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Eça de Queirós / Queiroz FUVEST 2025 Literatura Portuguesa Resumo de Cada Capítulo Vestibulares 2024

“A Ilustre Casa de Ramires” de Eça de Queirós – Resumo de Cada Capítulo

É comum que Eça de Queirós tem uma tese em seus romances, seja para provar ou refutar. “Velha Casa de Ramires / Honra e Flor de Portugal”

Eça de Queirós foi filho bastardo de nobres, ele tinha propriedade material para falar da corrupção dos valores.

A obra foi publicada em 1900, mesmo ano de sua morte, talvez a versão fosse definitiva, mas era comum que Eça relesse as obras e fizesse alterações (como as inserções que existem sobre a África)

A história é contada por duas narrativas históricas, a história da torre e de Gonçalo na política.

Grande presença de discurso indireto livre.

Narrativo majoritariamente intrusiva, mas com acesso a outros pensamentos

Há inserções da discussão sobre a África no período do neocolonialismo, mapa rosa e o ultimato inglês na reescrita, já que Eça de Queirós reescrevia constantemente suas obras antes de publicar.

Há elementos de um romance de formação, como uma narrativa que ensina jovens a irem para a fase adulto, com ensinamento de moral, ética e destino.

O que define um clássico e uma obra-prima? A obra-prima dele é “Os Maias”, mas a obra é considerada uma maturidade narrativa de Eça de Queirós.

A obra possui 12 capítulos, em um tempo de 4 anos e 4 meses, sendo que acompanha-se a história de Gonçalo do início da escrita de sua novela histórica e sua tomada de posição de Deputado de Vila-Clara nos 11 capítulos iniciais e 4 anos se passam para o capítulo final.

Capítulo 1

Gonçalo Mendes Ramires, “o mais genuíno e antigo fidalgo de Portugal, escrevia sua novela histórica. A biblioteca da torre tinha um aspecto clássico de boa posição financeira, mas de má-cuidada. Ele olhava para a torre, propriedade da família desde o século X, família também bem antiga. O narrador detalha e compara a família e seus antepassados e de seus encontros com figuras históricas, meio que sobrevivendo entre sorte, valentia, uma mistura dos dois, de lutas, episódios estranhos, sorte, uma mistura dos três, mas com uma coisa em comum, a família ia perdendo poder e espaço na nobreza em Portugal. Gonçalo era ordinário, começou nas letras naquele ano. Havia uma onda de recuperar Portugal e sua tradição, iniciada com o período literário do Romantismo de Portugal. Até celebrou que escreveu 3 páginas e fez um banquete, sendo celebrado como o Walter Scott português, prometia escrever dois volumes e acabou de receber um R da escola. Havia uma movimentação nacionalista, os alunos olhavam para o passado que Fernão Lopes escrevia com intenções de trazer tudo de volta, inclinavam-se para a política e observavam o que acontecia nos discursos. No que passou de um tempo, passou para o Quarto Ano e perdeu o pai, Gonçalo foi abandonando a ideia dos dois volumes e deixava de tocar no assunto. Mas alguns dos amigos, D. Guiomar e José Lúcio Castanheiro, lembraram dele em Coimbra e iriam ressuscitar o “sentimento português”, pediram sua colaboração em “Os Anais de Literatura e de História”, sobre o seu avoengo Tructesindo Ramires, eles desejavam que o estilo arcaico e a tradição portuguesa da obra poderiam ser uma obra inestimável. Mesmo que procrastinasse, era coisa de lusitano, pediu que tomasse o trabalho no verão, precisaria de um conto, de 30 páginas, mas não receberia dinheiro, não que Gonçalo parecesse precisar. A família de Gonçalo ia perdendo poder e relevância, mas era uma mudança de eras em Portugal, esse retorno ao passado não se relaciona com o momento histórico. Gonçalo ficou com a promessa e pensando em um poema que sempre recitava de menino do protagonista agora do conto, de como o outono chegava e amarelava as folhas, ele aceitou escrever o conto porque já tinha a ideia e a vida do antepassado. Ele fumava um cigarro e pensava que agora teria uma obra moderna, boa de ser escrita. Tinha até um modo de escrita, como começaria, ajudado com um pouco de plágio, e o nome da obra, “A Torre de D. Ramires”. José Castanheiro achou o nome sublime, era bom, o antepassado que ali conquistou e o descendente de 700 anos depois escrevendo a história. Pediu a um criado os livros da família para analisar tudo. Já tinha de inspiração histórica a família e a inspiração poética do poema que recitava de criança e das obras de Walter Scott, só o tornaria uma prosa, atividade que parece ser simples. Aproveitou o calor da tarde para aproveitar a vista e ser interrompido por uma lembrança de uma noite de bebedeira de Manuel Relho, ex-caseiro da família, alcoólico e violento, que fez um desastre de machucar objetos e pessoas e foi mandado embora. Pensou que arrendaria um dos lotes da família com um papo de que era de família nobre, o lavrador só queria que ele ficasse em silêncio. Ficou empolgado, pegou um charuto, falava sozinho e escrevia, mas a história não saia com facilidade. Era muita responsabilidade de um grande passado histórico para um moderno nobre fraco.

