O tema de redação da UECE de 2022 foi “Envelhecimento da população”. As propostas de texto continham uma situação de escrita de um artigo de opinião e uma história.
A UECE 2023.2, realizada no ano de 2022, possuía duas situações. No artigo de opinião, você escreveria ao jornal da sua escola sobre políticas públicas e sua importância para o envelhecimento da população. Já na história, há uma coletânea de histórias de momentos felizes com os avós, ao qual você faria uma adição.
A UECE (Universidade Estadual do Ceará) oferta sempre duas edições do vestibular todo ano.
Você pode conferir os textos motivadores a seguir ou pode vê-los no PDF no link.
O tema de redação da UECE de 2022 foi “Maus-tratos e abandono de animais”. Os gêneros de texto das propostas foram artigo de opinião e relato.
A UECE 2023.1, realizada no ano de 2022, oferecia o mesmo tema para os dois gêneros textuais das duas propostas. No artigo de opinião, você fará parte de uma coletânea de textos de animais domésticos no Ceará, apontando a importância de políticas públicas de proteção e direitos a eles. Já no relato, o texto fará parte de uma coletânea de textos de animais e como eles possuem sentimentos, a proposta tem uma situação de abandono e relatando a vivência.
Confira os textos motivadores a seguir, ou você pode também vê-los no PDF no link.
O tema da UNESP de 2022 foi “A lógica do condomínio”: o espaço público está em declínio?”.
A UNESP 2023, realizada no ano de 2022, tem a banca de correção da VUNESP e é porta de entrada para a UNESP (Universidade Estadual Paulista “Júlia de Mesquita Filho”). A redação é pedida na segunda fase do exame.
Você pode conferir os textos motivadores do tema a seguir ou pode verificar o PDF no link.
Confira.
Texto 1 A praça! A praça é do povo Como o céu é do condor. (Castro Alves. “O povo ao poder”. In: Castro Alves: literatura comentada, 1980.) Texto 2 Uma definição alargada de espaço público coloca como princípio a sua acessibilidade a todos, o lugar onde qualquer indivíduo pode circular livremente, em contraponto ao espaço privado, cujo acesso é controlado e reservado a um público específico. O critério de acessibilidade repousa sobre a ideia implícita de que é a livre circulação do corpo no espaço que o torna público e que estes espaços acessíveis pressupõem encontros socialmente organizados por rituais de exposição ou de inibição que pouco se relacionam com o convívio inerente à vida de bairro e das relações de vizinhança. Estamos perante um “espaço de cidadania” e um espaço de exercício do “direito à cidade”, cuja frequência reclama apenas o estatuto de cidadão. (Alexandra Castro. “Espaços públicos, coexistência social e civilidade”. Cidades: comunidades e territórios, dezembro de 2002. Adaptado.) Texto 3 Ao longo do século XX, a segregação social assumiu diferentes formas de expressão no espaço urbano de São Paulo. As transformações mais recentes estão gerando espaços nos quais os diferentes grupos sociais estão muitas vezes próximos, mas separados por muros e tecnologias de segurança, e tendem a não circular ou interagir em áreas comuns. O principal instrumento desse novo padrão de segregação espacial é o que eu chamo de “enclaves fortificados”. Trata-se de espaços privatizados, fechados e monitorados para residência, consumo, lazer e trabalho. A sua principal justificação é o medo da violência. Esses novos espaços atraem aqueles que estão abandonando a esfera pública das ruas para os pobres, os “marginalizados” e os sem-teto. Em cidades fragmentadas por enclaves fortificados é difícil manter os princípios de acessibilidade e livre circulação, que estão entre os valores mais importantes das cidades modernas. Com a construção de enclaves fortificados, o caráter do espaço público muda, assim como a participação dos cidadãos na vida pública. (Teresa Pires do Rio Caldeira. Cidade de muros: crime, segregação e cidadania em São Paulo, 2003. Adaptado.) Texto 4 Ao entrar em um desses modernos condomínios, projetados com a mais recente engenharia urbanística, temos o sentimento pacificador de que enfim encontramos alguma ordem e segurança. Rapidamente nos damos conta de que há ali uma forma de vida na qual a precariedade, o risco e a indeterminação teriam sido abolidos. Tudo é funcional, administrado e limpo. A imagem dessa ilha de serenidade captura as ilusões de um sonho brasileiro mediano de consumo. Uma região, isolada do resto, onde se poderia livremente exercer a convivência e o sentido de comunidade entre iguais. Um retorno para a natureza, uma vida com menos preocupação, plena de lazer na convivência entre semelhantes. A lógica do condomínio tem por premissa justamente excluir o que está fora de seus muros. (Christian Ingo Lenz Dunker. “A lógica do condomínio”. Mal-estar, sofrimento e sintoma: uma psicopatologia do Brasil entre muros, 2015. Adaptado.)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: A “lógica do condomínio”: o espaço público está em declínio?
