Mês: maio 2025
Texto 1
Muitas pessoas em situação de rua podem ser encontradas em diversos pontos da cidade de Manaus vivendo em condições
desumanas. De acordo com Rosiane Pinheiro Palheta, doutora em Serviço Social, “existem muitos casos em que a pessoa
prefere ficar na rua porque a considera mais aconchegante e mais segura do que permanecer dentro da própria casa. A depen-
dência química pode ser o motivo de as pessoas estarem na rua e, nesses casos, apesar de haver vínculo afetivo com a família,
esse é suprimido pelo vínculo com o álcool e as drogas”.
Para o doutor Luiz Antônio Souza, sociólogo e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), a questão das
pessoas em situação de rua é uma das expressões mais explícitas da desigualdade social. Esse é o caso de Erivaldo Macedo, de
46 anos, baiano que mora em Manaus há dois anos e oito meses. Sua cidade natal, Coronel João Sá, é um município no interior
da Bahia que faz parte do Polígono das Secas, característico por ser árido e seco, o que prejudica a subsistência da população.
Segundo ele, “morar nas ruas de Manaus é melhor do que viver na minha cidade natal. A base de vida lá é a agropecuária e, sem
chuva, a renda não existe”.
Valter Lopes, de 62 anos, disse morar nas ruas de Manaus há 20 anos. “Eu escolhi estar aqui. Eu trabalho reparando os
carros e, quando consigo dinheiro, vou para um quarto que custa R$ 30”. Mesmo tendo a oportunidade de estar em um abrigo
para pessoas de situação de rua, Valter diz que não conseguia ficar nesse tipo de espaço, pois não conquistaria o seu dinheiro e
perderia a liberdade. “O tratamento no abrigo é bom, mas aí fica aquele monte de gente sem fazer nada”.
(Deborah Arruda. “Drama social: moradores de rua em Manaus vivem com condições desumanas”. https://d.emtempo.com.br, 04.08.2020. Adaptado.)
Texto 2
Quanto à área da moradia, Róbson Mendonça, presidente do Movimento Estadual da População em Situação de Rua de
São Paulo, afirma que os albergues não são solução. “Albergue não capacita, não gera nada, faz a pessoa em situação de rua
ficar estagnada, indo de albergue em albergue, sem uma solução. Precisamos pensar uma maneira de tornar a ação efetiva,
fazendo com que o albergue seja algo provisório. O sujeito deve sair dele para um hotel social, conseguir um emprego e ir
progredindo gradativamente”, diz.
Além disso, deve-se ponderar que a discriminação que afeta a população em situação de rua faz com que as pessoas em
geral não entendam, por exemplo, a demanda por políticas de cultura, acreditando que ações de saúde, moradia e trabalho já
seriam suficientes. Ledo engano. Como para qualquer outro cidadão, a cultura para as pessoas em situação de rua também
é importante. Durante dois anos, no Complexo Zaki Narchi, em São Paulo, o projeto Oficinas trabalhou questões de direitos
humanos com pessoas em situação de rua, por meio de uma metodologia de arte-educação, ao oferecer oficinas de fanzines,
fotografia e preparação de eventos culturais, como carnaval.
Para Neide Vita, educadora em direitos humanos pela Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp), as polí-
ticas públicas devem ser feitas “com” as pessoas em situação de rua e não apenas “para elas”. “Só conseguimos fazer uma
política pública, e implementá-la, se ouvirmos todos os lados. Durante anos, a população de rua foi violentada e não conseguiu
ter visibilidade”, afirma.
(Luciano Velleda. “População em situação de rua é desafio para políticas públicas”. www.redebrasilatual.com.br, 24.09.2016. Adaptado.)
Texto 3
A “Política Nacional de Assistência” garante o direito da pessoa em situação de rua ser atendida por uma rede de acolhida
e de serviços de assistência. Embora os direitos sejam assegurados pelo Estado, esse muitas vezes discrimina as pessoas em
situação de rua, não as enxerga como seres humanos e, quando elas precisam de atendimento, o poder público revela descaso
ao demorar a atendê-las. Esse menosprezo desencoraja esses indivíduos de reivindicar um direito que lhes pertence. Isso influi
na descrença deles quanto aos projetos sociais.
