Mês: março 2024
Março = Entender como melhorar ou solucionar completamente os problemas de um tema de redação, identificar os 5 elementos da proposta de intervenção (ação, agente, modo/meio, finalidade/efeito, detalhamento) e como escrever uma proposta de intervenção nota máxima (tema para praticar: ENEM 2015, persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira)
Abril = como escrever uma introdução com e sem repertório, quais são os elementos de um parágrafo de introdução, como usar as palavras do tema, como fazer a conexão do repertório com a realidade do tema e criar teses a partir dos textos motivadores (sugestão de tema: ENEM PPL 2017 consequências da busca por padrões de beleza idealizados)
Maio = como escrever a introdução e ganhar 200 pontos na competência II já na introdução, definindo o que será escrito nos desenvolvimentos e prevendo a proposta de intervenção (sugestão de tema: ENEM 2016 caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil)
Junho = como escrever um parágrafo de desenvolvimento com repertório dos textos motivadores, entendendo como fazer o tópico frasal (sugestão de tema: ENEM PPL 2016 alternativas para a diminuição do desperdício de alimentos no Brasil)
Julho = férias
Agosto = como escrever um parágrafo de desenvolvimento com repertório fora dos textos motivadores, conectando os repertórios com a discussão, justificando e explicando (sugestão de tema: ENEM 2018 Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet)
Setembro = como escrever um parágrafo de desenvolvimento com os conectivos para chegar em 200 pontos, justificando, explicando e concluindo a argumentação (sugestão de tema: ENEM 2015 PPL o histórico desafio de se valorizar o professor)
Outubro = Escrever os últimos 5 temas de redação do ENEM / 1 redação a cada 2 semanas (total de 15 redações em 30 semanas)
A obra tem 3 edições, uma do lançamento, em 1946, mesmo ano de “Sagarana”, outra esquecida (talvez reimpressão ou segunda edição nos anos 2000?) e uma terceira em 2018. Foi o romance de estréia de Ruth Guimarães, sempre apaixonada por ler e que morou na região rural.
A obra possui dois grandes momentos, 50 anos antes e 50 anos no momento da narração, até o fim dos anos 30.
Há um locutor silencioso, ao qual o narrador fala com e é sempre preocupado com a verdade.
É uma obra sobre o caipira do sudeste, em dois momentos do Brasil, antes e depois da escravidão em uma fazenda no sul de Minas, próximo ao Vale do Paraíba, local de nascimento e de vida da autora.
Os locais de maior atenção são a própria fazenda Olhos d’água e uma cidade próxima da fazenda.
O sentimento principal da obra é o medo.
A história se assemelha aos moldes de um causo contado, já que nem tudo é contado de uma vez e as histórias vão se adicionando aos poucos sem conexão aparente, até que elas se conectam ao final, como uma grande epifania de um causo contado.
Realismo mágico – É impossível traçar a linha de quando superstições e crendices superam a ciência e o racionalismo, os dois existem ao mesmo tempo
Super-realismo – O regional vira universal
Trecho inicial
Estas coisas aconteceram em qualquer tempo e em qualquer parte. O certo é que aconteceram. E, como sempre se dá, ninguém apreendeu nada do seu misterioso sentido. (A história é uma professora sem alunos, A história ensina e ninguém aprende.)
Capítulo 1 O narrador, muitas vezes que dá voz também a própria autora, conversa com um locutor silencioso chamado “moço”. Ele começa a descrever a região que passará boa parte da narrativa. O narrador conta como todo o engenho era o mesmo e não era. Talvez até tivesse as mesmas árvores, animais e até o mesmo Seu Pedro Gomes que lembrava da época, mas a praga mudou tudo naquele lugar, o ar era diferente. A casa tem salas grandes e o sol invade com facilidade tudo, mas há um ar frio de morte por ali, seja pela praga, pelo terreno construído por cima de corpos de negros ou de Maria Carolina, ou Sinhazinha Carolina, antiga bela dona que vigia tudo pelo quadro pendurado na sala. Era irmã de outros dois, Sinhá Maria Isabel, casada, e Miro. Quando a caçula casou, teve festança de uma semana, para felicidade da mãe desses três que eram a praga de sua vida. Tinham matado 40 bois e perderam noção dos cabritos e dos doces. Apesar do exagero, o narrador falava que era verdade, pois até Seu Pedro Gomes poderia confirmar. O narrador tem uma preocupação da história ser verídica, quando há uma suspensão da verossimilhança, ele diz que outros podem comprovar ou que tem como ele provar ou que o povo falava que era verdade, tal qual a expressão de que “A voz do povo é a voz de Deus”. Mas o casamento havia de terminar mal, “casamento que começa com foguete, acaba com porrete. Esse não acabou com porrete, mas foi muito pior.”. Um guainumbi, um beija-flor, de papo branco entrou no quarto no dia do casamento. No começo era bom, mas depois o marido virou festeiro e ia para todas as farras com Seu Pereira. Mas Sinhá não brigava, casou contra a vontade dos pais. Pode até ser que brigasse, mas era escondido ou nunca aconteceu. “A soberba ajudou Sinhá a sofrer calada”. Sinhá Carolina costumava visitar a irmã, que toda hora o marido de Sinhá Carolina ia para longe e voltava chorando. Mas o problema é que ela acreditava no arrependimento que era tantas repetidas vezes, achava sempre que mudaria. “Mulher, pelo coração, a gente leva para onde quer.”. Casaram cedo e era difícil mudar. Quando mudou, o coração de Sinhá já tinha endurecido. Um dia, Sinhá Carolina queria comprar uma cozinheira, Joana Maria dos Anjos, o problema foi que Seu Joaquim Dias falava que era melhor comprar o marido dela também, já que ela era muito bonita e podia dar problema com o marido dela que era mulherengo. Afinal, sempre havia trabalho na roça, uma mão extra era sempre bom. Ela tratou mal já de cara a cozinheira, até a Sinhazinha achou ruim o tratamento, mas a mãe falou que ela fazia o bem entendia pois ela mandava, quando ela fosse mandar, ela faria diferente. Os tempos que a faziam ser assim, ela não era de todo má, tal qual a desgraça depois não era de Joana dos Anjos, mas podia bem ser uma parcela de culpa, mas não total. Tem gente que só aprende depois que “fica com o sinal na carne”. O narrador fala de uma vez que o Sinhô foi sair procurando Carolina. O narrador até fala da beleza das coisas repetidas e como elas são sinais da beleza do mundo. Tal qual a história de Carolina e Deus eram um só. Zé Lucinda tocava violão numa toada repetida. Carolina tinha tido um sonho ruim com Sinhô, mas ele dizia que não ia dar nada. Coitado dele que sempre contrariava. Morreu, acharam com o pescoço quebrado, falaram de praga, até mesmo que era de Joana, e o narrador falou que era cobra e o cavalo assustou, crendice tem limite. Sinhá ficou de luto mas não a viram chorar. Reparou que Joana chorava pelos cantos, mas a soberba de Sinhá era ruim e ela insistia no não. “Ruindade, às vezes, é só falta de imaginar a tristeza dos outros”. Quando começou a cuidar da fazenda, mandou matar o baio, cavalo, só para que tivessem noção de sua ruindade, achavam melhor que tivesse dado ou presenteado ou vendido. Instalaram um moinho perto, Sinhá mandava e a desgraça dela veio por lá. A vida dela subiu, como a de todos que vêm em ondas, mas a dela subiu e desceu, de uma vez, com ela “de cabeça em pé”. Tinha ferramentas para se salvar, o marido, a filha, o dinheiro, mas o progresso vinha e tirava tudo que atrapalhava: marido morreu; filha saiu da frente; o dinheiro perdeu. Assim como Deus quis ter.