O tema da FUVEST de 2022 foi “Refugiados ambientais e vulnerabilidade social”.
A FUVEST 2023, realizada no ano de 2022, é porta de entrada para a USP.
A seguir, você pode ver os textos motivadores ou pode vê-los em PDF no link.
Confira.
Texto 1: As últimas décadas vêm sendo marcadas por diversas crises humanitárias a acometer diversas partes do globo, sejam elas guerras, desastres naturais ou doenças. Tais crises acabam por ser responsáveis por uma das situações mais graves, complexas e urgentes a serem solucionadas no mundo, que é a crise de refugiados, um dos maiores desafios da história recente. Apesar de as guerras e conflitos terem ganhado certo destaque e relevância como os grandes agentes causadores de tal fenômeno, esses fatores, apesar de importantes, não formam a principal causa de grande parte do êxodo de refugiados. Ao contrário do senso comum, grande parte dos deslocamentos forçados e refúgios no mundo se dão por desastres naturais como alagamentos, terremotos, vulcões ou ciclones. https://aun.webhostusp.sti.usp.br/. Adaptado.
Texto 2
Texto 3
Êxodos, Sebastião Salgado
Texto 4: Aproximavam-se agora dos lugares habitados, haveriam de achar morada. Não andariam sempre à toa, como ciganos. O vaqueiro ensombrava-se com a ideia de que se dirigia a terras onde talvez não houvesse gado para tratar. Sinhá Vitória tentou sossegá-lo dizendo que ele poderia entregar-se a outras ocupações, e Fabiano estremeceu, voltou-se, estirou os olhos em direção à fazenda abandonada. Recordou-se dos animais feridos e logo afastou a lembrança. Que fazia ali virado para trás? Vidas Secas. Graciliano Ramos. Texto 5: Um relatório do Banco Mundial projeta que até o ano de 2050 poderá haver mais de 17 milhões de latino-americanos (2,6% dos habitantes da região ou o equivalente à população do Equador) deslocados pela mudança climática se não forem tomadas medidas concretas para frear seus efeitos. “Os migrantes climáticos se deslocarão de áreas menos viáveis, com pouco acesso à água e produtividade de cultivos, e de áreas afetadas pela elevação do nível do mar e pelas marés de tempestade”, diz o documento. As áreas que sofrerão o golpe mais duro, acrescenta, são as mais pobres e vulneráveis. https://brasil.elpais.com/internacional/.
Texto 6: Somos alertados o tempo todo para as consequências das escolhas recentes que fizemos. E se pudermos dar atenção a alguma visão que escape a essa cegueira que estamos vivendo no mundo todo, talvez ela possa abrir nossa mente para alguma cooperação entre os povos, não para salvar os outros, para salvar a nós mesmos. Ideias para adiar o fim do mundo. Aílton Krenak. Adaptado.
Considerando as ideias apresentadas nos textos e também outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: Refugiados ambientais e vulnerabilidade social.
O tema da UEA SIS 3 de 2022 foi “Por que a produtividade tóxica está cada vez mais presente na sociedade atual?”.
O SIS (Sistema de Ingresso Seriado) é uma outra modalidade que visa chamar o interesse de alunos do ensino médio residentes do estado. A UEA (Universidade do Estado do Amazonas) possui esta modalidade por triênios.
Você pode conferir os textos motivadores a seguir ou pode vê-los também pelo PDF no link.
Confira.
Texto 1
A ordem é produzir, de manhã, tarde ou noite, não pode parar. Chamada de mito da produtividade, ou produtividade tóxica, essa ideia associa o nosso valor exclusivamente àquilo que entregamos, seja no trabalho, em casa ou nos estudos — o tempo não pode ser desperdiçado. Apesar de ser comum, especialistas dizem que esse raciocínio não é nada saudável e afirmam a importância do descanso mental, de um momento sem fazer nada, apenas deixando os pensa- mentos passarem.