Assim, devido à ineficácia de algumas medidas protetivas, o meio pelo qual as pessoas em situação de rua sobrevivem é
o trabalho informal. Essa alternativa, porém, é também muitas vezes impossibilitada pela cisão entre as pessoas em situação
de rua e a sociedade, pois aquelas nem são notadas como seres humanos, são invisíveis sociais. Segundo Domingos do
Nascimento Nonato, doutorando em Direitos Humanos pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e Raimundo Wilson Gama
Raiol, doutor em Direitos Fundamentais e Relações Sociais pela UFPA, “em geral, a população em situação de rua é vista
pela sociedade como um grupo que oferece risco relacionado a atos criminosos ou à violência, e não como um segmento que
se encontra em risco”.
(Ricardo G. Vasconcelos et al. “Pessoas em situação de rua: invisibilidade social, empregabilidade, saúde e vulnerabilidades –
um estudo a partir da Prática Curricular de Extensão”. Conecte-se!, vol. 3, no
6, 2019. Adaptado.)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empre-
gando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
As ações de amparo social podem diminuir a invisibilidade
das pessoas em situação de rua?
Texto 1
O Ministério da Economia divulgou a atualização do cadastro de empregadores que tenham submetido trabalhadores
a condições análogas à escravidão, conhecido como lista suja do trabalho escravo. A lista denuncia pela prática do crime
187 empregadores, entre empresas e pessoas físicas. No total, 2375 trabalhadores foram submetidos a condições análogas
à escravidão. A maioria dos casos está relacionada a trabalhos praticados em fazendas, obras de construção civil, oficinas de
costura, garimpo e mineração.
A legislação brasileira atual classifica como trabalho análogo à escravidão toda atividade forçada desenvolvida sob con-
dições degradantes ou em jornadas exaustivas. Também é passível de denúncia qualquer caso em que o funcionário seja
vigiado constantemente, de forma ostensiva, por seu patrão. Outra forma de escravidão contemporânea reconhecida no Brasil
é a servidão por dívida, que ocorre quando o funcionário tem seu deslocamento restrito pelo empregador sob alegação de que
deve liquidar determinada quantia de dinheiro.
(Bruno Bocchini. “Atualização da lista suja do trabalho escravo tem 187 empregadores”. https://agenciabrasil.ebc.com.br, 03.04.2019. Adaptado.)
Texto 2
A lista de empregadores flagrados utilizando trabalho análogo ao escravo no Brasil é considerada pela ONU um modelo
de combate à escravidão contemporânea em todo o mundo.
A partir da chamada “lista suja”, empresas e bancos públicos que assinaram o Pacto Nacional pela Erradicação do Traba-
lho Escravo podem negar crédito, empréstimos e contratos a empresários que usam trabalho análogo ao escravo. “A lista é
simplesmente um instrumento de transparência da ação do Estado, que tem a obrigação de fiscalizar e garantir direitos traba-
lhistas”, afirma Mércia Silva, do Instituto Pacto Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Inpacto).
“A lista suja combate o trabalho escravo, mas, mais do que isso, é um instrumento de gerenciamento de risco para a ati-
vidade econômica brasileira, porque ninguém quer se associar a empresas que usam trabalho análogo à escravidão”, disse o
cientista político Leonardo Sakamoto. “Não é uma questão de ‘bondade’ do mercado. A empresa que foi flagrada com trabalho
escravo pode estar sofrendo um processo grande e pode nem ter dinheiro no futuro para quitar empréstimos que venha a
tomar, se for condenada a pagar milhões. Era necessário que o mercado brasileiro tivesse um instrumento para garantir esse
controle”, afirma Sakamoto.
(Camilla Costa. “Para que serve a ‘lista suja’ do trabalho escravo?”. www.bbc.com, 06.04.2015. Adaptado.)
Texto 3
Para o presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Distrito Federal, Pedro Foltran, a função da lista suja do trabalho
escravo é intimidar empresas. As empresas afirmam que são incluídas na lista depois de um suposto flagrante autuado pelos
fiscais do governo e alegam que não têm a oportunidade de se manifestar no processo, o que viola seu direito à ampla defesa.
(“‘Lista do trabalho escravo’ serve para intimidar, diz presidente do TRT-10”. https://conjur.com.br, 06.03.2017. Adaptado.)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empre-
gando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
Lista suja do trabalho escravo: entre a proteção aos trabalhadores
afetados e o direito de defesa das empresas
Cristo Cigano História em versos dividida em 12 partes, baseada na história original espanhola do Cigano Cachorro, contada por João Cabral de Melo Neto a Sophia Melo, que também era devotamente católica. 1 poema separado e outros 11 numerados. Não fica claro se é um longo poema dividido em 12 partes ou um livro de poemas. O certo é que ela renegou o livro, achando-o, ao longo do tempo, muito distoante de sua obra.