Capítulo 2
O narrador explica do caminho da estrada do Limoeiro para Olhos D’Água. De dia é alegre, de noite passava o espírito de Sinhazinha Gertrudes. Sinhazinha era como Sinhá, de juventude e de gênio. Ela procurava frutinhas, e a morte a esperava. A natureza sempre se embeleza para avisar o amor. Tudo fica mais cheiroso, vivo, e seus olhos eram lindos e encontraram os do filho do capataz. Parecia que o Inácio Bugre tinha armado tudo. Inácio Bugre é, supostamente, pelo seu comportamento e atividades, alguém indígena. O problema é que isso não é explicado claramente, alguns indicativos, além do comportamento (sisudo, poucas palavras, bom de natação, resistente à picada de cobra, bom com arame e trabalhos manuais) é o nome Bugre, que é um apelido pejorativo para indígenas de europeus por não serem cristãos, que vem de uma palavra francesa “bougre” que significa “búlgaro”, um povo considerado no século XII herético, o significado da palavra. Trazia presentes, armados, frutas, acessórios, não trazia a lua como Sinhá dizia porque estava alto demais. Um dia ela se afogou e Inácio a salvou. Ela ficou dias acamada, ele ficou do lado sem sair e sem comer. Quando falaram que ela iria melhorar, chorou. Parou pouco depois e fechou a cara. Quando foi vê-la outro dia, sorriu pela primeira vez. O amor estava ali, de uma barulhenta e um quieto. Mas falavam daquilo, ele podia ter más intenções. Sinhá gostava da simplicidade do homem, não era levada fácil por comentários alheios. A família de Inácio que deu o nome da fazenda, com várias nascentes boas e a crendice que ali era que a mãe d’água tem chorado. Trabalhava no brejo, ia de canoa, levava frequentemente picada de cobra. Tinha quem dizia que “ele tinha oração de fechar o corpo”, mas tinha mesmo sangue forte e fumo bom pra fechar ferida. Falava pouco, sorria pouco, mas tinha medo nenhum. Casou o filho do capataz com a menina, mas Sinhá não apoiou. Fez festa e antes dela já vinha tossindo. Conversavam que Seu Jovino não ia bem. Zé da Lucinda um dia se assustou com ele. Era o falecido Sinhô velho da fazenda, que todos se riam dele não saber quem era. Muitos dos velhos moravam no antigo armazém, Sia Maria, a avó, que sempre prozeava por lá, a querer saber de Miro, mas não queria saber de morar com as filhas apesar da saúde. A vida de Sinhazinha continuava uma festa, e Sia Maria não gostava do que ela aprontava. Sinhá falava menos, Sinhazinha o suficiente pela manhã, que passava com a avó o dia todo, mas ia mesmo era com o filho do capataz na canoa. Sinhá brigava com a tia Maria Isabel, não aprovava o filho de capataz. Não pensava no amor por casamento pois o dela não deu certo, logo o de Gertrudes não daria. Maria Isabel aceitou, ficou quieta e “saiu da fazenda para nunca mais voltar”. Tempos depois a Siá Maria faleceu, encontrar-se com o seu velho. Isso afetou Sinhazinha, pois não tinha a quem pedir conselho. Pode ser que foi decidir e decidiu mal, ou bem, nem o narrador sabe. Sinhá continuava dura, Sinhazinha corria para Inácio, até que ela saiu do ninho de vez. Sinhá quis falar com o filho do capataz e corria o boato de que Inácio ajudou o casal a fugir. Inácio ficou ofendido com a acusação, Sinhá estava desconsolada. Ela estava arrependida, e ele não dizia por nada, até porque se fosse a filha dele, não precisava fugir. Queria mandar gente, mas pra quê? Ficou sozinha e sem consolo. Seu Joaquim Dias após um tempo não trabalhava mais na fazenda. Até pensaram os dois de falarem que o filho do capataz era bom, e que ela perdoava a filha, mas a única troca foi de dinheiro. E aí piorou, era uma troca de capataz que nenhum prestava, um chegava tarde e não gostava de trabalhar, outro comprava briga e apanhou, outro era ruim e morreu, outro nortista de cara fechada, e um alemão que não achava brasileiro bom pra trabalhar. Esse ficou. Ficou e pra piorar. Ler página 35
Capítulo 3
O dono da fazenda expulsou o filho de casa. Não se sabe o que é, mas pelas palavras do pai que coisa boa não era. Um cavaleiro bem vestido chegou na fazenda, o mesmo menino que foi expulso da fazenda, apesar de não ser explicado diretamente, querendo saber do dono. Falaram para onde ir e ficaram pensando que ele ia comprar a fazenda. Mas os bichos dali saiam de perto da nova figura. Sinhá gostou dele, apesar de ser estranho um moço aparecendo assim. Eram olhos miúdos de cobra que seduziam, falava pouco. Choveu como nunca na noite. O alemão foi mandado embora, mesmo que ela não tivesse queixas, o novo moço ficou de capataz. Logo espalhou que ela casaria com o capataz. Logo depois que ia vender a fazenda. Falavam até mais, que iam comprar outra fazenda. Apesar do aviso de Miro, que não se intrometia e mal falava com sua irmã, avisar da situação, Sinhá não ouviu. Mulher se enleva com pouco. Miro respeitou. Tinha até boatos que ela e a irmã estavam bem. Mas não estavam, nem se falavam, a filha ninguém sabia, só o Bugre e ele não contava. Ela casava, ele disse que não era de deixar, mas que pelo menos fosse de separação de bens. Isso não era apenas o louco do Miro que via do dinheiro, mas até mesmo de que sabiam que ele foi expulso pelo pai. Há um retorno do conto de como Seu Jovino morreu. A desgraça é uma metáfora em uma história do narrador, e ela chegou para Sinhá Carolina por boa fé, ela nunca mais voltou para a fazenda, a Sinhá Carolina, ela mesma, com esse nome, nunca mais voltou. Sinhá Carolina se deu por toda, como o Diabo gosta, e por ter ficado sozinha, aceitou aquele pouco agrado. Ela fechou a mala e fechou a vida. Todo mundo é como canoa em água funda, a água mexe um pouco, mas é isso. Ler página 52
Capítulo 4
Viram Inácio indo levar a Sinhá para a estação. A história salta para o momento da fala do narrador, os acionistas estavam feliz com tudo, dinheiro sobrava. O novo manda-chuva queria saber o que achavam, chamava todos de amigos, camaradas, perguntavam o que podia melhorar, queria a opinião de pessoas que nunca ouviram nada mais do que ordens. Gente bruta também gosta de ser tratada como gente. Traziam gado novo, cruzavam para ter mais, cimentaram vias, progrediram. Foram 50 anos e muita coisa mudou. O chefe era tão próximo da gente e trabalhava igual que ele era chamado de Velho. Conversavam, comiam e riam juntos.