“A pessoa acha que, quanto mais ela produzir, mais reco- nhecida será, que mais conquistas alcançará. Ela sente que precisa estar ativa o tempo todo; quanto menos folga tiver no dia, melhor o seu desempenho; quanto mais tarefas concluir no dia, melhor. Essas são algumas características que com põem esse mito”, exemplifica a psicóloga clínica Marilene Kehdi.
No entanto, muitas vezes o “não fazer nada” é fazer alguma coisa. Relaxar faz bem para o corpo e para a mente. O problema é que, por mais que isso pareça algo simples, é difícil de ser aplicado. Quando estamos em casa, de folga, por exemplo, queremos nos entreter, assistir a uma série, ler um livro, fazer uma caminhada, ou seja, devemos sempre estar fazendo alguma coisa ou ficamos com a impressão de que estamos desperdiçando o tempo. “É preciso ter o momento de trabalhar, de descansar e de lazer. Quando o tempo não é dividido assim, pode-se chegar ao esgotamento emocional, à fadiga. Pode-se começar a desenvolver transtornos mentais e doenças físicas”, alerta a psicóloga.
(Bruna Alves. “Você não precisa produzir o tempo todo; reconheça a produtividade tóxica”. www.uol.com.br, 12.04.2021. Adaptado.)
Texto 2
O filósofo Bertrand Russell escreveu, em “Elogio ao Ócio”, que, se os homens e mulheres não estivessem tão cansados, não aproveitariam o tempo livre com diversões “monótonas” e passivas e, talvez, teriam mais oportunidades para dedicar-se a alguma atividade de interesse público. Mesmo que a nossa relação com o trabalho tenha passado por transformações desde que Russell escreveu seu livro, o homem do século 21 ainda tem dificuldade para usar os momentos ociosos e decidir o que fazer com eles.
Na sociedade atual, tempo livre virou sinônimo de tempo que ainda não foi preenchido por alguma atividade produtiva. O ócio, o prazer de fazer absolutamente nada, foi totalmente engolido pela rotina agitada do dia a dia. Ter pavor de férias e considerar-se inútil ao “estar à toa” são sentimentos cada vez mais comuns. Ieda Rhoden, doutora em ócio e potencial humano e professora da Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos), trabalha com o conceito de “enfermidade do tempo” ao falar desses sintomas. “É quando a pessoa tem dificuldade em lidar com o tempo livre. Se a agenda está cheia e alguém desmarca um compromisso, em vez de aproveitar para fazer algo de interesse pessoal, ela preenche a hora com alguma coisa formalmente ligada à ocupação, algo considerado socialmente produtivo”, exemplifica a professora.
A sociedade cobra e espera que todos sejam seres alta- mente produtivos, dentro de um conceito capitalista. As pessoas avaliam as outras pela produtividade que demonstram e, consequentemente, essa expectativa gera uma cobrança individual de corresponder e se encaixar nesse padrão. (“Não tenha medo do ócio”. www.gazetadopovo.com.br, 28.03.2016. Adaptado.)
Texto 3
A produtividade tóxica afeta mais uns do que outros. Principalmente, destaca-se nas pessoas ambiciosas, mas também nas que têm baixa autoestima. Elisa Sánchez, psicóloga do trabalho no Colégio de Psicologia de Madri, diz: “as pessoas com alto nível de exigência sentem que não são suficientes apesar do que fazem. Sempre precisam da opinião externa e do reconhecimento para se sentirem validadas. Para elas o medo é relevante. Por isso, trabalham mais e quanto mais os outros verem, melhor. Assim, têm a sensação de que controlam o tempo e suas vidas”.
(Noelia Núñez. “Pandemia provoca produtividade tóxica: como identificá-la e se libertar dela”. https://brasil.elpais.com, 02.08.2021. Adaptado.)
Texto 4
(Raphael Salimena. “Produtividade do lazer”. https://reddit.com, 2020.)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
Por que a produtividade tóxica está cada vez mais presente na sociedade atual?
O tema da UEA SIS 2 de 2022 foi “Jogos eletrônicos: entre os perigos do vício e os benefícios cognitivos”.
O SIS (Sistema de Ingresso Seriado) é uma modalidade da UEA (Universidade do Estado do Amazonas) que beneficia moradores do estado do Amazonas e quem está cursando desde o primeiro ano do ensino médio e já tem interesse em estudar na UEA.