A palavra faca
O poema abre como uma referência a João Cabral de Melo Neto, autor de “Morte vida severina”. São versos livres, há uma preocupação no uso das palavras de forma precisa, como a faca, que terá um significado de estrutura do poema, da apresentação da narrativa, de ligação a João Cabral de Melo Neto, do ofício do escultor e do fim do Cristo Cigano.
- O escultor e a tarde
Há uma descrição do escultor, organizado em dois quartetos, um quinteto e um terceto. A história começa na primavera, época de vida, tema comum da obra de Sophia de Melo. Trabalha-se também com referência ao Barroco nesse poema, já que dualidades se chocarão, como antíteses e paradoxos e oposições. O destino lhe esperava, nesse meio de vida.
- O destino
Os homens de preto podem ser uma referência às batinas de padre, pedindo o trabalho. Assim como usa “Seu”, em letra maiúscula, para se referir a Jesus Cristo.
- Busca Mas o escultor não conseguia ver a morte para esculpir o rosto de Cristo expirando, perto de morrer. Existiam duas possibilidades, ou ele achava alguém perto da morte, ou teria que matar alguém. Segundo o Novo Testamento, Cristo morreu de ter sido esfaqueado, então era também outra coisa que poderia ter levado à obsessão do escultor pela faca que não só o instrumento do ofício. Renegava a morte, só recriava da vida e a vida o cercava. Procurava, sem entender a morte. “E como te amarei Tanto que em meus dedos Tua imagem floresça E entre as minhas mãos O teu rosto apareça?”.
- O encontro
Ele finalmente encontra um cigano se banhando na margem do rio, nu. Na história, aparentemente existia um cigano chamado Cigano Cachorro, popular na região. Apesar dele não ter nome aqui, ele é o mesmo da história e é descrito de forma sensual.
- O amor O escultor se apaixona pela visão. Abandonou a crença de que esculpia a vida e teria ele esculpido. Sabia que seria seu fim, que entraria em conflito com suas crenças e sua obra máxima.
- A solidão Aqui se dá ele procurando pelo cigano
- Trevas Agora ele procura uma face oculta, envolto em trevas de um mundo que a ele antes era claro, entrando em dualidades.
- Canção de matar Ele usa a faca para fazer o paralelo do amor ao objeto da obra, de como sua morte dará vida ao seu rosto que esculpirá em madeira, tal qual na história original de uma estátua de quase dois metros talhada em madeira. Ele assim se libertaria da obsessão com a faca, trazendo morte.
- Morte do cigano Com 3 versos, anuncia a morte de como foi rápido o processo. Curioso notar o uso de sons sibilantes, como uma faca que corta o ar. Assim como o uso de sons plosivos, como se fosse o choque, um encontro de corpos, um golpe.
- Aparição O cigano vai morrendo, e aquele intermédio entre vida e morte vai se pintando ao rosto, para que o escultor possa ver. Uma das possíveis histórias originais é que o escultor viu o Cigano Cachorro falecendo e depois reconheceram o seu rosto na escultura final, mas a outra teoria é que ele realmente o matou e depois viram a semelhança do rosto e deduziram que ele matou o cigano.
- Final Nada da vida foi seu modelo, a lenda acabou assim. Não é um poema da vida, mas da morte, da complexidade e da dualidade de estar vivo.
O tema de redação da UNIFESP 2025 foi “Ser imigrante: entre desafios e oportunidades”.
Confira os textos motivadores a seguir:
Texto 1
A Organização Internacional para as Migrações (OIM),
Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para as
migrações, lançou o Relatório Mundial sobre Migração de
2024, o qual revela que, ainda que a migração internacio-
nal continue a impulsionar o desenvolvimento humano, os
desafios persistem. A migração é comumente ofuscada por
narrativas sensacionalistas. Entretanto, a realidade tem mui-
to mais nuances que as manchetes não conseguem captu-
rar. A maior parte da migração é regular, segura e com foco
regional, diretamente vinculada a oportunidades e meios de
subsistência. Mesmo assim, a desinformação e a politização
do tema contagiaram o discurso público.
(“Relatório Mundial sobre Migração de 2024 revela as últimas tendências e
desafios mundiais para a mobilidade humana”.
https://brazil.iom.int, 07.05.2024. Adaptado.)