Capítulo 2

Gonçalo tinha ficado no divã o dia todo, era mais de 17h e pensou em caminhar. Curiosamente, seu nome significa “salvo no combate”, “salvo na guerra”, ou até mesmo “disposto a participar de toda luta”. Ouviu a voz de Titó, António Vilalobos, um parente. Convidou para entrar, beber e depois passear, mas Titó convidou-o para cear na casa de Gago. Ele aceita o convite, mas reclama de como está com dor em vários órgãos e precisava de algo com galinha cozida. Mas assim que Titó se foi, decidiu ficar de jejum, pensando nos benefícios de tal ato. Chamou os criados e nada. Viu apenas em silêncio a arquitetura antiga da morada da família. Achou-os, disseram que não o ouviam, Rosa o convenceu a tomar um caldo, como ele nunca ia contra os preceitos dela e de Bento, aceitou não ficar mais de jejum. Rosa conta de uma viúva, Críspola, com vários filhos que faleceu. Gonçalo decide mandar a comida que era dele com a panela e dinheiro. Prometeu que visitaria depois e pediu que falasse à família, assim como pediu que Bento subisse com água quente. Ficou analisando a cara toda. A única coisa que lhe incomodava era o cabelo, mesmo que cuidasse tão bem, estava calvo. Tem pensamentos de sua vida política, social e financeira, nenhuma delas ia bem e precisava pensar no que faria. Tinha que agir e decidir, não queria ficar como a torre, “emperrado, sem veia, com o fígado combalido”, mas também não fazia nada. Bento traz a água. Foi buscar um remédio com todo o cuidado que sempre tem com tudo, Gonçalo falou que era para Bento e Rosa tomarem também. Viu um pergaminho com os anos de 1577, aludindo às vésperas das viagens para a África, fato que foi sendo adicionado ao longo da obra como tópico histórico e social nas re-escritas da obra. Falaram do pergaminho, de como a família o recebeu, de como a política mudava de reis que davam renda para idosos na política que poderiam dar lugar a jovens, como, obviamente de forma irônica, Gonçalo. Falaram de D. Ana Lucena, uma menina de classe social econômica baixa, mas bem bonita. Encontrou Titó e João Gouveia e foram logo para a casa para que ele pudesse saciar sua fome “Ramírica”. Contaram algumas histórias absurdas de política e de bêbados. Gonçalo comeu bem. Discutiam sobre a venda de Lourenço Marques aos ingleses, a denominação antiga da cidade de Maputo, capital de Moçambique. Começaram a falar que os regeneradores poderiam negociar com gente melhor, mas a política é sempre a mesma gente, fazendo as mesmas coisas, com análises excelentes sobre o passado e péssimas sobre o futuro. Falavam de como o Alentejo estava abandonado. Sem chegar a nenhum ponto mas não concordando em nada, viram as horas e precisavam ir embora. Curiosamente, toda vez que Gonçalo se referencia ao pai ele o chama de “papá”, quase como de forma infantilizada. Gonçalo discutia com João Gouveia sobre o Governador Civil, aquele criticando e este o defendendo. Titó reconcilia os dois com seu carisma, um pede desculpa ao outro, ainda que tenham se defendido. Pensavam até agora em pensamentos filosóficos. Agora, Gonçalo ficava pensando em uma família que tinha uma rivalidade antiga, a família Cavaleiro, em especial André Cavaleiro, que tinha aspirações políticas e era apaixonado por Gracinha Ramires, era um amor correspondido, mas não maior do que a paixão de André por política. Gracinha ficou para lá, ainda que os pais dos dois aprovassem a união. Ele até escrevia para Gracinha, mas a distância era cada vez pior, só que o pai não oprimia o futuro político. Gracinha pensava que ele logo teria férias e voltaria, mas ele estava indo para a Europa. Enquanto via a situação financeira após a morte do pai, Gracinha se apaixonou por José Barrolo e foi correspondida. Casaram e passaram-se 2 anos. André retornou como Governador Civil do Distrito. Ainda que Gonçalo tenha avisado de André, José não proibiu suas visitas e André cortejava Gracinha. Voltou à realidade com alguém lhe chamando. Enquanto andavam, Gonçalo ia ouvindo uma serenata, tal qual um bardo, de Videirinha a respeito da família Ramires. De noite, seja lá por ter comido muito ou lembrar de André, teve pesadelos e lembrava da família e ancestrais. Ao acordar, tomou o sal de frutas e se sentiu melhor. Ficou se sentindo tão bem que voltaria a escrever, inspirado nos pesadelos e em eventos históricos. Pensou nas mulheres históricas e da família. O correio chegou e ele tinha uma carta da irmã, estava perto do aniversário dela e ele queria ir a Lisboa, resolveria algumas pendências e compraria um guarda-chuva a ela. Empolgado com as ideias e a história, escreveu a convocação dos Ramires à batalha.

Capítulo 3

O Fidalgo da Torre trabalhava nas horas de calma, o almoço esperava o fim da escrita do capítulo 1, sobre a construção do Castelo de Santa Irineia, com outras personagens históricas. Na obra que se mescla com a narrativa de Gonçalo, Tructesindo encontra-se com Mendo Pais, havia notícias da disputa de damas com o rei, mas o antepassado estava determinado a defender sua honra. Como forma de imersão, há uma descrição da época pela construção, arquitetura, móveis e ações das pessoas. Há uma descrição irônica de Tructesindo, ele é velho e gordo, a família fala de decadência e de desonra, mas ele age como se fosse alguém maior do que tudo na terra. Discutem até da raiva e da confiança que tinha de seus conhecidos, coisa que empolgou até Gonçalo na escrita. Fechou os tomos e estava rejuvenescido com o seu antepassado lírico. Ficou sabendo que Manuel Pereira, apelidado de Brasileiro por ter terras no Pará, estava por ali. A sala estava bem enfeitada e bem posta para a visita. Apesar de toda a preparação e o elogio de Gonçalo da fidelidade política de Pereira ao Sanches Lucena, Manuel não ficaria. Gonçalo reclamou do guardanapo não novo e cheiroso e soube que Manuel comemoraria o aniversário do neto. Gonçalo até falou da falta de atitude do político, mas Manuel mantinha-se fiel a ele, aceitando as críticas. No que falavam do político, Gonçalo ia começar a comer e sentiu que Manuel queria arrendar a torre, o que era verdade, mas ele já tinha negócios com o José Casco dos Bravais. Até ficou sabendo do preço e achou tudo uma pena, já que gostava da propriedade, dizia até que valia mais, aí a história do José Casco mudou, que ele até veio visitar e ver o lugar, foi mais de uma vez, falava que sim, que não, veio com a família, o Fidalgo até foi flexível no preço final mas não via mais ele depois de ele ter que tratar das assinaturas. Casco ficou analisando a situação, ofereceu o preço de um conto e cento e cinquenta mil réis, disse que não daria nada para a família e, por gosto do lugar, deixava o pomar e a horta para benefício. Trataram de assinar tudo no próximo sábado. Chegaram a falar que não dava em segundo pensamento, tinha negócios em outra cidade com a irmã. Na saída, Gonçalo pergunta se Casco sabia a saída e ele dizia tudo de forma bem lembrada, que até conversaria com Rosa no caminho. Gonçalo saboreou os duzentos mil réis extras e fumava charuto. Foi até adiar a égua para escrever mais, leu Walter Scott, ficou irritado e jogou os livros na parede. Depois de montado na égua, viu Feitosa, um velho mendigo bem mal apresentado. Conversaram de onde ele mendigava e outras pessoas e foi trotando, viu de longe um coxo. Ele cumprimentou e contou as desgraças que lhe passavam. Sofria de chagas e de morar longe, Gonçalo ofereceu a égua. Lógico que recusou, mas uma braveza de ensino superior ordenou o coxo a subir, ele obedeceu. Ele encontra D. Ana e Sanches Lucena, que observam assustados tal cena e vêem o coxo com um aspecto bom. Combinaram o caminho de volta e D. Ana olhava para tudo assustada, mas ainda assustada com as luvas de Gonçalo sujas, que prontamente jogou longe. Eles recordaram-se de um baile passado. Depois, perguntaram ao Sanches o que ele tinha. Estava mal, mas podia arrastar uns anos. Gonçalo pensava que a política lhe fazia mal, mas Sanches gostava de tudo. D. Ana ficava feliz com a conversa de Gonçalo, Sanches e ela admiravam o fidalgo. Começaram a falar de música enquanto Gonçalo fumava, falavam de Videirinha e também de seu fado aos Ramires. Falam de Titó e Sanches fica feliz de lembrar dele. D. Ana lembrou da saúde de Sanches do frio e de se recolherem. Sanches elogia a propriedade. Gonçalo recusa o passeio de carruagem pois esperaria a égua ali. Ficou sendo idolatrado por levar um lavrador a cavalo. Esperava um amigo na torre. Quando eles foram embora, Gonçalo ficava pasmo de como o assunto era chato e como a mulher era insuportável, ainda que fosse bonita. Queria era desabafar tudo com Titó. O filho do Solha logo chegou com a égua. Recebeu o recado de um menino que não ia ter visita, havia uma festa de alta classe e nem ficou sabendo. Mandou dizer, mentindo, que tinha uma festança na torre também. Pensando na mentira, avistou de longe um homem que ficava vendo a propriedade, achou até que o conhecia, mas ele logo sumiu.