Capítulo 5
O narrador conta do modo de transporte da época e de hoje. Se antes eram carroças do Miro puxadas por burro, uma traquitana esquisita, hoje eram os caminhões do Zé Luiz, que mudaram de estética mas a engenharia era a mesma. No tempo do Miro era festança, faziam quantas viagens necessárias, até compras na cidade. Do Miro só sobrou uma neta, Curiango, sabia cantar, mas que nem sabia das histórias dele. Ficaram as invenções, acostumaram com a falta. O nome era de pássaro, mas o motivo é incerto. Ela atraía não pelo corpo ou olhos, mas um calor que vinha dela. Joca gostava dela antes mesmo de saber que gostava. Seu Pedro Gomes tentou apartar uma briga de desordeiros e levando facada. Não levava desaforo pra casa e quase nunca mais voltou para ela. Passou a sentir as coisas com a ferida, como toda pessoa, animal ou criança quando sente no ar a mudança. Assim como a lua também muda as coisas. Assim como Curiango.
Capítulo 6
O narrador conta da safra e dos animais criados e de criar estoque. Era nessa época que Joca viu Curiango. Na festança da casa dos Netos tinha de sobra de trabalho aos homens e mulheres cozinhando, já tinha gente e já tinha bagunceiro, como Zé Pedro bebendo e Choquinha, nome que tem sempre de ficar andando de cócoras e ficar nos cantos assim, que queria ajudar mas não conseguia, era enxotada para outro lugar. Joca mal percebeu Curiango, mas na hora da roda que a viu. Achou graça no jeito, ainda mais no apelido e do pai brabo. Ficou sem saber se gostava dela, até o casamento de Cecília. Teve até mesmo que ele caiu em um barranco correndo atrás de Curiango, sendo que no mesmo dia ela tinha ido embora com o pai. Era algo “naqueles olhos”. O narrador puxa a fala de ter ido à Mariquinha Machado para se benzer, e das histórias dela de benzimento. Ele acreditava que era mau-olhado em vez de paixão. Só que Curiango gostava dele e achava estranho as crendices e como espalhou a história do feitiço. Perdoou como se nada tivesse acontecido. E a primavera chegou em setembro. Lembrou da primeira vez que a viu e que a assustou, saiu voando como pássaro. Em um dia que comia Jaboticaba, viu como Mariana pedia para que ele jogasse e como ela cresceu. Pena que era nova. Desceu e viu Choquinha que pedia esmola. Não dava esmola mas dava carona. A relação entre os moradores e Choquinha é de não querer por perto, mas não querer longe. Joca estava de bom humor com a primavera. Sentia-se curado, não por causa do Dr. Amadeu. Tristeza de moço não dura muito tempo. “O coração de Joca era um potro xucro dando pinote”. Em uma noite quente, mal dormia. Era calor, ou até mesmo cavalo que procura algo no cio. Saiu para tomar sereno e acabou parando perto da casa de Mariana. Ler página 74.
Capítulo 7
Joca precisava viajar para resolver uns assuntos em Maria da Fé. Cantavam uma música triste na madrugada. Na volta, mostravam as compras, menos Joca que fingia não ter comprado algo. Na volta, Messias cozinhava naquela noite de breu e contavam histórias de encosto e fantasma. Falaram de portão batendo, enterro no céu, luzes, rezavam. Dito achava tudo esquisito e não se intrometia. Teve outro contando a história de um homem que não podia ir para o céu até ouvir um “Deus lhe pague”. Ganhou por dar um tatu. No meio da conversa, um rato foi roer o pacote de Joca, ele ficou louco, era um corte na seda ramada.
Capítulo 8
Toda noite na casa de Julinha tinha truco apostando dinheiro. Joca participava mesmo que não fosse bom. O truco mineiro joga com manilha específicas. É tão comum que é até parte de vocabulário, como a palavra “maço” e “seis”. A jogatina ia longe, o parceiro de Joca era bom e ele ia na toada, Mariana até pedia pra ir embora mas ele ficava ali. Jogaram até de madrugada. Por ali, veio um homem falando de uma empresa contratando com salário bom, emprego fácil, manual, mas que pagava bem. Mas era a vida, podia chover, trazer lodo, mas tudo era canoa em água funda. Em uma outra passagem, Mariana aparecia com o vestido que Joca comprou. Naquele dia de sol, tudo ficou calmo prevendo algo que ia acontecer e esperavam pra ver, Curiango viu o casal e não entendia bem, ou entendia bem até demais. Mariana até tentou fazer barraco, mas Curiango era maior. Disseram que jogaram o vestido novo pela janela. Joca queria ir nesse trabalho novo. Não ia por dinheiro, mas vergonha e de se punir. Até jogaram truco depois, mas Joca estava muito abalado por qualquer coisa. Zé Lucinda e Joca foram parar na cadeia por dois dias. Olhos d’água queriam os dois por lá mesmo, não porque eram pessoas ruins, mas formavam um grupo ruim. Ler página 93.