Você pode ver os textos motivadores a seguir ou vê-los também no arquivo em PDF no link.
Confira.
Texto 1
No dia 18 de junho de 2022, o gaming disorder (transtorno dos jogos eletrônicos, em português) entrou oficialmente no rol de doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se, segundo a OMS, de um padrão de comportamento que prejudica a capacidade de controlar a prática dos games, de modo a priorizá-los em detrimento de outras atividades e interesses. A expectativa dos especialistas é que o reconhecimento do vício em games como um distúrbio mental resulte em medidas relevantes de prevenção e tratamento.
Assim como em casos de dependência química ou de vício em jogos não eletrônicos, o gaming disorder provoca uma sensação de perda de liberdade, já que a pessoa não joga porque quer, mas porque se sente na obrigação de fazê-lo. Dentro do universo virtual, há ainda outro complicador: o envolvimento de pessoas mais jovens, que têm uma capacidade crítica menor e acabam trocando a vida social pela on-line com naturalidade. “Tenho atendido jovens que não aceitam que têm um problema, que não veem mal em ficar jogando por horas”, afirma o Dr. Aderbal Vieira Junior, psiquiatra e coordenador do Ambulatório de Dependências do Comportamento da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
O Dr. Adriano Segal, psiquiatra do Centro Especializado em Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, aponta a obesidade, a inatividade física e problemas posturais como prejuízos frequentes para a saúde do jogador compulsivo. “As consequências mais graves, no entanto, até pela facilidade de acesso aos jogos atualmente, se refletem na ausência de vida afetiva, social e até profissional”, reforça.
(Paulo Sérgio Fernandes. “OMS classifica vício em jogos eletrônicos como doença”. www.hospitaloswaldocruz.org.br. Adaptado.)
Texto 2
Os videogames podem ser um grande aliado para quem tem dificuldade de realizar várias tarefas ao mesmo tempo, ignorar as distrações do dia a dia e priorizar sua lista de afazeres. Pesquisas recentes sugerem que jogos eletrônicos podem tornar a mente mais afiada, reforçar a memória, melhorar o foco, as habilidades espaciais e até mesmo a visão. Ou seja, talvez a prática não seja tão “perda de tempo” como alguns imaginam. “Fiquei muito surpresa ao descobrir que videogames têm efeitos positivos no cérebro e no nosso comportamento”, diz a neurocientista cognitiva Daphné Bavelier, cuja pesquisa usou eletrodos presos ao couro cabeludo de jogadores para entender o que acontece no cérebro enquanto se joga videogame. Os games de ação — aqueles que envolvem tomar decisões rápidas, navegar em diferentes ambientes e encontrar alvos visuais — parecem oferecer os benefícios cognitivos mais significativos. “Jogos de tiro em primeira e terceira pessoa realmente reforçam o quão bem o jogador presta atenção. Eles também melhoram a capacidade de enxergar ou escutar e revelam, ainda, uma melhora acentuada na cognição espacial, na memória e na capacidade multitarefa”, afirma Bavelier. O que acontece é que, ao jogar esses games, o cérebro está sendo treinado.
Em relação à visão, um estudo recente revelou que jogar 50 horas de games de ação por nove semanas — um pouco menos de 1 hora por dia — melhora a sensibilidade ao contraste. Em outras palavras, há um aumento da capacidade de distinguir entre tons de cinza, o que é útil quando se está dirigindo à noite ou em outras situações de baixa visibilidade.
No entanto, para obter tais benefícios, os jogos não precisam ser necessariamente violentos. Em um estudo, participantes foram convidados a jogar um game que envolvia resolver enigmas e coletar moedas como recompensa. Eles jogaram 30 minutos por dia durante 3 meses. Ao final do estudo, o hipocampo, a parte do cérebro que é vital para a memória, havia sido aprimorado.
(Michael Mosley. “O inesperado impacto positivo dos videogames na visão e na atenção”. www.bbc.com, 05.02.2022. Adaptado.)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto expositivo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema:
Jogos eletrônicos: entre os perigos do vício e os benefícios cognitivos
O tema do ENEM PPL de 2022 foi “Medidas para o enfrentamento da recorrência da insegurança alimentar no Brasil”.