Texto 2
Subindo um aclive em Montmartre, na direção da antiga
igreja de Sacré-Coeur em Paris, era possível ouvir conversas
em voz baixa entre os empregados que tratavam de fechar
o comércio e tomar o rumo de casa. De passo apertado para
fugir do frio, eu conseguia vislumbrar os rostos jovens dos
funcionários da quitanda que se despediam em árabe. Eram
meninos de sobrancelhas grossas e barbas bem desenha-
das. Eu sabia: aqueles garotos eram sírios. Na quadra se-
guinte, um grupo de homens altos e esguios passou por mim.
Tinham a pele negra e os dentes brancos. Falavam francês,
mas vinham do Mali, pensei. Na estação Pigalle, ao descer a
escada do metrô, tive de esperar que uma senhora boliviana
se entendesse com o sistema eletrônico que emite as passa-
gens. Dentro do vagão me perdia em pensamentos sobre a
origem e o destino das pessoas daquele trem.
“Tem que mandar embora esses imigrantes”, alguém es-
tava falando em voz alta no metrô. Demorei a entender que
era justamente o homem sentado à minha frente quem falava
assim. O discurso violento continuou por algumas estações.
A cada vez que o vagão mergulhava no túnel escuro, eu via
meu próprio rosto refletido no vidro da janela. Pele clara, ca-
belo crespo, nariz grande. Eu não sentia que a agressividade
daquele homem era dirigida a mim. Mas poderia ser. Sou bra-
sileiro, afinal. Estrangeiro, como os demais. Na minha ima-
ginação, eu me acomodava ao lado dele e dizia: “Monsieur,
meu nome é Charleaux. É um nome francês, não é? Pois
bem, eu não sei de onde ele veio. Mas o fato é que, em algum
momento, algum francês saiu daqui e se meteu no Saco da
Ribeira”.
Eu, brasileiro, voltava em 2018 a uma França de onde,
um dia, haviam partido parentes distantes em direção ao Bra-
sil. Por isso me soava ainda mais absurda a agressão que
aquele cidadão grosseiro dirigia aos imigrantes. A história da
humanidade é de viagens, migrações, choques, encontros e
desencontros. Como alguém pode se opor tão violentamente
contra isso?
(João Paulo Charleaux. “‘Ser estrangeiro’: história e conceitos da migração”.
www.nexojornal.com.br, 02.09.2022. Adaptado.)
Texto 3
(Alexandre Beck. www.facebook.com, 12.08.2019.)
Texto 4
A Austrália atrai brasileiros que buscam por oportunida-
des de viver no exterior. O país precisa de mão de obra de
trabalhadores estrangeiros e por isso facilita a entrada de
imigrantes em seu território. De acordo com o governo aus-
traliano, brasileiros formam o maior grupo de imigrantes da
América Latina para a Austrália. Os mais recentes dados do
Censo 2021 apontam que existem cerca de 46,7 mil brasilei-
ros morando por lá. Desses, 20 mil são estudantes.
Os dados da ONU mostram que o país tem um dos Índi-
ces de Desenvolvimento Humano (IDH) mais altos do mundo.
A combinação de qualidade de vida e oportunidades são al-
gumas das razões que motivaram a administradora Thainan
Brito, 30, a mudar-se de São Paulo para Sydney. A sensação
de segurança e o poder de compra também são apontados
por ela. Thainan destaca a eficiência do transporte público
como uma notável vantagem em relação a São Paulo. Ela
afirma que os trens estão sempre vazios, além de serem ri-
gorosamente pontuais.
Embora os salários sejam bons, a principal diferença em
comparação com o Brasil está no poder de compra. Apesar
dos altos custos com aluguel, alimentação e outros itens es-
senciais, o que sobra pode proporcionar um padrão de vida
superior. Com o que resta, é possível fazer compras e adqui-
rir produtos de qualidade, algo que pode ser mais restrito no
Brasil. Thainan diz que conseguiu comprar um carro: “Apesar
de trabalhar muito, nunca tive carro no Brasil, e aqui, com
quatro meses, comprei um. Isso foi um grande marco para
mim.”