Capítulo 9
Mané Pão Doce era o antigo padeiro antes de Zé da Lucinda. Tinha sumido e nem entenderam como. Voltou pele, osso e pereba, pois foi ao trabalho do sertão que pagava bem. A filha ia bem e ele estava sozinho, acreditou e se deu mal. Era tão ruim quanto morrer. Trabalhavam sem parar, quando paravam eram assediados psicologicamente. A única forma de comprar algo era pelo armazém também da companhia que vendia mal e caro. O dinheiro vinha por vales e só podiam usar no armazém. Tentou pedir as contas, mas cobraram tudo que ele fez e tinha, devia dois meses de trabalho e seria preso se não pagasse, era trabalho escravo. Até tentou gritar com o patrão, acordou machucado e foi vigiado. Só que aos poucos foram vendo que mais ficavam com raiva. Não iam matar porque ir para a cadeia por aquilo não valia a pena. Planejaram fugir e conseguiram. Tiveram que amordaçar e irem como feras, já que eles estavam armados e já tinham matado outros. Fugiram um para cada lado e julgaram que não seriam seguidos. Quando ouviram a história, no dia seguinte, o homem que arranjava gente para trabalhar lá apanhou feio do pessoal. E era justa a cambada ruim que foi parar lá com mais gente ruim. Queriam dar um susto mas arrastaram o homem de corda pela cidade. Volta uma cena para um homem amaldiçoando Bugre, que ele seria o primeiro, mas não era. Tal qual 50 anos atrás, pessoas trabalhavam como formigas, mas como escravos. Muito não mudou. O narrador teve dó do homem jogado ao banheiro com remédio de carrapato. Ler página 98.
Capítulo 10
Joca se perdeu no rabicho de Mariana, depois no jogo, e, finalmente, a pinga. Vivia bêbado e sendo resgatado, ouvia sermão e sabia que era de laia ruim, mas queria que tudo se danasse. Vicente ainda dizia que podia ter algo com Curiango, com mulher, nunca se sabe. Choquinha foi pedir esmola para Mariquinha e ela pedia que tudo fosse em verso e assim ela fazia. Joca via tudo enquanto trabalhava no sol. Joca parou para ver Curiango vindo escondido. Acabou vendo Bugre. Amaldiçoou e esperou ela vir, veio e se assustou por achar que tinha gente vendo ela. Ela foi com um pote vazio e voltou cheio, ficou maravilhado vendo ela. Ficou até sabendo mais. Viu Tonho Piraquara passando por ali, tal qual outro pássaro. Pensou que ia ver alguém, até mesmo fosse Curiango, mas nada. Pensou até que fosse para matar alguém mas não, chegou Cecília e ele sumiu. Ficou até pensando em Antônio Olímpio, que tinha a mulher que o traía constantemente. Ficou em choque de contar e não contar da traição, lembrou de quando foi dançar com Curiango e como tudo chegou àquele momento. Lembrou de quando a ajudou levar um pote e fingia que não a conhecia. Era um bruto que não merecia tanta doçura porque ele o achava isso, não que o mundo não quisesse. E nesse tempo quente de vergonha, ela perguntou do boi e do nome, Condenado, mas ele o era e falou tudo, até de como a mulher que gostava não gostava dele, mesma cena de uns capítulos atrás. Tinha medo nenhum do feitiço, sentia-se bem, mas “a Mãe de Ouro é mais forte.”.
Capítulo 11
Mãe de Ouro é um folclore de uma mulher com cabelo de fogo que protege as mulheres casadas e mostra onde tem ouro. Em vez de ser uma ajudante de pessoas que querem se enriquecer, ela só avisa para que não cheguem por perto. Só que como toda lenda, há quem acredite demais, por ouvir os mais velhos e tentar achar explicação em um mundo caótico, e quem acredite de menos, que abusa e debocha. Muitas vezes, quem se dá mal é o último, seja por não se firmar em nada ou tomar porrada do natural e do sobrenatural. Joca acreditava que Curiango era uma praga de Mãe de Ouro. Caiu no barranco porque viu Mãe de Ouro, toda vez que via Curiango sentia no olhar dela a praga que chegava. Tinha um sonho ruim que alguém ia matar Curiango. Na mesma noite, Siá Maria acudiu Joca, seu filho. Achou tudo estranho. Ele parecia dormir, tentou até acordá-lo mas desistiu. Joca contou depois para Curiango, até falando que um dia mataria ela. Ela não achou graça, mas não era para achar. Enquanto a fazenda crescia e aumentavam a produção de cachaça, inventaram de pregar uma peça em um português durante a quaresma, havia uma reza braba que só podia ser ouvida de pé ou de joelhos, além de que os violões eram embrulhados, escondiam-se quadros e fechavam portas. Inventaram de fazer um Judas no sábado de aleluia e assustaram o português Pais que não conseguiu frear direito. Ele deu tiro para o alto de nervoso. Curiango e Joca, ao se casarem, pareciam crianças nas conversas. Moravam em um lugar perto de Olhos D’Água. Em uma noite de São João, ainda lembrou-se do caso de Cecília e da traição com o Quim e se mordia querendo contar. Enquanto viam os outros, pensavam em como subir o pau de sebo. Em uma noite que Joca tinha saído, Curiango deu uma festa e ficou mal, estava parindo. Nem Nhá Chica sabia o que fazer, rezava e pedia para não morrer. Joca deu tempo de chegar, vendo ela com suas roupas – era simpatia – e ele conseguiu ver a isquinha de gente. Joca ficou todo bobo. Mas a praga de Mãe de Ouro era pior que morrer, Deus não deixou que ele morresse. Ele tinha uma vida boa que ia levando, mas a praga veio, veio uma geada que destruiu tudo. O que sobrou dava pouco e nem valia. Depois aconteceram mais coisas estranhas, de espírito mau andando por aí, gente caindo, briga de coronel e vaca, vaca sendo liberada e depois o coronel arrependido, o administrador de Olhos D’Água comprando briga com os vaqueiros. E o narrador viu a morte chegando quando os vaqueiros mataram Santana e procuraram vingança por lá. Deu 3 meses e tudo tava certo. Mataram por charme e os pobres morreram. Ler página 119
Capítulo 12 Joca não sente mais nada, sente falta de sentir algo. Dizia que a Mãe de Ouro ia pegar ele um dia. Vicente Rosa que insistiu que ele falasse, mas ficou na dúvida se era bebedeira ou se ele estava sério demais. Em uma tempestade, Joca pedia ajuda para Curiango que Mãe de Ouro não a pegasse, mas ele não dizia exatamente isso. Há uma passagem de tempo para quando Joca trabalhando nas máquinas da Usina, ouviu Luís Rosa debochando do calor e encheu ele a pauladas com lenha quente. Todos fugiram para cada lado e não tinham coragem de seguir Joca. Acharam ele sem sentido em um morro. Nem o Dr. Amadeu entendia, todos queriam distância. Dr. Amadeu fazia várias perguntas, tentava achar desde genética até vício. Joca desembuchou e tinha medo de ficar louco. Ele sabia que tinha ataque quando via a Mãe de Ouro e lembrava de todas as vezes que a via, o Dr. ficou maravilhado. Joca tinha medo, só sabia das coisas depois, quando bateu no Luís Rosa ele não lembrava. O pessoal queria que ele fosse demitido, o Dr. mandava que ele fosse trabalhar fora dali, não aguentava. Mariquinha Machado falou até que ele tinha levado coice de mula quando pequeno, era atrevido e não gostava dele com razão. Luís Rosa perdoou com muita dor. O povo criava teorias, pensava que era desde o truco, mesmo que Joca dissesse que tinha nada e Luís Rosa ficasse quieto. Bebiano ficou para decidir se trocava de lugar com Joca no trabalho da usina, seria melhor, o trabalho de carregamento era impiedoso e mais trabalhoso. Pensou o dia todo, perguntou à mulher e decidiu assinar sua sentença.