O tema do PPL (Pessoas Privadas de Liberdade) foi o mesmo para os candidatos que fizeram a reaplicação. O ENEM digital teve o mesmo tema do ENEM impresso, “Desafios para a valorização das comunidades e povos tradicionais no Brasil”.
Você pode conferir os textos motivadores disponíveis do tema a seguir ou pode também conferi o PDF pelo link.
Confira.
TEXTO I Fragmento do livro Geografia da Fome, de Josué de Castro, publicado em 1946 A alimentação do brasileiro tem-se revelado, à luz dos inquéritos sociais realizados, com qualidades nutritivas bem precárias, apresentando, nas diferentes regiões do país, padrões dietéticos mais ou menos incompletos e desarmônicos. Numas regiões, os erros e defeitos são mais graves, e vive-se num estado de fome crônica; noutras, são mais discretos, e tem-se a subnutrição. Procurando investigar as causas fundamentais dessa alimentação em regra tão defeituosa e que tem pesado tão duramente na evolução econômico-social do povo, chega-se à conclusão de que elas são mais produto de fatores socioculturais do que de fatores de natureza geográfica. CASTRO, J. Geografia da Fome. 9ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008 (adaptado).
TEXTO II O sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, imortalizado na música de Aldir Blanc e João Bosco, pela voz de Elis Regina, como o “irmão do Henfil”, mobilizou o país na luta pela ética na política, pelo combate à fome e à miséria e na defesa da vida, na década de 1990. Quem tem fome tem pressa. A frase era o lema de Betinho durante a campanha da Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria, e pela Vida, que colocou o combate à fome no foco das manifestações populares e das políticas públicas. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br. Acesso em: 15 jun. 2022 (adaptado).
TEXTO IV Atualmente, 33 milhões de pessoas passam fome no país, segundo resultado de uma nova pesquisa sobre o tema divulgada em junho de 2022. Em 1993, eram 32 milhões de pessoas nessa situação, segundo dados semelhantes do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 15 jun. 2022 (adaptado).
O tema de redação do ENEM de 2022 foi “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”.
Você pode conferir como que apareceu no ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio – e seus textos motivadores a seguir, ou você pode ver o PDF pelo link.
Confira.
TEXTO I Você sabe quais são as comunidades e os povos tradicionais brasileiros? Talvez indígenas e quilombolas sejam os primeiros que passam pela cabeça, mas, na verdade, além deles, existem 26 reconhecidos oficialmente e muitos outros que ainda não foram incluídos na legislação. São pescadores artesanais, quebradeiras de coco babaçu, apanhadores de flores sempre-vivas, caatingueiros, extrativistas, para citar alguns, todos considerados culturalmente diferenciados, capazes de se reconhecerem entre si. Para uma pesquisadora da UnB, essas populações consideram a terra como uma mãe, e há uma relação de reciprocidade com a natureza. Nessa troca, a natureza fornece “alimento, um lugar saudável para habitar, para ter água. E elas se responsabilizam por cuidar dela, por tirar dela apenas o suficiente para viver bem e respeitam o tempo de regeneração da própria natureza”, diz. Disponível em: https://g1.globo.com. Acesso em: 17 jun. 2022 (adaptado). TEXTO II
TEXTO III Povos e comunidades tradicionais O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) preside, desde 2007, a Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT), criada em 2006. Fruto dos trabalhos da CNPCT, foi instituída, por meio do Decreto nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2017, a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (PNPCT). A PNPCT foi criada em um contexto de busca de reconhecimento e preservação de outras formas de organização social por parte do Estado. Disponível em: http://mds.gov.br. Acesso em: 17 jun. 2022 (adaptado). TEXTO IV Carta da Amazônia 2021 Aos participantes da 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) Não podia ser mais estratégico para nós, Povos Indígenas, Populações e Comunidades Tradicionais brasileiras, reafirmarmos a defesa da sociobiodiversidade amazônica neste momento em que o mundo volta a debater a crise climática na COP26. Uma crise que atinge, em todos os contextos, os viventes da Terra! Nossos territórios protegidos e direitos respeitados são as reivindicações dos movimentos sociais e ambientais brasileiros. Não compactuamos com qualquer tentativa e estratégia baseada somente na lógica do mercado, com empresas que apoiam legislações ambientais que ameaçam nossos direitos e com mecanismos de financiamento que não condizem com a realidade dos nossos territórios. Propomos o que temos de melhor: a experiência das nossas sociedades e culturas históricas, construídas com base em nossos saberes tradicionais e ancestrais, além de nosso profundo conhecimento da natureza. Inovação, para nós, não pode resultar em processos que venham a ameaçar nossos territórios, nossas formas tradicionais e harmônicas de viver e produzir. Amazônia, Brasil, 20 de outubro de 2021. Entidades signatárias: CNS; Coiab; Conaq; MIQCB; Coica; ANA Amazônia e Confrem Disponível em: https://s3.amazonaws.com. Acesso em: 17 jun. 2022 (adaptado).
