessoas, dados, algoritmos, plataformas on-line, e acompanha o desenvolvimento da tecnologia, o que o professor chama de ativismo digital.

(Kaynã de Oliveira. “Ativismo digital é o novo tipo de participação e transformação política”. https://jornal.usp.br, 11.08.2020. Adaptado.)

Texto 3

É comum a utilização da expressão “ativismo de sofá” como sinônimo de “ativismo digital”. Entende-se que, nesses casos, a militância dos usuários se restringe ao virtual, daí a carga pejorativa do termo: o ativista de sofá e aquele que, do conforte de sua casa, engaja-se em quantas lutas puder, mas não se mexe no mundo real. Ele quer ser visto como alguém preocupado com a justiça social, a humanidade, a política, mas não se compromete “de verdade” com a defesa dessas causas.

(LuciliaDinis. “Ativismo de sofá funciona?”, https://veja.abril.com.br, 22.10.2020. Adaptado.)

Texto 4

As redes sociais são uma ferramenta essencial para o ativismo do século XXI, com tendência a serem ainda mais eficazes com o decorrer do tempo, pois os direitos e as garantias conquistadas por meio das lutas do ativismo (virtuais ou não) vão se traduzindo em uma educação coletiva. Embora lenta, essa educação torna a população mais crítica, o que, por sua vez, irá possibilitar a luta por mais direitos sociais, gerando assim um ciclo em que o exercício do ativismo digital garante direitos, e estes irão educar o povo e permitir a utilização desses direitos na luta por mais direitos.

(Sâmia Larissa Dias Barros et al. “O ativismo social no exercício democrático do século XXI: revoltas que deram certo”. http://www.usfm.br, junho de 2013. Adaptado.)

Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:

O ATIVISMO DIGITAL PODE MUDAR POSITIVAMENTE A SOCIEDADE BRASILEIRA?

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Redação UEA UEA

Todos os Temas de Redação da UEA – Desde 2009

O vestibular da Universidade do Estado do Amazonas é um desafio, não só para estudar, mas também encontrar informação na internet. Para sua sorte, consegui encontrar alguns temas da UEA (desde 2009) para que você possa praticar e saber mais do vestibular.

A escolha do ano de 2009, apesar do vestibular existir até antes, vem do fato da VUNESP fazer a correção desde tal ano, isso significa que é mais fácil saber o que será corrigido e como se preparar.

Lembrando que os temas são do vestibular geral, não do seriado. Você pode encontrar o tema pelo Ano de Ingresso (o ano que você entrará na UEA para estudar) e o Ano da Prova (quando ela foi aplicada). Por exemplo, quem faz a prova em 2024 (ano da prova), fará a prova da UEA 2025 (ano do ingresso):

Ano de Ingresso (Ano da Prova)Tema
2024 (2023)É Possível Viver a Democracia em um País tão Desigual como o Brasil?
2023 (2022)O Ativismo Digital Pode Mudar Positivamente a Sociedade Brasileira?
2022 (2021)Floresta Amazônica: Entre os Benefícios do Agronegócio e os Malefícios do Desmatamento
2021 (2020)Censurar Imagens de Pessoas Fora do Padrão Estético É Uma Forma Adequada de Combater o Cyberbullying?
2020 (2019)Lista Suja do Trabalho Escravo: Entre a Proteção aos Trabalhadores Afetados e o Direito de Defesa das Empresas
2019 (2018)A Exposição de Autores de Comportamentos Machistas na Internet Contribui para Desestimular Tais Comportamentos?
2018 (2017)Envelhecimento da População: Os Desafios da Saúde Pública para Garantir o Bem-Estar dos Idosos
2017 (2016)Os Zoológicos São Locais de Preservação e Educação Ambiental ou uma Forma Cruel de Diversão?
2016 (2015)A Adoção de Crianças por Casais Homossexuais Deve Ser Proibida?
2015 (2014)As Dificuldades Enfrentadas pelas Famílias para Cuidar dos Idosos
e a Realidade Precária de Alguns Asilos: Como Resolver Esse Problema?
2014 (2013)Exploração Sexual Infantojuvenil no Brasil: Como Combater Esse Mal?
2013 (2012)Acúmulo de Lixo Sólido: Como a Sociedade Deve Resolver Esse Problema?
2012 (2011)O Transcorrer do Tempo na Amazônia: Aspectos PosItIvos e NegatIvos
2011 (2010)Da Amazônia Real para a Amazônia PossÍvel: o CompromIsso do Amazonense
2010 (2009)Infância, Infâncias
Todos os temas da UEA, desde 2009