Capítulo 13
Vicente passou na frente da casa de Choquinha, que vivia em uma de favor de uma companhia. Ela estava com frio e convidou ela pra tomar café. Estava na frente do fogão. O narrador fala como se o locutor silencioso perguntasse do moço do Limoeiro, tal qual alguém que ouve fofoca lembra de um detalhe que ficou no suspense. Não sabia o que aconteceu, mas tinha certeza que terminou mal. “Quem faz a Deus, paga ao Diabo.”. O narrador revela que Choquinha é Sinhá, mas, não assim, “Sinhá era a outra. Choquinha FOI Sinhá.”, tal qual lagarta vira borboleta, duas coisas que são e não ao mesmo tempo uma a outra. Sinhá era borboleta e virou lagarta. Por isso o narrador dizia que Sinhá não voltou, eram duas pessoal totalmente opostas, uma orgulhosa, bonita e teimosa, a outra feia, humilhada e dependente. Ela voltou porque não tinha mais juízo e não tinha uma unha do que era antes. O narrador conta a história do cachorro do Pedro Gomes, Biguá, um cão esperto e companheiro que ele levava sempre para caçar em uma época que tudo era mais mato e com mais bicho. Era esperto demais que só faltava falar e atirar. Em uma viagem de caçada que demorou muito tempo e tiveram que se enfiar em muitos lugares para dormir, caçar e achar, teve uma tempestade que deixou Biguá para trás. Acharam que ele tinha morrido para não ter achado o caminho. Seu Pedro Gomes até tentou procurá-lo, cortou mato e tudo, mas nada, ficou triste. Mas ele voltou, machucado de mordida e de espinho, voltou devagarzinho e mal conseguia andar. Seu Pedro Gomes chorava como criança, o cão estava falecendo e não tinha mais como viver. E o Zé Pedro era um bêbado da região que bebia até perder a consciência mas conseguia voltar para casa. Tal qual o bêbado que não vê mais e o cachorro cego de espinho de ouriço, algo guia eles para o caminho que precisam seguir, tal qual a água precisa descer o morro. Tal qual Sinhá. Ler página 150.
Capítulo 14
O narrador revela o que foi feito de Sinhá. É a história mais feia que ele sabia. Eles iam pegar uma linha de trem bem tarde e bem distante de tudo em Minas. Ele deixou ela lá sentada e falou que ia comprar as passagens, o narrador pensa como que ele tinha coração para fazer aquilo. Ela esperou um bom tempo, coisa de horas. Ela foi procurando e perguntando por ele, mas ela boba de amor não acreditava no abandono, ainda que os empregados falassem que a estação não era grande, que o viram entrar no trem, desconfiado e olhando pros lados. Um dos empregados teve até dó do tanto que ela chorava, virou a noite ali, perguntavam se ela conhecia alguém ou se era perto dali. Mas ela não podia e não queria voltar, não tinha para onde ir. Foi até a casa do moço, mas chorava e não comia, foi para a Santa Casa e saiu de lá abobada. A molecada que ouviu a história apelidaram Sinhá de Nhá Baldeação, mas ela não respondia e as crianças pararam. Andava por aí, tinha vezes que até ganhava roupa e banho, até que sumiu. Uns parentes de Vicente Rosa foram visitá-los com as crianças e elas reconheceram Nhá Baldeação e contaram a história. Vicente Rosa ouviu quieto e só contou ao narrador, mas notícia ruim espalha rápido e tem de mensageiro os familiares, que passaram a notícia e todos descobriram que Choquinha era Sinhá. Vicente até levou ela para o Dr. Amadeu, que pediu que a deixassem em paz para morrer, não tinha o que fazer com aquele frio dela. O narrador não sabe se ela morreu, mas o quadro na sala que arrepiava ele era um aviso. E aí a desgraça e a morte tomou conta de Olhos d’água: Bugre morreu de picada de cobra, ainda que tivesse matado ela pela crendice de que se cura comendo o coração da cobra, mas não conseguiu, no único dia que estava desprotegido e sem fumo; Antônio Olímpio foi o segundo, nas viagens de tropa ficava ouvindo uma possível indireta da infidelidade de Cecília, pediu ao filho mais velho que a vigiasse, escondeu-se e viu ela conversando com um homem, cego da idolatria que tinha por ela, matou de facada porque viu alguém pedindo fogo e não que ela tivesse traindo antes tantas vezes que não viu, morreu na cadeia de doença de friagem da cadeia e do coração de ciumento; por dois anos que a cana crescia bem e levaram até para pesquisar e foi a vez de Bebiano morrer na Usina, culparam Joca por trocar de lugar com ele que trabalhava com fogo e no dia um dos foguistas se descuidou da máquina que estava mais perigosa e só achou o corpo carbonizado, Curiango até ouviu tudo mas eles culpavam era Joca por ser ruim, mas o chefe das máquinas falava que não dava mais e o engenheiro contradiz e foi mandado embora. A praga foi pegando todos, de rebote até quem não tinha nada a ver.