PROPOSTA DE REDAÇÃO A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
A UNICAMP 2023, edição realizada no ano de 2022, pediu duas propostas de redação com dois temas diferentes. Os temas foram “violência por arma de fogo” e “racismo na escola”.
A proposta 1 dava a situação de um episódio com violência por arma de fogo que resultou na morte de uma colega, o qual você escreveria uma convocação contra a abertura de um clube de tiros na mesma cidade próximo a sua casa e de medidas a respeito do porte e posse de armas e segurança.
A proposta 2 dava a situação de um episódio de um projeto antirracista na escola, o qual você escreveria um depoimento que seria mantido em sigilo para denunciar um fato de racismo sofrido no ambiente e como as situações que desenvolvem a pluralidade étnico-racial são executadas na escola.
Lembrando que a UNICAMP aplica duas propostas mas você deve escrever apenas uma.
Você pode conferir os textos motivadores da Proposta 1 e da Proposta 2 a seguir ou também pode ver o PDF de cada uma neste link e neste link.
Confira:
PROPOSTA 1
Uma amiga sua de escola foi vítima de um disparo acidental por arma de fogo, realizado por uma pessoa que havia obtido porte de colecionador de armas com base nos Decretos Federais 9.846/2019 e 10.627/2021. Um ano após a morte de sua amiga, você foi informada/o de que um grupo de empresários de seu bairro inauguraria um clube de tiro perto da sua casa. Preocupada/o, você decidiu convocar uma reunião com a associação de moradores do seu bairro para discutirem providências a serem tomadas a respeito. No seu texto de convocação, você deve a) destacar os perigos que envolvem a abertura de um clube de tiro em seu bairro; b) apresentar argumentos contrários à posse e ao porte de armas de fogo; e, de modo mais amplo, c) criticar uma política de segurança pública baseada no armamento da população brasileira. O seu texto deve, obrigatoriamente, levar em conta a coletânea a seguir.
Dados do Exército Brasileiro mostram que, entre janeiro de 2019 e maio de 2022, surgiram 1.006 clubes de tiro no Brasil. É quase um clube de tiro inaugurado por dia, totalizando mais de 2 mil espaços como estes em todo o país. Paralelamente, números divulgados pelo Anuário de Segurança Pública apontam um crescimento de 474% no número de pessoas que conseguiram o Certificado de Registro – documento emitido pelo Exército –, que dá direito ao cidadão de exercer atividades como Caçador, Atirador e Colecionador, os chamados CACs. Essa autorização também inclui transitar com a arma no percurso entre a casa e o clube de tiro. A abertura de clubes de tiros interessa ao setor econômico da indústria armamentista, composta por indústrias de armas, empresários de clubes, atiradores, influenciadores digitais, instrutores e todos que defendem o uso da arma de fogo. Muitos desses estabelecimentos também trabalham com a venda de armas e auxiliam o interessado com a documentação exigida para tirar o porte de arma. (Adaptado de SOBREIRA, Amanda. Como a política de armas de Bolsonaro facilita crimes e arsenais como o de Roberto Jefferson. Brasil de Fato, 29/10/2022.)
O Instituto Sou da Paz aponta que, atualmente no Brasil, mais de 880 mil armas de fogo estão nas mãos de CACs. A lei em vigor permite que os atiradores comprem até 60 armas, sendo que 30 de uso restrito, como fuzis, além da compra anual de até 180 mil balas. Já os caçadores podem comprar até 30 armas, 15 delas de uso restrito e até 6 mil balas. Para os colecionadores, a legislação não impõe limite numérico. (Adaptado de DEISTER, Jaqueline. O que os últimos homicídios cometidos por policiais significam no debate sobre armamento? Brasil de Fato, 20/07/2022.)