Capítulo 4

Gonçalo vai até a casa de Barrolos, conhecida como Casa dos Cunhais. É uma grande moradia, melhor vista pela luz da manhã. Gonçalo vê que André Cavaleiro chegava em um cavalo preto. Ficou tão envolvido no ódio que até esqueceu os presentes da irmã. Foi reclamar com José Barrolo de forma jocosa sobre André Cavaleiro, ele Barrolo achava graça de tudo, até de Gracinha, que suspeitava ter ganhado peso. Como Gonçalo é um fracassado e não casaria, deixou o trabalho do sangue da família continuar com ela, ainda pior que queria que fosse um menino e se chamasse Tructesindo, tal qual o antepassado. Gracinha quis saber da torre e Gonçalo contou do episódio do Manuel Relho. Gracinha pergunta do bem-estar do irmão e das ceias com o Titó, ele contou tudo e enfeitou algumas partes. O grande problema do Romantismo foi que a popularização do sofrimento humano se tornou trivial. Em vez de grandes questionamentos e sofrimentos que marcaram a época serem a norma, rapidamente muitos começaram a ser triviais, como é o foco de crítica do Realismo, ao qual Gonçalo tem dor de barriga por comer demais e não gosta de uma pessoa por pura birra. Ficou falando de como gostava de D. Ana e Gracinha não entendia como. Gonçalo perguntou do padre Toeiro e do resto da família, o padre estava escrevendo um livro de bispos, Gonçalo aproveitou para falar que também escrevia um. Gracinha pouco se interessa, fala até que a família o via como embaixador, e menos ainda com a ideia de ir para a África, como ele falou. De novo, viram o André Cavaleiro enquanto conversavam sobre o peso um do outro. Apesar de não se relacionar com André por imposição do Gonçalo, ele via na amizade a possibilidade de relações sociais de valor muito bom, tentou trazer um pouco de calma ao Gonçalo, falava de política, coisa que o irritava. Aqui, se vê política não só como o assunto, mas também as relações sociais da classe nobre. Enquanto tomava banho e se sentia incapaz, viu a Maria Mendonça. Trocaram elogios, eram íntimos. Por fim, ela se foi e encontrou Padre Soeiro, dizendo que ele não ia mais à torre. Falou até que tinha feito negócios, mas como toda pessoa que não sabe ficar quieta quando ganha vantagem, o padre sabia dos rumores da troca de comprador. Até discutiram da musicalidade de um dos poemas escritos e de como não iam aos cafés para discutir de política. Titó apareceu por lá, Gonçalo até perguntou de como não foi a sua festa inventada e Titó falou que esqueceu de um aniversário de “dia sagrado”. O Barrolo perguntou quem era D. Casimira, a aniversariante, Gonçalo acabou com ela de tantas ofensas, Titó tentou emendar com alguns elogios. Gonçalo tentava mudar de assunto para falar de outra coisa mas Barrolo insistia. Gonçalo é uma péssima pessoa para conversar de outras pessoas, ele não se interessa nas capacidades políticas ou até do que pode ganhar com as amizades, tudo que ele pode projetar de ruim ele o faz e ainda diz aos outros, como se estivesse fazendo um favor de se isolar de todos. Você pode até querer falar o que quer, mas existem normas básicas de sociedade que vão fazer você ser isolado por não ser suportável a ninguém. Começaram a falar do Governador Civil, mais uma vez, Gonçalo usou o momento para fazer uma piada. Barrolo estava constrangido. Tentou até elogiar, falando que ouviu boas coisas dele, mas nem adiantou, até ofendeu o Administrador na sala. Perguntaram ao padre Soeiro como ele era tão jovem, dizia que o sofrimento edificava, o Administrador achou o ensinamento péssimo. Foram ao tópico da viagem de Gonçalo para a África, zombavam das ideias e do que ele podia fazer lá, ainda mais dele querer ser deputado. Gonçalo esperava como se já tivesse pensado durante um banho uma discussão que tivesse resposta, réplica e tréplica. Fez uma analogia com Portugal ser uma fazenda. Aceitaram a comparação, mas ainda não entendiam a África. Avistaram as duas Lousadas, fofoqueiras temidas da cidade. Vigiavam se iam para lá, relaxaram porque parecia que não, elas bateram na porta, fingiram não estar ali. Depois que se acalmou e de Gracinha esconder a sangria, eles fofocaram sobre a transferência do Ricardo Noronha. No meio da fofoca, o Gonçalo até ajuda uma mulher com uma criança, mas ficavam incomodados em como o trataram mal. Gonçalo ia pensando em um plano de manchar a imagem de André Cavaleiro. Pensou que isso poderia machucar Gracinha, mas ver a queda e a má-fama que isso traria ao André Cavaleiro o saboreava mais. Foi correndo, pediu sossego, pois escreveria uma carta anônima expondo a situação para o jornal Gazeta do Porto. Fez analogias, falou do passado histórico, denunciou a política vergonhosa e assinou como Juvenal, trazendo ironia à situação. Foi falar tudo a Barrolo com deleite, falando como se fosse um herói, mas se disfarçando de uma fofoca. Ao final, até se toca um pouco do fado dos Ramires, Gonçalo se delicia com tudo. Ler Página 131