Capítulo 15
Curiango percebia como Joca chamava ela desesperadamente, como criança desamparada. Achava graça no começo, mas teve medo. Ela achou que ele escondia algo, ele olhava como presa domada, e ela com raiva de jaguatirica dizia que podia ir para a rua com a outra, mas ele via a Mãe de Ouro. Joca foi resgatado de um atoleiro e se não fosse Bugre ficava lá, tinha visto a Mãe de Ouro. Curiango foi até uma igreja para pedir para uma santa ajudar-lo, ela tinha desespero. Ela ia prometendo, querendo uma crença de barganha, falando que se tudo desse certo ela faria algo em troca, mas ela era soberba e tinha vergonha. Retratava-se, prometia mesmo assim. Depois da igreja, até lembrou-de de Joca falando do fogo e se ria com essa mistura de crença e doideira que vivia, passou na frente de um angico que consideravam mal-assombrado e ela rezava com fervor. Vicente Rosa foi acordado e Curiango pedia ajuda. Mas naquele meio sono e meio dia começando ele tinha visto Mãe de Ouro. Curiango estava começando a ficar louca com Joca. Ele falava sobre grama, usina, mas voltou a dormir como se nem falado tivesse. Pensaram em encosto, mas ele reagia diferente, achava que a vizinha estava errada e era a Mãe de Ouro. Tinha melhorado, Santa Rita dos Impossíveis o curou. Tinha até ouvido que espiritismo é coisa do diabo e que “gente, quando morre, não volta para infernizar o juízo dos outros.”. Pensava que era bom, como tinha encosto. Não era mau, mas que tinha gente ruim que queria mau dos outros não faltava. Tentou dar uma chance ao centro espírita, mas Joca nem confiava no Dr. Amadeu. Desistiu do primeiro e foi no segundo. Ele teve um ataque feio antes dela ir conversar com o doutor. Ele não falava que tinha cura, mas nem desdizia, pedia que cuidasse bem dele. Curiango foi a um feiticeiro, relacionou com Bugre e ele poder saber de algo. Não achou. Uma noite, Joca disse que ia para lá que ela o chamava. Ela chorou e implorou pela filha. Tinha medo. Ele disse para que fossem juntos. Disse que era nada sem ela, e realmente foi a última coisa sã que disse. Choveu muito e ele foi, Curiango esperou para poder pedir ajuda para o compadre, não podia sair viajando com ele. Vicente Rosa ficou sério e falou que o encontrava, era homem de uma palavra só e o encontrou. Curiango ficou com medo que tivesse morrido, mas Vicente Rosa dizia que era quase o mesmo. Esqueceu de tudo. Estava na Santa Casa, estava bem, tinha nada grave, foi encontrado na estrada. Curiango ouviu tudo e só saiu, sem chorar ou agradecer. Foi para a Santa Casa mas foi cedo demais. No que esperava, ouviu conversas e pediu para ver Joca. Apesar de esperar, ouviu a conversa de que João José dos Santos já tinha tido alto e foi embora. Mas ela não acreditava e tudo zunia. A enfermeira se compadeceu e deixou ela visitar a enfermaria, achando que ele tinha morrido e não queriam lhe contar. Passou-se um tempo e Curiango estava com novo vestido, sentindo a terra e o dia feliz. Comentaram que Joca se foi para melhor. O médico dizia que não tinha cura para a cabeça, ao corpo tinha. Só que ele falou tudo para cuidar e deixar no sossego que ele mal entendeu que ele tinha ido embora sem ela saber para onde. Até perguntou ao enfermeiro, mas o médico podia fazer mais nada. Curiango ficou ali, sem saber o que fazer ou esperar, queria afastar-se dali mas não tinha rumo, com o embrulhinho de goiabada e queijo que comprou a Joca. Ela estava cansada, sentia nada por cansaço, antes fosse um passarinho preso que canta o dia inteiro por não saber o que é melhor. O narrador contou a mesma história ao Dr. Amadeu, e ele disse que o que mudou foi o espírito dessas paragens. O narrador não ficaria mais naquele “lugar pesteado”. A praga cai pela metade e sobe pela metade, vai ricocheteando todos no caminho que nem tem relação como o Biguá, o Bugre, Antônio Olímpio, Santana, Joca e finalmente Curiango, com o pai que dá trabalho, a beleza que não ajuda e a mocidade que atrapalha. O narrador comenta que Deus sabe o que faz e a gente não sabe o que diz. Deve ter acontecido tudo porque era bom. Ler página 185.
Março = Trovadorismo, Humanismo, Classicismo, Camões e Gil Vicente (Sugestão de leitura: Auto da Barca do Inferno, Cantiga da ribeirinha, ai flores do verde pino, ai dona fea foste-vos queixar, a dona fremosa do soveral, os Lusíadas, amor é fogo que arde sem se ver, busque amor novas artes novo engenho)
Abril = Quinhentismo e Arcadismo e Tomás António Gonzaga, Barroco e Gregório de Matos, Padre António Vieira (Sugestão de leitura: A Jesus Cristo Nosso Senhor, A cidade da Bahia, Sermão da Sexagésima, Carta de Achamento a el rei d. manuel, Marília de Dirceu)
Maio = Romantismo em Portugal, Romantismo no Brasil, Camilo Castelo Branco e José de Alencar (Sugestão de leitura: O Guarani, Canção do exílio)
Junho = Realismo no Brasil, Realismo em Portugal e Eça de Queirós e Machado de Assis e Naturalismo (Sugestão de leitura: O Ateneu, Ideias de canário, Primo Basílio)
Julho = férias
Agosto = Parnasianismo, Simbolismo e vanguardas europeias, literatura africana (Sugestão de leitura: Niketche, uma história de poligamia, Nós matamos o cão tinhoso!, Língua Portuguesa, Hino à Bandeira do Brasil, Acrobata da dor)
Setembro = Modernismo no Brasil, Modernismo em Portugal, Tropicália e Concretismo (Sugestão de leitura: Macunaíma, Tabacaria, lixo luxo, País Tropical)
Outubro = Responder as questões de literatura dos últimos 5 anos / 1 livro a cada 2 semanas
Março = pronomes, artigos A, An e The, adjetivos, comparativo e superlativo como interpretar músicas
Abril = verbo no presente, plural, advérbios, preposições e como interpretar notícias
Maio = verbos no simple (em todos os tempos), comparativo, preposições e como interpretar quadrinhos
Junho = Verbos no continuous/progressive, conjunções, superlativo e como interpretar textos informativos
Julho = férias
Agosto = Verbos no Perfect, indefinite (some, any, no, every), orações compostas e como interpretar resumos
Setembro = Linking words, uso de One, polissemia, sufixos, prefixos, falsos cognatos e como interpretar anúncios e cartazes
Outubro = Responder as questões de inglês dos últimos 5 anos (tanto ENEM oficial quanto o ENEM PPL)
Março = pronomes, artigos, palavras com e sem acento, falsos cognatos e como interpretar quadrinhos
Abril = substantivos, advérbios, adjetivo comparativo e como interpretar notícias
Maio = uso de LO, verbos no presente, preposições e como interpretar canções
Junho = verbos no pretérito, conjunções e como interpretar textos informativos
Julho = férias
Agosto = Condicional, verbos no futuro, orações compostas por subordinação e coordenação, como interpretar resumos
Setembro = Subjuntivo, polissemia, uso de sufixo, prefixo e como interpretar anúncios
Outubro = Responder as questões de espanhol dos últimos 5 anos (ENEM oficial e PPL)
Março = Fonologia e ortografia, acentuação, norma-padrão e variação linguística
Abril = estrutura e formação de palavras, Interjeição, numeral, adjetivo, comparativo e superlativo, preposição
Maio = artigo, pronome, substantivo, advérbio, comparativo e superlativo
Junho = Verbo, regência verbal, conjunção, figuras de linguagem
Julho = Férias
Agosto = Semântica, complemento verbal e nominal, estudo de sujeito e de predicado
Setembro = orações coordenadas, subordinadas, reduzidas, colocação pronominal, crase
Outubro = responder as questões de gramática dos últimos 5 anos (Não há questões específicas de classificação, observe essas classificações como organização para te ajudar a responder perguntas)
O tema de redação da UNIFOR de 2023 foi “A luta contra o capacitismo no cenário brasileiro”. A UNIFOR 2024, que foi aplicada em 2023, trouxe na prova de medicina a discussão.