“Ter uma arma triplica o risco de suicídio”, salienta David Hemenway, professor de saúde pública da Universidade de Harvard. Várias de suas pesquisas concluíram que estados onde há mais lares com armas têm taxas de suicídio mais altas, particularmente suicídios por armas de fogo. A diferença seria explicada pelo acesso mais fácil ao armamento, já que não havia nessas residências problemas de saúde mental ou casos de pensamentos suicidas acima da média. Em análises da relação entre disponibilidade de armas de fogo e mortes não intencionais, homicídios e suicídios de mulheres e crianças, o professor Hemenway concluiu que em estados com mais armas há mais mortes violentas nesses grupos. Outra análise, comparando 25 países de renda alta, revelou que, onde há mais armas, há mais homicídios de mulheres, com os Estados Unidos da América no topo da lista. (Adaptado de CORRÊA, Alessandra. Armas são eficazes para defesa pessoal? Por que este professor americano sustenta que esse discurso é mito. BBC News Brasil, 18/09/2018.)
A organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) tem utilizado os decretos do presidente para adquirir legalmente armas de fogo. A política facilita a compra de armamento para quem se registra como colecionador, atirador ou caçador, apelidados de CACs. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, criminosos da facção têm usado tal nomenclatura para as compras. Os equipamentos foram comprados com autorização da lei atual – alguns por meio de “laranjas”, pessoas que adquirem as armas para o grupo, mas também por criminosos com extensa ficha criminal. (Adaptado de Notícias Uol – São Paulo. PCC utiliza política dos CACs de Bolsonaro para comprar armas, diz jornal. 25/07/2022.)
O Instituto de Segurança Pública concluiu que o combate à criminalidade se dá com novas formas de atuação das polícias, principalmente no que tange às ações de inteligência e estrutura (armamento, viaturas, coletes, contingente, informatização). Tais mecanismos, até então utilizados pelo estado de São Paulo, ilustram o combate à criminalidade através de políticas de segurança e de políticas públicas sociais. (Adaptado de CAPEZ, Fernando. Controvérsias jurídicas. Segurança pública e armamento da população civil. Consultor Jurídico, 14/04/2022.)
PROPOSTA 2
O colégio em que você estuda decidiu lançar um projeto de educação antirracista. Antes de elaborar tal projeto, a direção resolveu escutar estudantes, familiares, professoras/es e funcionárias/os sobre a questão da discriminação racial no espaço escolar. Solicitou, então, que cada um desses membros da comunidade escolar enviasse um depoimento, a ser mantido em sigilo. Decidida/o a contribuir com esse projeto e compartilhar a sua experiência como estudante do terceiro ano do ensino médio, você enviará o seu depoimento, no qual deve a) declarar como se identifica racialmente; b) relatar se já presenciou, cometeu ou sofreu algum ato de racismo dentro do colégio e c) explicar como a diversidade étnico-racial é tratada nesse espaço escolar: no currículo, ou nos conflitos cotidianos, ou na contratação de professoras/es, ou na presença de alunas/os negras/os. O seu texto deve, obrigatoriamente, levar em conta a coletânea a seguir.
Antirracismo: postura, sentimento, movimento, conceito de oposição ao racismo. (Dicionário Caldas Aulete. Disponível em https://www.aulete.com.br/antirracismo. Acesso em 01/09/2022.)
“As escolas trazem o racismo como uma questão entre duas pessoas, confundindo-o com bullying. Não o enxergam como um sistema que se retroalimenta e se reinventa”, explica Ednéia Gonçalves, diretora-executiva adjunta da Ação Educativa. Pensar uma educação antirracista envolve tratar da relação entre duas pessoas, mas também de permitir que todos tenham sua identidade e história acolhidas no espaço escolar. E o processo de acolhimento e de reconhecimento das identidades requer que a escola repense todas as suas dimensões: curricular, formativa, de atendimento, avaliação, material didático, arquitetura e rotina. Se a escola não tiver um trabalho constante, sério e intencional de autoestima, autocuidado, de valorização da cultura negra, vai ser muito difícil as pessoas se identificarem como negras. As escolas estão avançando, mas o racismo aparece muito nas dobras. Quando você esgarça, ele pula”, alerta Ednéia. (Adaptado de Como pensar a construção de uma educação antirracista. Centro de Referências em Educação Integral, 11/06/2019.)
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena. § 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. § 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras. (Adaptado de BRASIL. Palácio do Planalto. Lei nº 11.645, de 10/03/2008, que altera a Lei nº 9.394, de 20/12/1996, modificada pela Lei n° 10.639, de 09/01/2003.)