Capítulo 5

Apesar de esperar o que aconteceria com o escândalo na Gazeta do Povo e temendo ser descoberto, ainda que tivesse assinado com nome fictício, Gonçalo esperava na torre o desfecho. Saboreava um vinho, trazido por Titó. Em um passeio a cavalo, viu uma mulher bonita, pediu instruções para puxar assunto e soltou uma cantada. Logo em seguida, vinha um caçador com uma espingarda que viu a cara de Gonçalo de quem cantava mulher. Passou bem perto, intimidando Gonçalo e até raspando o cano da arma próximo a ele. “Gonçalo picou a égua”, como sempre fazia ao sentir temor. Olhou para trás, o caçador sorria e até acenou para o fidalgo. Há uma descrição da fauna e da vista da região. Recebeu uma carta do Castanheiro que perguntava da obra, se ela estaria pronta para o grande anúncio e também um subtítulo. Isso o motivou a escrever o capítulo 2 da sua obra. Ele narra um fato de Lourenço Mendes Ramires, filho de Tructesindo, semelhante a sua jornada de cavalo pela passagem. Lopo de Balão era apaixonado pela D. Violante, filha mais nova de Tructesindo, e o pai da menina tinha ódio secular e recusava o amor ao mais velho de Baião. Lopo tentou raptar a amada durante a primavera, mas foi parado em uma luta de adaga. Os dois entraram em guerra por meses. Gonçalo se empolgava em lembrar da história da família pelos poemetos. Lopo e Lourenço travavam guerra e lutavam um contra o outro. Lourenço tinha desvantagem, ainda que Lopo o quisesse vivo, ele preferia a morte. Ficou cativo. Lourenço lamentava que ele e Lopo podiam ser amigos. Dessa forma, Gonçalo, após 3 dias, terminou o capítulo 2. Viu alguns fogos ao longe, que celebravam a romaria. É interessante perceber que Eça de Queirós não utiliza apenas os aspectos visuais para poder descrever passagem de tempo e descrições, como ele também usa de aspectos sonoros para fazer a narração. Gonçalo ficou pensando nos antepassados. Considerava-se um bom Ramires e queria também ser enaltecido por tal. Era o último fidalgo do país, deveria ser tratado como tal. Gonçalo viu José Casco dos Bravais, pessoa a quem Gonçalo se esforçou para mostrar um sorriso. Ele queria saber do arrendamento da torre, como que ele faltou com a palavra. Gonçalo pedia que resolvessem aquilo na torre, não na estrada, mas Casco ficava enraivecido e gritava por ter dado a palavra e de nada servir. Gonçalo tentava se esconder pela lei o que ele faltava de coragem. Isso só serviu para deixar Casco mais enraivecido e falar que Gonçalo tinha que sair dali. Um sarau acontecia por perto da Torre que ele contemplava antes, ficou curioso. Foi contar que encontrou um bêbado, distorcendo a história da conversa com Casco. Falavam até de uma porta que Ramires disse ter aberto com sua força, com fechadura nova e tudo mais. Ele dizia como era forte e os outros o reconheciam como tal. Começou a contar a história de novo do bêbado, mas de forma mais “carregada, mais terrífica”. Os jovens escutavam, só que Gonçalo se confundiu com as armas – entre foice e espingarda – e corrigia com impaciência que viu primeiro a foice e depois uma espingarda. Contou e encheu de inspiração os jovens. Eles acharam a história épica, e até semelhante ao de Sanches Lucena, que, infelizmente, não saiu bem, viu dois bêbados, os repreendeu e só foi salvo pelo título de ser deputado, dias atrás, mas ficou acamado. Disse que finalmente o título de deputado lhe ajudou. Quis aproveitar a vitória de um Ramires, encheu-se de charutos e foi procurar o Administrador. Teve dificuldade pois não o achava em seus lugares habituais e cada um dava um paradeiro. Até que o acha e Gonçalo fica sabendo da morte de Lucena pelo Administrador. Ficaram ali pensando na morte, surpresos com um homem que iria fazer 60 anos e deixou uma viúva de 28 anos com uma boa grana. Mas o Fidalgo pensava em algo adianta, a vaga de política que lhe apareceu. Quem decidia era o Cavaleiro, que tinha ideais regionalistas. O Administrador diz que Gonçalo tem chances de finalmente entrar na política, fosse pelas histórias ou pelas conexões, que tudo se acertava e as inimizades particulares eram tolice, tinha história, a irmã era rica, tinha propriedades. Disse até que em uma carta ele queria reatar relações com Gonçalo, e que ele mesmo queria conversar. Não deixava de criticar, mas as críticas agradavam Cavaleiro, inclusive as críticas que até Gonçalo escreveu. Ficou decidido que iria conversar com Cavaleiro. Depois de semanas, Casco amaldiçoava Gonçalo pela Torre dada ao Pereira Brasileiro. Só que a situação fica feia a ponto de ser melhor levar para o Governo Civil. Apesar de querer entrar na política, Cavaleiro lhe dava asco. Ficou pensando na sua vida, nas suas inimizades, até mesmo em ceder a própria irmã. Enquanto andava, viu o cemitério da Vila e ficou encarando a cruz, as tumbas e toda aquela imagem assombrosa lhe deu medo. Queria ver o Cavaleiro o quanto antes para não ter que lidar com fofoqueiros, mas encontrou o primo José Mendonça, que ficou assustado com o objetivo do primo. Falou da situação com Casco e o primo lamentava tudo, até lamentou Sanches Lucena, da viúva, da voz dela. A cidade ficou sabendo da reconciliação de Gonçalo com Cavaleiro e ficou assustada. Comemoravam a nova amizade e Gonçalo que se caminhava para a política, aliás, as cartas para a Gazeta eram meras tolices. Cavaleiro e Gonçalo conversavam sobre o caso do Casco na Torre e sobre a Torre. Cavaleiro até mencionou que se Gonçalo quisesse, podia ser deputado, bastava pedir. Aceitou, abraçaram-se, conversando mais sobre política, coisas antigas e a Torre, chegou ao assunto da novela aos Anais. No dia seguinte, Gonçalo recebe o telegrama aprovando sua posição. Preocupou-se se poderia terminar a obra ainda político. Traçou o objetivo de terminar a obra antes das eleições. Ficou pensando que o começo do capítulo 2 não o agradava, talvez como relação nova dele e Cavaleiro. Pensou em como rearranjaria tudo e foi interrompido por Bento, era a mulher de Casco que pedia ajuda, o marido foi preso. Gonçalo prometeu libertá-lo amanhã e conversaria para acertar tudo. Só que a mulher chorava e dizia que até o filho estava mal, queria ouvir dele mesmo as palavras. Amaldiçoou a família que o queria morto e agora choravam por ele. Queria mesmo era ir para Moçambique e declarou mais uma noite perdida de trabalho. Ele estava com raiva, mas foi amolecendo depois que foi pensando na situação. Ela achava que Casco iria ser exilado para a África. Ele foi ríspido e direto em dar a palavra que de manhã estaria o homem solto, tal qual Rosa e Bento repetiam antes. As crianças de D. Ana estavam lá, uma dormia e a outra estava doente. Gonçalo decidiu que o menino ficava, poupando da viagem com água e frio, o curaria e até deixaria mais gordo. Providenciou ajuda e mantimentos para a viagem. Depois foi escrever a carta para Gouveia da libertação de Casco, além de ir jantar lá. Tentou voltar ao trabalho da novela mas não conseguia, o que teve com Cavaleiro o abalou tanto, ainda mais quando descobriu uma carta das Lousadas falando sobre a situação. Mas ele pensava que tudo melhorava desde que reatou com Carrasco, de como tratavam o bem, como estava sendo integrado de novo. Retomado de inspiração, escreveu mais sobre a história e a Torre ganhou ares heróicos. Videirinha estava na janela a tocar uma serenata a Gonçalo, comemorando ser Deputado. João Gouveia explicou que Titó não vinha, mas era o plano original. Enquanto se arrumava para receber os dois, cantarolava as músicas da família. Titó chegou e já perguntava da posição e da situação política de Gonçalo e seus companheiros. Gonçalo dizia que nada era extremo. Apesar de achar toda a situação estranha, diz que foi tudo positivo. O Fado dos Ramires soa novamente.