Você pode conferir os textos motivadores a seguir:
TEXTO I
Capacitismo: entenda o que é e como evitar preconceito disfarçado de brincadeira
Ativistas se posicionam nas redes sociais contra falas e atitudes ofensivas direcionadas a pessoas com deficiência, mostrando a necessidade de mudanças de vocabulário
Falar que alguém é cego por não te cumprimentar na rua ou que deu mancada por cometer um erro são
exemplos clássicos de capacitismo, o preconceito contra pessoas com deficiência. O termo, que vem da
tradução do inglês ‘Ableism’, significa destratar ou ofender uma pessoa por sua deficiência.
Esse debate, que vem ganhando espaço nas redes sociais, está ainda mais em evidência agora, durante os
Jogos Paralímpicos de Tóquio, causando reflexões sobre o assunto. Graças à ação de cientistas, ativistas
e influenciadores que mostram que frases e atitudes como estas, disfarçadas de brincadeiras, naturalizam
a ideia de inadequação de pessoas com deficiência e são exemplos de preconceito estrutural, semelhante
ao racismo e ao machismo.
“O capacitismo é a ideia de que pessoas com deficiência são inferiores àquelas sem deficiência, tratadas
como anormais, incapazes, em comparação com um referencial definido como perfeito”, diz LauPatrón,
32, escritora e cofundadora da empresa PONTE Educação para a Diversidade, onde presta mentoria para
empresas sobre inclusão.
Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/capacitismo-entenda-o-que-e-e-como-evitar-preconceitodisfarcado-de-brincadeira/#:~:text=Capacitismo / Acesso em 18/10/23
TEXTO II
[…]
Outro exemplo de atitude capacitista é a construção de ambientes pautados em apenas uma experiência
corporal considerada a normal, a desejável e a saudável, declara Simões, que é membro do Comitê Deficiência
e Acessibilidade da Associação Brasileira de Antropologia.
“Temos uma série de edifícios com portas de entrada, por exemplo, que dificultam o acesso de pessoas com
cadeiras de rodas, pessoas com mobilidade reduzida, pessoas com crianças de colo, pessoas gordas, enfim,
pessoas que não se encaixam na referida e excludente normatividade que atribui valor a alguns corpos como
normais. Construir uma entrada específica para pessoas com deficiência, por exemplo, é capacitista, uma
vez que reconhece a especificidade do corpo, mas atribui a essa especificidade um valor negativo indicando
que tal corpo não se encaixa no que é considerado normal e que todas as pessoas fazem.”
[…]
Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2021-09/capacitismo-expressoes-sao-discriminatoriascom-quem-tem-deficiencia / Acesso em: 18 out 2023.
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo, com, no mínimo, 20 linhas e, no máximo, 30 linhas, em
modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “A luta contra o capacitismo no cenário
brasileiro”. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa
de seu ponto de vista
Aqui, coletei os temas de redação dos vestibulares que falo e que explico. Você pode conferir qual foi o tema com os textos motivadores. Alguns são “2024” (como a FUVEST, UNESP, UEA, UERJ e UNICAMP) pois é o ano de acesso à universidade, mas o ano de aplicação é 2023.
Vestibular | Tema | Textos Motivadores |
---|---|---|
ENEM | Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil | Link para os textos motivadores |
ENEM PPL | Desafios para a (re)inserção socioeconômica da população em situação de rua no Brasil | Link para os textos motivadores |
FUVEST | Educação Básica e Formação Profissional: Entre a Multitarefa e a Reflexão | Link para os textos motivadores |
UNESP | É possível um futuro off-line? | Link para os textos motivadores |
UNIFESP | O fim do anonimato digital reduziria danos causados pelo discurso de ódio? | Link para os textos motivadores |
UNICAMP | Trabalho análogo à escravidão (carta-denúncia) e asilo para refugiados (discurso em resposta) | Link para os textos motivadores |
UEA | É possível viver a democracia em um país tão desigual como o Brasil? | Link para os textos motivadores |
UEA – SIS 3 | Racismo no futebol: é necessário punir também os clubes ou só os torcedores criminosos? | Link para os textos motivadores |
UEA – SIS 2 | Zoológicos: preservação ou desrespeito aos animais? | Link para os textos motivadores |
UECE | Importância do profissional de psicologia nas instituições escolares (carta de solicitação e texto narrativo) | Link para os textos motivadores |
UFRGS | Qual História pode e deve ser ensinada? | Link para os textos motivadores |
UERJ | Qual seria, para você, a moral da história narrada em ‘O menino do pijama listrado’? | Link para os textos motivadores |
UFT | Os impactos do envelhecimento na economia brasileira | |
UNIFOR | A luta contra o capacitismo no cenário brasileiro | Link para os textos motivadores |
O tema de redação da UECE de 2023 foi “Importância do Profissional de Psicologia nas Instituições Escolares”. As propostas de texto continham uma situação de escrita de uma carta de solicitação e um texto narrativo.