(Amanda Fuzita. “Morar e trabalhar na Austrália: Dicas, salários, custo de
vida e histórias de brasileiros”. www.estadao.com.br, 07.08.2024.)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios co-
nhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo,
empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o
tema:
Ser imigrante: entre desafios e oportunidades
O tema de redação do ENEM PPL/Reaplicação de 2024 foi “Desafios para a valorização da arte de periferia no cenário cultural brasileiro”. Assim como se mantém no ENEM, o tema tem uma preocupação social, com um caráter de já se ter proteção por leis e um descaso social dos assuntos.
Você pode conferir os textos motivadores apresentados a seguir:
TEXTO I
A expressão “cultura de periferia” passou a ser utilizada
muito recentemente, seja nos movimentos sociais, seja
nas pesquisas acadêmicas.
Ao ler o Manifesto da Antropofagia Periférica, texto
inspirado no Manifesto Antropofágico do Modernismo
brasileiro, e ao observar a forma como os diferentes
coletivos utilizam a palavra “periferia”, é perceptível que
ela assume um sentido para além daquele que a designa
como uma relação de distância geográfica a partir de algum
centro. “Periferia” assume um conjunto de representações
simbólicas relacionadas à classe, etnia, lugar de moradia
e condição do jovem na metrópole.
ALMEIDA, R. S. Cultura de periferia na periferia. Disponível em:
https://diplomatique.org.br. Acesso em: 24 jun. 2024 (adaptado).
TEXTO II
Manifesto da Antropofagia Periférica
A Periferia nos une pelo amor,
pela dor e pela cor.
Dos becos e vielas há de vir a
voz que grita contra o silêncio que
nos pune. Eis que surge das ladeiras
um povo lindo e inteligente galopando
contra o passado. A favor de um futuro
limpo, para todos os brasileiros.
A favor de um subúrbio que clama
por arte e cultura, e universidade para
a diversidade. Agogôs e tamborins
acompanhados de violinos, só depois
da aula.
Contra a arte patrocinada pelos
que corrompem a liberdade de opção. Contra a arte
fabricada para destruir o senso crítico, a emoção e a
sensibilidade que nasce da múltipla escolha.
AArte que liberta não pode vir da mão que escraviza.
A favor do batuque da cozinha que nasce na cozinha e
sinhá não quer. Da poesia periférica que brota na porta do bar.
Do teatro que não vem do “ter ou não ter…”. Do cinema
real que transmite ilusão.
Das Artes Plásticas, que, de concreto, quer substituir
os barracos de madeiras.
Da Dança que desafoga no lago dos cisnes.
Da Música que não embala os adormecidos.
Da Literatura das ruas despertando nas calçadas.
A Periferia unida, no centro de todas as coisas.
VAZ, S. Disponível em: www.novacultura.info.
Acesso em: 24 maio 2024.
TEXTO III
Galeria, lambe-lambe, favela grafitada, muro de casa,
parede de escola. Eis alguns exemplos de obras visuais
que se apropriam da arquitetura improvisada das cidades e
interagem com a população. Essas intervenções artísticas
são importantes porque transformam paisagens e passam
mensagens de identidade, representatividade e justiça social.
O projeto Artitudes femininas, do coletivo Mulheres
arte de rua Pará, coloriu muitos muros de Belém, como o
dessa imagem no bairro de Benguí. A organização valoriza
grafiteiras da Amazônia, abrindo espaço e promovendo o
seu reconhecimento.
Disponível em: https://expresso.estadao.com.br.
Acesso em: 24 maio 2024 (adaptado).
TEXTO IV
Nascida na periferia da Grande Belo Horizonte
(BH), produtora completa 15 anos de história:
“Não queremos ser uma exceção”
Fundada em Contagem, a empresa é uma verdadeira
fábrica de filmes premiados. O catálogo foca em produções
humanistas e com temas diversificados, e já soma mais de
50 prêmios desde sua criação.
A equipe é formada por diretores nascidos e criados
na periferia de Contagem, onde não só encontraram
boas histórias, mas também aprenderam na prática que
a reprodução da realidade iria muito além de um set de
gravação. Para os artistas, o diferencial da produtora é
justamente o “olhar” para questões socialmente importantes
que só as pessoas que cresceram em lugares esquecidos
pelo poder público têm
Informação para validação de diploma na Bélgica – https://www.belgium.be/en/education/authenticating_your_qualifications_abroad
Site do Ostbelgien – https://ostbelgienlive.be/desktopdefault.aspx/tabid-107/
Site do Equivalences CFWB – http://www.equivalences.cfwb.be/
Site do Naric – https://www.ond.vlaanderen.be/naric/en/index.htm