Capítulo 6

Há uma descrição da casa de André Cavaleiro, uma construção do século XVIII, com mármores, árvores e janelas, período após a União Ibérica em Portugal. André, cujo nome significa “viril” e “másculo”, chamou Gonçalo para que já o encontrasse, literalmente só de ceroulas, para abraçar pela visita. Falavam de Lisboa, do calor, dos mulatos. André falava dos problemas políticos de Lisboa, de um Teotônio Pita em corrida para cargo político. Gonçalo até ficou abalado, mas André ameaçou sair, comprou jantar e concubinas e tudo ficou acertado. Havia um outro rival, Julinho, pelo partido dos Regeneradores. André amaldiçoava a canalhice política de Lisboa. Enquanto se troca, há muitas descrições de tato, as quais são atribuídas pelas roupas. Foram passear pelas redondezas, verem as famosas rosas. Os dois pensavam no passado e se entristeciam com o futuro, viviam no mesmo lugar mas o tratamento era diferente, André invejava como Gonçalo envelhecia na torre. As flores eram cuidadas pela prima Jesuína, governanta pobre, bom para a casa já que “onde não há saia, não há ordem”. A rosa é um símbolo de desejo, a qual continua sendo florida e mantida se há alguém que a cuide, curiosamente, restou apenas as Lousadas para André enviar flores. Gonçalo as amaldiçoou por serem desavergonhadas, André sabia do gênio delas, por isso mesmo que enviava flores. Gonçalo ficou com uma rosa para o paletó e André com um botão, vai saber se isso tem algum significado além de uma referência da ou da personalidade de cada um. André já planejava sair para campanha política, ainda que Gonçalo tivesse preguiça social. O empregado Mateus lembrou André do amanuense que o esperava ainda antes da chegada de Gonçalo, mandado-o esperar e depois almoçar. Gonçalo achou estranho o tratamento com as visitas e os empregados. Falavam da novela histórica, do provável tempo que sairia a primeira edição. Até comentaram sobre Pita, que desejava o mal para as disputas políticas de forma jocosa, mas logo deixaram de falar de política para falar da novela de Gonçalo. Como todo domingo, há uma reunião social no antigo pelourinho demolido. Um pelourinho é um local de punição pública dos criminosos. As Lousadas ainda não estavam lá, estranhamente. Ainda que soubessem da novidade da reconciliação, Gonçalo e André chegarem juntos a cavalo era surpreendente. Barrolo e José Mendonça os chamam para conversar na casa do primeiro. Foi bem recebido por lá pois já tinha quarto e era comum que fosse lá. Ficou com vergonha do tratamento atencioso e até convidou André para ficar. Agradeceu, recusou e foi embora. Após se arrumar, deixar a Gracinha pensativa, Barrolo foi até o quarto e perguntou o que era tudo aquilo com Cavaleiro. Gonçalo explicou da morte de Lucena e chance de uma vaga na política, representando o partido dos Históricos. Reconciliou a amizade como estratégia política. Pediu ajuda tanto do Barrolo quanto de Gracinha para que tudo ocorresse bem. Gracinha contou da tia Arminda que melhorava e perguntava do Fidalgo. Planejaram uma janta discreta com ele e João Gouveia com Cavaleiro, mas Barrolo estava tão empolgado que nem parecia que tinha parado de falar com ele. Depois, falavam que Julinho era só para não ficar na cara que a política já era armada. Marcaram o jantar para uma quinta-feira. Combinavam também como se vestiriam, já que André estava feliz por ir jantar e eles queriam algo íntimo. Gonçalo se preocupava em como Gracinha iria tratar seu antigo interesse amoroso. Pensavam em um vinho do século passado de outros reis ou do que Cavaleiro gostava e Gracinha fechou o almanaque que lia para ir para outro lugar. Gonçalo foi conversar com Maria Mendonça, sua prima. Comentaram do vestido de Gracinha, que acentuava sua palidez. Maria achava ruim a falta de interesse, principalmente de Barrolo, de conhecer a família e Lisboa. Tomavam vinho, falavam da Itália. Pensaram nos vinhos da Itália, França e Portugal, da variedade de vinho branco e verde e até de uma viagem para a Ásia Menor. O Padre Soeiro até mencionava que um dos antepassados de Gonçalo participou da primeira Cruzada e não aceitou ser Duque de Galileia e de Além Jordão. Gonçalo riu do antepassado e Maria comentou como ele era “terrivelmente aristocrata”. Mas chega um assunto de que uma mulher interessava-se por Gonçalo. Pensava ser D. Ana Lucena, já que Maria dizia que ela era bonita, mas também não dizia não ser ela. Ele sentiu-se lisonjeado mas se resguardava. Falavam de outro casamento, de D. Rosa Alcoforado, uma mulher que não se arrumava tanto para eventos sociais e era um desastre. Mas nisso falavam de outros casamentos e de outras mulheres. Não era comum por ali ter mulheres bonitas, segundo Gonçalo, tirando Gracinha. Até mencionaram a filha do Visconde de Rio-Manso, mas ela tinha doze anos apenas. André Cavaleiro ia achando problemas nas mulheres tal qual fazia Gonçalo. Lembraram de comer os ovos queimados, um símbolo de frustração e esperanças má-nutridas. Falavam da política da Espanha, dos republicanos em Portugal, de como tudo é violento. Brindaram ao André Cavaleiro. Foram tomar café e André foi valsar com Gracinha. Dona Maria fica surpreendida, Barrolo aplaudia a situação e Gonçalo retorcia o bigode com tanta familiaridade.

Capítulo 7

Enquanto passeava no pomar, Gonçalo vê Casco. Tentou fingir que não o tinha visto e ele chegou sorrateiro. Pediu licença, o Fidalgo fingiu que não reconheceu, mas ficou contente de vê-lo, daí Casco se pôs a chorar. Gonçalo misturou a história de Lucena que ele andava sempre de arma desde um encontro com bêbados, falando que Casco estava fora do juízo. Ele tinha esquecido e Casco só se sentia pior porque Gonçalo tratou bem da mulher e do filho, o que o emocionou muito. Quando se despediu, depois de agradecer e oferecer a vida, Casco saiu até com postura melhor, e Gonçalo se empolgou para começar as campanhas eleitorais com pessoas influentes – Dr. Alexandrino, velho Gramilde, Padre José Vicente e o Visconde do Rio-Manso, o mais difícil – de uma lista feita por Gouveia. Nunca se encontrou com o Visconde, um velho brasileiro que vivia sozinho com a neta de onze anos, apelidada de “O botão de Rosa”. Gonçalo aceitou um convite do Comendador Romão Barros para uma festa. Procurava popularidade, mas mesmo que fizesse vários agrados para arranjar eleitores, não sentia que isso surtia efeito. João Gouveia dizia ser melhor conquistar a elite primeiro, coisa que Gonçalo achava tediosa. Já era quase fim de agosto e nada do capítulo 3 de sua novela. Mas João Gouveia dizia que a parte pobre já gostava dele, pois queriam alguém que falasse e sentissem inteligência, não gente rica e muda. Em um passeio de sexta, foi numa taverna famosa chamada de Pintainho. Foi tomar uma sangria, mas, da janela, avistou o mesmo caçador que lhe fitava daquele dia que Gonçalo cantou sua mulher. Gonçalo deixou dinheiro e fugiu galopando, ouvindo uma risada no fundo. Ficou pensando o que ele fez de tão errado para ser perseguido dessa forma. Recebeu uma carta de D. Maria Mendonça, achando que poderia ser de D. Ana, pedindo para passear e visitar os túmulos de antigos tios da família, em uma região subterrânea que Gonçalo nunca ficou sabendo sobre. Ficou pensando se não era apenas uma desculpa para que D. Ana fosse lá, já que nem Bento e Rosa sabiam da existência dos túmulos. Pensou até em sua fidelidade e inventou para Gouveia, dias depois, que recebeu uma carta que D. Ana iria casar. Gouveia achou tudo um escândalo, ainda mais que faziam só sete semanas que o ex-marido morreu. Gonçalo dizia que o namorico tinha tempo e não foi de repente. O Administrador até falava do corpo dela e de como ela se banhava, coisa que deixou Gonçalo irritado e mudou de assunto, para política. Gonçalo brinca de arranjar emprego para Videirinha. Gonçalo pensa que o único defeito de Ana era o pai carniceiro, ainda que ficasse pensando em sua árvore genealógica para achar outro carniceiro. No fatídico domingo de visita, até pensou em ficar demorando mas já era 4 da tarde, a visita seria às 5, e ele já se vestia. Da janela, viu o Mendigo passando por lá, o qual acenou e respondeu. Pensou até que o Mendigo era uma analogia com a metáfora do Destino ser um velho de longas barbas como ele. Foi passeando pela propriedade, em um silêncio de coisa velha que tentava ficar nova. Maria repreendeu o primo atrasado que fingiu dar aquela hora para Deus. Perguntou das ruínas para Ana e ela voltou a falar do falecido marido. Maria voltou para o assunto da família Ramires, que reanimou o sorriso do Fidalgo. Descobriu que não eram bem ruínas, mas eram boas de visitar. Maria pergunta da família e acha estranho que pessoas como Videirinha e o Padre Soeiro saibam mais do que ela. Gonçalo conta sobre a história, sobre o avô, sem saber precisamente o nome. Gonçalo vai contando sobre tudo, estudava por ofício, curiosidade e da academia, tentando ter a atenção de Ana, tentando impressionar alguém com histórias que nem eram deles. Só que o que fez ela rir foi de uma história de pedir dinheiro a uma família da França, que era para ser parte de sua árvore genealógica ainda quando estudava em Coimbra. Curiosamente, é a única história que ela comenta e acha graça. Gonçalo foi até dramático, falando que só em Portugal restava uma família nobre, mas que acabaria com ele, já que não casaria. Maria ouvia que ele dizia não ter jeito pro casamento, ainda que gostasse de crianças. Fez uma analogia de gostar de flores e não praticar jardinagem. Foram para uma igreja feia aos olhos das damas. Até discutiram de Ana ser paciente com crianças, quanto tempo ficaria por ali e de visitarem um outro lugar. Gonçalo pensou em como Ana poderia ser mais do que uma mulher bonita, mas uma mulher delicada. Gonçalo se despede de Ana e Maria e visita o claustro de Craquede, vendo os túmulos dos antepassados. Porém, alucinou em pensar que um dos túmulos tinha se aberto e saiu correndo, sentindo melancolia, solidão e medo. Ler página 284.