A UECE 2024, realizada no ano de 2023, possuía duas situações. Na carta de solicitação, você escreveria ao Governador do Ceará para justificar a presença de um psicólogo e a necessidade para o curso de Psicologia, que completa 15 anos. Já no texto narrativo, você participa de um programa de uma escola de ensino médio em tempo integral, ao qual você narraria de como superou um momento difícil.
Você pode conferir os textos a seguir:
PROVA I – REDAÇÃO
Prezado(a) Candidato(a),
segundo estudos realizados pelo Ministério da Saúde
(2022), o Brasil se estabeleceu como o país de maior
prevalência de doenças mentais em toda a América Latina, o que levou o Conselho Federal de Enfermagem (2022) a entender que o país se encontra em um segundo período de crise, dessa vez, em Saúde Mental. Nesta prova de redação, você escreverá sobre a importância do
profissional de psicologia nas instituições escolares,
tomando por base seus conhecimentos sobre a temática,
bem como os dois textos motivadores. Escolha UMA das propostas a seguir e componha seu texto.
Proposta 1:
O Curso de Psicologia da Universidade Estadual do Ceará iniciou suas atividades no ano de 2008 e, como parte da comemoração de seus 15 anos, a coordenadora do curso organizará uma série de eventos, entre eles, o envio de um documento para o Governador do Estado do Ceará, no qual diversos setores da sociedade se manifestam sobre a saúde mental dos estudantes cearenses. Você, como uma das escolhidas ou um dos escolhidos do setor escola, deve redigir uma carta de solicitação ao Governador Elmano de Freitas, na qual você solicita um psicólogo nas escolas públicas cearenses e justifica tal presença.
Proposta 2:
Imagine que você é aluno(a) de uma Escola de Ensino
Médio em Tempo Integral (EEMTI) e participa do Programa “Adote Um Estudante”. Narre um acontecimento desafiador na sua vida em que o referido programa foi essencial para que você pudesse superar esse momento difícil.
Texto I
Saúde mental: como cuidar de toda a comunidade
escolar Não é frescura, manha ou uma fase. Pelo
contrário, saúde mental é um assunto sério. De acordo
com dados divulgados em 2022 pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), 14% da população do mundo,
entre 10 e 19 anos, possui alguma condição que
prejudica a saúde emocional.
A organização também afirma que metade de
todos os casos começam por volta dos 14 anos de
idade, mas a maioria não é detectada nem tratada –
cenário que traz consequências graves. Estima-se que,
em todo o mundo, a depressão é uma das principais
causas de doença e incapacidade entre os adolescentes,
sendo o suicídio a terceira principal causa de morte na
faixa etária entre 15 e 19 anos.
Na escola, essas questões interferem diretamente sobre o desempenho escolar do aluno, trazem dificuldades de integração e ampliam os casos de evasão. Por isso, nos últimos anos, principalmente após a pandemia, a saúde mental – um tema que historicamente esteve envolto em estigmas que prejudicam a prevenção e o tratamento dos casos – vem sendo cada vez mais abordado pelas escolas e outros espaços de formação.
Vale reiterar, no entanto, que diagnosticar ou
tratar problemas de saúde mental não é a função dos
educadores. Mas o ambiente escolar é um espaço
privilegiado para identificar e encaminhar os casos
quando algo não vai bem. Também cabe à escola acolher
os alunos e promover um espaço seguro para que eles se
expressem. O impacto desse tipo de ação afeta de
maneira direta e positiva o desempenho dos estudantes
e o clima escolar.
Para além das intervenções específicas, o próprio desenvolvimento das competências socioemocionais protegem a saúde mental dos estudantes na medida em que oferecem experiências educacionais que, de forma intencional, fortalecem o relacionamento consigo mesmo, com o outro e com o coletivo, preparando o estudante para lidar com as situações de incerteza, ansiedade, estresse e vulnerabilidade que caracterizam a sociedade contemporânea.
Disponível em https://novaescola.org.br/conteudo/21745/ebook-saude-mentalna-escola
Texto II
Com projeto de saúde mental, escola do Ceará é
finalista do prêmio de melhor do mundo
A iniciativa “Adote Um Estudante” une alunos
com psicólogos de outros estados para tratamento da
ansiedade e outros transtornos. Ainda na madrugada desta terça-feira (12), às 3h, uma mensagem enviada do Reino Unido chegava à
Carnaubal, na Serra da Ibiapaba, para avisar: uma
escola pública pode ganhar o World’s Best School Prizes
– Prêmio Melhores Escolas do Mundo, em português.
Na Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI)
Joaquim Bastos Gonçalves, os ares já são de
comemoração.
A disputa acontece devido à iniciativa “Adote
Um Estudante”, na qual os estudantes com ansiedade,
depressão ou até que praticam automutilação, são
atendidos por psicólogos voluntários de vários estados
brasileiros. Em junho, a escola chegou no Top 10, mas
agora está entre as 3 principais unidades do mundo.
São 5 categorias dentro da competição, mas é
na área “apoiando vidas saudáveis” que a escola
cearense faz o nome. Apenas outra unidade brasileira,
de Minas Gerais, faz parte do concurso (mas na
modalidade “colaboração comunitária”). Os vencedores
de cada categoria podem receber US$ 50 mil, o
equivalente a R$ 250 mil.
“Estamos disputando com duas escolas de
outros países e a expectativa é grande porque o projeto
tem potencial de chegar no Top 1. A maior alegria é
ajudar os alunos, mas ficamos muito felizes com o
reconhecimento”, descreve o professor Guilherme
Barroso Melo.
Nos corredores da escola, nas casas das
famílias e nas redes sociais, o resultado repercute com o
mesmo orgulho da estudante do 3º ano do Ensino
Médio, Vitória Nascimento, de 17 anos.
“Carnaubal é uma cidade pequena e esse
projeto ter se expandido para o mundo todo é algo
sensacional, é excelente saber que a ideia está saindo
daqui para ajudar muitas outras pessoas que
necessitam e não têm condições de pagar um
atendimento psicológico”, reflete a aluna atendida há
mais de 2 anos pela ação.
Eliana Estrela, Secretária da Educação do Ceará,
compartilhou o resultado nas redes sociais com “muito
orgulho e felicidade”, como definiu. “Parabéns a todos
que fazem parte da escola por esse tão importante e
merecido reconhecimento. Estamos todos vibrando com
essa conquista”, publicou. […]
Disponível em https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/ceara/comprojeto-de-saude-mental-escola-do-ceara-e-finalista-do-premiode-melhor-do-mundo- (Adaptado.)