“Há quase uma ausência do debate racial no campo da Educação. E esse silêncio nos leva a acreditar no mito da democracia racial. Mas os números revelam que não é assim”, explicou Iara Pires Viana, geógrafa e gestora da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais. Segundo ela, há uma relação intrínseca entre as desigualdades raciais e o direito de aprender. Iara defende que o papel da Educação para não reproduzir o racismo é o de denunciar a pedagogia das ausências, isto é, o racismo epistêmico, marcado em todo o processo de formação. Promover uma educação antirracista vai muito além de simplesmente combater as manifestações materiais do racismo cotidiano, como ofensas e xingamentos. Apesar de positivas, essas medidas não bastam para a construção de uma educação efetivamente inclusiva e equânime. A educação antirracista implica necessariamente a revisão do currículo, garantindo sua pluriversalidade, bem como a composição de um corpo docente etnicamente diverso.
A edição da UNIFESP 2023, aplicada no ano de 2022, teve como palavras do tema de redação “É possível conciliar mérito e bem comum?”.
Você pode conferir como que a UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) disponibilizou os textos motivadores do tema a seguir ou pode também acessar pelo PDF do link.
Confira
Texto 1 Meritocracia pode ser compreendida como um sistema de hierarquização e premiação baseado nos méritos pessoais de cada indivíduo. O poder do mérito está assentado na suposição de qualidades individuais, resultado de esforço e dedicação. (Berenice Bento. “Crítica da crítica à meritocracia”. https://diplomatique.org.br, 27.04.2021. Adaptado.)
Texto 2 Um mês depois da Tomada da Bastilha, em 1789, a Assembleia Nacional da França aprovou um dos textos mais importantes da história do mundo — a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Um trecho consagrava uma ideia nova para a época, uma das bandeiras dos iluministas franceses: as pessoas devem ser julgadas por seu mérito, e não pela raça, sexo ou pela “nobreza do sangue”. De acordo com o sexto artigo da Declaração, “Todos os cidadãos são iguais a seus olhos e igualmente admissíveis a todas as dignidades, lugares e empregos públicos, segundo a sua capacidade e sem outra distinção que não seja a das suas virtudes e dos seus talentos”. (Leandro Narloch. “Ideia revolucionária fundou o mundo moderno”. www.folha.uol.com.br, 15.09.2021. Adaptado.)
Texto 3 No livro Capital e ideologia, Thomas Piketty argumenta que a ideia de meritocracia serve para que os “vencedores” do atual sistema econômico justifiquem a desigualdade ― em qualquer escala ― jogando nos “perdedores” a culpa por seu próprio fracasso, como se obter êxito fosse apenas questão de esforço individual. (“Como o discurso da meritocracia ajuda a ampliar a desigualdade social”. www.intrinseca.com.br, 01.09.2020.)
Texto 4 Atualmente, enxergamos o sucesso não como uma questão de sorte, mas como algo que conquistamos por meio de nosso próprio esforço e luta. Esse é o cerne da ética meritocrática. Ela exalta a liberdade e o merecimento. Esse modo de refletir gera poder. Incentiva as pessoas a pensar em si mesmas como responsáveis por seu destino, não como vítimas de forças além do seu controle. Mas tem também um lado negativo. Quanto mais nos enxergamos como pessoas que vencem pelo próprio esforço, menos provável será que nos preocupemos com o destino de quem é menos afortunado do que nós. Se meu sucesso é resultado de minhas ações, o fracasso deles deve ser culpa deles. Essa lógica faz a meritocracia ser corrosiva para a coletividade e a noção de bem comum. (Michael J. Sandel. A tirania do mérito: o que aconteceu com o bem comum?, 2021. Adaptado.)
Texto 5 O bem comum deve ser considerado como uma pluralidade de valores que resultam da relação entre o interesse particular de cada indivíduo com o interesse da sociedade. Em um espaço político, pensar apenas em interesses privados, em detrimento do bem comum, significaria corromper a coisa pública. (Paula Mendes Lima. “Interesse e bem comum”. In: Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling. Dicionário da república, 2019. Adaptado.) Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva um texto dissertativo-argumentativo, empregando a norma-padrão da língua portuguesa, sobre o tema: É POSSÍVEL CONCILIAR MÉRITO E BEM COMUM?