Capítulo 8

Desde a visita de Santa Maria de Craquede que Gonçalo abandonou a novela por preguiça. Ele recebeu uma carta de Castanheiro, avisando que caso não tivesse três capítulos do original até meado de outubro, publicaria uma obra de Carlos o Temerário no lugar. Gostava da obra de Gonçalo mas precisava de algo. Era uma tragédia, mas havia motivo, segundo ele. Gonçalo jogou a carta e declarou que almoçaria tarde, isso é, se almoçasse. Retomou a história de Tructesindo, inspirado pela visita dos túmulos dos avós. O avô recebia a notícia que o Bastardo de Baião chegava com lanças à torre. Tructesindo avisou que deveriam ouvir o mensageiro como se fosse neutro e não inimigo. Ele trazia sobre o resgate de Lourenço Ramires e que o esperava no Cruzeiro. Garcia Viegas, o Sabedor e amigo de Tructesindo sugeria cautela. Ao subir na torre para ver a situação melhor, viu o filho com o Bastardo, que queria que a guerra findasse e ele, Lourenço e a filha de Tructesindo, D. Violante, casasse com o Bastardo. O Ramires amaldiçoa o Bastardo e ouve de volta que perderá o filho se não ter D. Violante. No final das contas, Lourenço morreu com uma única punhalada. Há uma movimentação geral e os homens de Bastardo fogem. Tructesindo ficava imóvel enquanto tentavam recolher o corpo de seu filho. A cena tem descrições bem brutais, o que fez Gonçalo ficar feliz com o resultado e vontade de mostrar a Gracinha e Padre Soeiro o resultado. Recebeu uma cesta de pêssegos de presente de Maria, falando que Ana os colheu. Achou que teria uma carta dela, não achou e organizou os pêssegos para dar a Gracinha depois. No dia seguinte, de tarde, recebeu a visita do Visconde do Rio-Manso. Em vez de ser um encontro difícil, Gonçalo havia dado uma pêra de volta a sua neta, o que o fez muito estimado pelo Visconde. Ele foi lembrando, ou talvez fingia, conforme ele detalhava o ato e também de ter dado flores. Convidou o Fidalgo para conhecer a família. Gonçalo vai para Oliveira e leva o cesto de pêssegos, mas não encontra ninguém pela casa. Ele passeia pelo jardim, observando a arquitetura de fora. Enquanto ia até o Mirante, ouviu uma conversa e foi curiosamente ver, descobrindo que era Cavaleiro e Gracinha. Ele sai dali, sem ouvir mais, para o palacete. Ficou pensando em fugir de todo. Ele ficava impaciente com a carruagem que não ficava pronta. Pensou que seu mundo tremia, a torre rachava e mostrava um monte de saias sujas e lixo ignorados.

Capítulo 9

Gonçalo repreende Rosa por escrever à Gracinha, uma viúva vizinha da Torre morreu e suas posses definhavam. Muitas das vezes, uma das três meninas ia ajudar nos trabalhos. Tinham três meninos. O outro, de doze anos, era um mensageiro. O outro tinha jeito para carpinteirar e foi enviado para Lisboa, com patrocínio da Tia Louredo. Uma das raparigas foi morar em outra casa e adorava Gonçalo como se fosse vassala dele. A mais nova não tinha amparo, daí que Rosa inventou de escrever para Gracinha. Só que desde o episódio do Mirante que ele não queria falar com a parte da família dos Cunhais. Barrolo achou estranho a saída repentina, apesar de gostar dos pêssegos que ficaram. Deixou um manuscrito da Novela para o Padre Soeiro. Tinha raiva de Barrolo por puxar sardinha para Cavaleiro, de sua irmã, de André. Cansado da solidão, em uma tarde, foi passear em Vila-Clara, local de morada de Gracinha. Ficou pensando que não tinha como odiar Barrolo, por ser um bobão, de sua irmã, por não ter um homem forte para educá-la, ainda que fosse casada. O grande culpado era Gonçalo, sedento por poder. Tinha que manter a amizade e intimidade com o Cavaleiro, não queria ser motivo de boatos. Amaldiçoava e maldizia as eleições, mas eram a única forma de subir socialmente. Pensou em D. Ana e seus duzentos contos como forma de subir socialmente. Pensou na árvore genealógica, que não era tão diferente da sua, de assassinos. Como forma de escapar de todos esses pensamentos, voltou a escrever a novela. Tructesindo cavalgava em busca do Bastardo, que já previa a perseguição e dificultava a empreitada. Apesar de estar fixado na ideia, o avô de Gonçalo perguntava aos seus amigos o que achavam da empreitada. Decidem pernoitar em Três-Caminhos. Foi bem recebido e elogiado por todos. Gonçalo se sentia cansado com a interminável novela. Completou os três capítulos para Castanheiro, mas reviver a vida da família lhe fazia sentir que perdia cada dia mais a sua. Recebia cartas cobrando dívidas ainda da faculdade. A solidão da Torre era o que mais lhe machucava. Antes de ir cavalgar, Maria aparece de surpresa na Torre. Foram conversar pelos jardins da Torre e Gonçalo aproveitou para perguntar o que achava dele apostar suas chances com D. Ana. Ela achava a situação engraçada. Gonçalo tinha desespero confesso que queria alguém para se acomodar economicamente, Maria dizia que ela tinha jeito de dona de casa. Ela foi embora o quando antes para não falar mais do assunto, disse que Titó estava por ali, Gonçalo gostava dele, mas ele era muito efusivo e expansivo. Encontraram-se e Gonçalo disse que ele fazia falta. Gonçalo foi avisar Rosa do convidado que comia muito, por sorte, ela comprou comida de sobra antes que estava em boa aparência e frescura. Bento achou um chicote de cavalo-marinho enquanto limpava os cômodos, Gonçalo pediu para colocar no quarto, seria seu chicote de guerra. Videirinha também foi, e como homem que quer sossego, apreciou aquela paz e estômago cheio com um charuto. O Fado de Ramires tocava com Videirinha, com um novo quarteto que adicionava, falava do Rei da França e do mestre santo da Torre. Gonçalo tocou no assunto de D. Ana. Porém, Titó não aprovava tudo aquilo, Gonçalo sabia que ele escondia algo mas ele não disse nada, não estava lá para testemunhar. Foram embora ele e Videirinha. Mas antes, ficou se sentindo mal e falou que ela tinha amante. Ler página 350.

Capítulo 10

Como todo bom homem em uma crise de meia-idade, Gonçalo pensou até tarde da noite que vivia para sofrer de vergonhas e humilhações. Pensou em como André Cavaleiro o humilhava, desde tempo de escola, vida política e irmã, até mesmo de D. Ana. Pensou que não herdara dos avós e pais a honra que Videirinha cantava no Fado. Não tinha coragem, era perseguido pelo lenhador, por Casco e sempre fugia, e as Eleições não iam bem. Não governava na Torre, Bento impunha o que bem entendia e ele se sentia cada vez mais triste na noite longa. Em meio a um sonho sem percebeu, sonhava que os avós o adoravam, abençoavam e lhe armavam. Ele não tinha a alma, mesmo que estivesse armado. Ao acordar, estava mal e quieto. Bento notou a quietude e trouxe a água para que ele se barbeasse. Culpou o excesso de conhaque, o que deixou Gonçalo irado, pois tentava mandar e impor limites, reclamou da água e Bento respondeu de novo. Gonçalo exigia obediência e Bento se recolheu com vergonha, assim que fechou a porta, o Fidalgo já se sentia mal. Barbeou-se, usou a água quente e falava mais docemente com o velho. Reataram a simpatia um ao outro e ele dizia que precisava viajar, não para a Corte de Lisboa, mas coisa como Rússia ou Hungria. Ao sair de cavalo, pensou em visitar o Visconde, e aproveitava aquele dia de setembro. Viu flores, pessoas conversando, aproveitava a manhã e até viu o brasão de armas da sua família em uma ponte. Depois, pediu ajuda a um homem com espingarda para saber o caminho da casa do Visconde. Porém, novamente apareceu o caçador, ofendendo-lhe de asno e o chamando para a briga. Cego de raiva, apanhou o chicote e deu-lhe um golpe na face. O caçador caiu no chão e ele continuou, até que ele perdesse dentes e morresse. O outro de espingarda até tentou atirar para o alto para parar, mas foi vítima de perseguição e também morreu na mão do Fidalgo. Um velho lamentou a morte dos dois e pediu misericórdia ao Fidalgo. Gonçalo, desconfiado que receberia um tiro logo que desse as costas, fez o velho marchar. Ele ia, chorando. Perguntou os nomes dele e dos meninos, eram João, Manuel Domingues e Ernesto de Nacejas, o Valentão de Nacejas. Gonçalo disse que os tiros e as sovas eram o de menos e que agora os moradores de Grainha iriam se entender com a justiça. O velho fugiu e Gonçalo cavalgava com orgulho, com a virilidade de seus avós. Pensava que não precisaria mentir nessa história, pois todas que contavam eram modificadas. Ao chegar na Torre, sentiu-se mais senhor dela e mandou Joaquim para dar recado do acontecido depressa. Gonçalo se deparou com Barrolo, que ouvia tudo, tudo se encaixava, o terror de ser tudo tão repentino, o sangue fresco no chicote e nas calças, Gonçalo queria se limpar e se acalmar. Graça e Rosa foram acudir o Fidalgo. Esqueceu da desonra de Gracinha e contou tudo. Dizia que eles mereciam a morte, pior, exílio para a África. Enquanto foram ao escritório, a história se repetiu para o prazer de Bento e do chicote que protegeu seu senhor. Só naquele momento que Gonçalo percebeu a presença inusitada de Barrolo na torre, que estava preocupado com o Fidalgo desde o episódio dos pêssegos e do Mirante, foi lá para ver se tudo estava bem, além de querer mostrar uma carta das Lousadas. Elas denunciavam de que era chamado de Bacoco pelos amigos nas costas. Isso o incomodava e deixou até cego do namoro denunciado de Gracinha e Cavaleiro, que tinha partido para Lisboa, voltava só para as eleições. Com efeito, voltou ao caso e viu que tinha passado de raspão um tiro, salvo ele por Deus, segundo o Fidalgo. Gonçalo tinha dó de Barrolo. Ficou pensando em Gracinha e o que seria dela com esses boatos. Foi vê-la no quarto que ficava lembrando de seus tempos de solteirice e de juventude. Ela estava feliz de vê-lo, ainda mais depois de grande perigo, mas Gonçalo cobrava explicações da carta, com nova vontade de Ramires, rindo desses boatos de baixo nível e exigindo explicações, além de mais reserva para não criar boatos. Ela chorava, mas colocava esperanças que, a partir daquele momento, ela traria orgulho. Barrolo e ele sentiam fome. Joaquim chegou com novidades, o Ernesto era uma má influência e a região dava razão e glória ao Fidalgo. Gonçalo estava feliz. Comeram, rezaram, foram embora os convidados e Gonçalo retomou a escrita. Tructesindo lamentava a morte do filho e D. Garcia planejava uma vingança dolorosa. Pensaram em fazer uma emboscada em uma aldeia próxima, já que o Bastardo estaria por ali. Assim, terminou o capítulo 4. Ele havia ficado feliz com o dia, além de ter recebido dois telegramas, um do Barão das Margens e outro do Capitão Mendonça, elogiando a história que se espalhou por Barrolo. O Administrador foi até à Torre, apesar de Gonçalo pedir que não denunciassem os infratores, o Administrador assim o faria para garantir a Ordem. Titó também almoçou com eles e todos foram à Assembléia, consagrar Gonçalo como herói. Comendador Barros queria aproveitar o dia santo para pagar uma festança ao Fidalgo. Ele ficava chocado com tanto apreço, até mesmo Videirinha fez novos quartetos para o Fado, adicionando sua façanha. As novas foram para Lisboa, celebrado por André e outras pessoas da corte, de família e Castanheiro. Mal dormiu pois queria ler os jornais, todos o idolatravam pela nobreza, ele tinha mudado totalmente sua visão política. Durante toda essa glória, terminou o capítulo final da novela. O Bastardo ia embora sem prestar atenção que foi pego de surpresa por Tructesindo e seus colegas, ele que procurava vingança. Lutaram e venceram, pegando de cativo e com intenções de forca, para fazer sofrer o Bastardo. Fizeram ele sofrer, derramaram o sangue, humilharam-no. Estava preso em um pilar em água suja com sanguessugas. Diferente do filho, seu sangue não tingia o campo de batalha, o dele deixava de existir. Tructesindo se deliciava com a cena. Todos vigiavam a morte lenta. Até que morreu e todos celebraram. Jogaram até esterco na sua face. Ler página 398

Capítulo 11

Após quatro meses, terminou sua obra. Porém, achando que ia se sentir melhor, sentia pena de não poder ter de volta a moral dos velhos tempos, e lamentava tanto sangue da época afonsina. Antes de poder andar de cavalo, foi parado por Godinho, um amanuense. Vinha com notícias que Ernesto melhorava e logo ia preso. Gonçalo dizia que ele já tinha pagado o suficiente. Dizia que não era da família querer vingança. Só nessas 2 primeiras páginas ele já foi irônico com a postura da família. Godinho foi levar o recado naquele calor. Ao chegar na casa do Sr. Esteves, foi recebido por comadre Firmina. Recebeu pão fresco e promessa de votos, de amor ou de pau. Bebeu com outros com o Manuel da Adega. Lembraram da história que deu a égua emprestada e celebraram o Fidalgo. Foi tido como santo pela a avó Ana Preta por cuidar do filho de Casco. Encontrou até Júlio, que ficava feliz em ver o Fidalgo e falava até que na eleição era capaz dele mesmo votar no oponente. Novamente, falavam como estava calor. O Barrolo corria para encontrar Gonçalo, o Cavaleiro chegou e precisavam se ajeitar para as eleições, precisavam ver o povo. Gracinha tinha passado um tempo com as Lousadas mas já estava em casa tocando piano. Tinham uma notícia, uma bomba, coisas de José, mas não contavam. A reunião com André e Gracinha dava ares de que tudo não passou de um amor de verão. Contava de toda a história, trabalho e aventuras em Lisboa, mas trazia uma notícia marcante, o el-rei dava a Gonçalo o título de Marquês de Treixedo. Só que Gonçalo ficou ofendido e disse com que autoridade ele ganhava esse título, a família vinha de antes da criação de Portugal, quem tinha que dar título era Gonçalo a el-Rei, coisa que o proclamou Marquês do Roncão. Cavaleiro ficou ofendido e Barrolo estava de boca aberta. Gracinha gostava da cena do sangue de Ramires e Cavaleiro dizia que cada um fazia o que bem entendia. As eleições vieram, Gonçalo queria ficar sozinho e saiu depois para cavalgar. Soube da vitória na janta. José Casco liderava um grupo celebrando Gonçalo. Até o Visconde e sua filha celebravam, mas Gonçalo queria ficar saboreando a vitória no silêncio, ainda que fosse avisado por um garoto do alvoroço. Gonçalo pensava em como a Torre deixou de ser uma lembrança do passado glorioso da família, como se devesse algo a eles. Mal lembravam que a Torre se chamava Torre de Santa Irineia e apelidavam de Torre de D. Ramires. Com olhos após criar a novela histórica, Gonçalo admirava tudo aquilo, a construção, o que significava. Pensava em como ficou popular, sentia-se arrependido. Queria entrar na política para ser útil, mas não o merecia antes, era apenas um qualquer, agora eles queriam aos montes os votos. Era sempre uma desconfiança em tudo de sua vida, teve que se humilhar a ser amigo de Cavaleiro, até o fatídico momento que usou o chicote. O dia da comemoração ia acabando, ele era o Deputado por Vila-Clara, tal qual Sanches Lucena. Mas, para quê? Tanto esforço parecia para apenas poder fazer atividades sociais sem motivo. Pensou que os verdadeiros homens úteis eram outros, não os da política. Em início de Dezembro apareceu a Torre de D. Ramires na primeira edição dos Anais e elogiado como uma lembrança dos bons modos e passado de Portugal. Gonçalo foi para Lisboa em janeiro e pessoas assinavam jornais para saber por onde ele passeava. Em fim de abril, sem aviso e deixando todos assustados, foi para Moçambique para uma viagem longa com Bento após hipotecar todas as suas posses. Ler página 471.

Capítulo 12

Quatro anos se passaram, Gracinha ficou na torre e trabalhava por lá com Padre Soeiro e Barrolo. A Torre tinha vida, tinham até morangos nascendo na casa. Gonçalo, após 4 anos, voltou à Torre. Nada mudou na vida de Gracinha desde sua saída, recebia algumas raras cartas. André Cavaleiro continuava trabalhando na “Reforma”, tinha ido acolher a mãe de Barrolo que adoecia e ficava pior, foi embora em maio. Barrolo se preocupava com Gracinha que emagrecia e fazia mais nada, até alugou um chalé do Comendador Barros, sem ter muito sucesso de melhora. Em uma manhã, André Cavaleiro renunciava o posto, foi para Constantinopla. Santos Maldonado era o novo Governador Civil, e até Gracinha melhorava no aspecto. Barrolo que trabalhou nas obras das moradas de el-Rei, ficou pensando no Mirante com novas caras. Apesar de ter mobília, preferiu tacar fogo em tudo em vez de dar. As Lousadas chegaram a ver o Cavaleiro em Lisboa com a mulher do Conde de S. Romão, um fazendeiro de Cabo Verde. Videirinha foi à Torre, queria saber do retorno de Gonçalo que só chegaria no domingo, dia emblemático. Videirinha era agora amanuense graças a Gonçalo, apesar de ser usado para mais serviços. Ficara sabendo que Maria Mendonça estava em Lisboa e visitava D. Ana Lucena, que morava em Lisboa. Liam uma carta que falavam da chega de Gonçalo a Portugal, ele parecia mais viril, mais bonito, acompanhado de 30 pessoas, com a prima, o Visconde de Rio-Manso, a filha do Visconde e a tia do Fidalgo. Ele mantinha os mesmos jeitos de gente atenciosa e parecia que iria casar com Rosa, a filha do Visconde, mesmo com a diferença de 11 anos, ela “tinha dotes”, mas o problema parecia ser a linhagem sanguínea. Falavam que ele não voltava à África, e Barrolo achava o lugar bom só para vender. Rosa ficava feliz de ver de novo o Fidalgo. André até escreveu falando das saudades que tinha do Barrolo e se ele não arranjava um vinho verde para a Condessa. Ao esperarem pela chegada de Gonçalo, ficaram lembrando das passagens da novela, de como era semelhante que eles ali esperando era como na obra, ou até mesmo da jura de espada e a perseguição do Bastardo. Titó elogiava-o, sem esconder que o achava leviano e incoerente. Padre Soeiro adicionava que ele era bom. João Gouveia fazia um resumo de Gonçalo, de ser desconfiado, solitário, bom, generoso, útil, imaginativo, fazia-o lembrar de Portugal, pois Gonçalo é uma alegoria a Portugal. Ler o fim a partir da página 494.

Leitura adicional:

“Recriações de traços identitários da cultura portuguesa nas obras de Eça de Queirós e Fernando Pessoa: ‘A Ilustre Casa de Ramires’ e ‘Mensagem’” por Fernando Ferreira da Cunha Neto https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/ECAP-7QHHJR

“A (des)construção do romance histórico em ‘A Ilustre Casa de Ramires’” por Maria de Fátima Marinho https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/115568/2/286403.pdf

“A lúdica complexidade de ‘A Ilustre Casa de Ramires’, de Eça de Queirós” por Lélia Parreira Duarte https://www.leliaparreiraduarte.com.br/pdf/a_ilustre_casa_de_ramires.pdf

• VALENTIM, J. V. . Matrizes culturais no romance de Eça de Queirós. 2007. (Apresentação de Trabalho/Conferência ou palestra).
• VALENTIM, J. V. . ‘Eça de Queirós nos seus 169 anos’. São Carlos: Livre Opinião: idéias em debate, 2014 (Comentário do Leitor).
•VALENTIM, J. V. . Eça de Queirós e a tradição musical do século XIX em Portugal. 2011.