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Tema de Redação da UFRGS de 2021 – Mudanças climáticas e direitos humanos

O tema de redação da UFRGS de 2021, acesso 2022, foi “Mudanças climáticas e direitos humanos”.

REDAÇÃO
Considere, abaixo, parte da entrevista da ex-presidente da Irlanda e Alta Comissária das Nações
Unidas para os Direitos Humanos, Mary Robinson, publicada no Jornal Valor Econômico, em 2016, e
aqui reproduzida a partir do site https://www.fronteiras.com/.
Nessa entrevista, a ex-presidente aborda o tema “Mudanças climáticas e direitos humanos”.
Por que as mudanças climáticas são uma questão de direitos humanos?
M.R.: Porque estão corroendo uma série de direitos, particularmente os sociais. Direito à alimentação,
à água. E também estão corroendo a saúde, tirando as pessoas de seus lugares. Existe uma grande
injustiça nas mudanças climáticas, porque afetam comunidades pobres e países pobres que não são
responsáveis pelas emissões de gases.
Por que o maior impacto sobre as pessoas pobres não ganha evidência?
M.R.: Acho que as pessoas não têm uma compreensão completa em relação a isso. E também não
se sentem suficientemente responsáveis. Temos que trazer à luz a injustiça da mudança climática e
torná-la mais visível.
[…] E o aspecto financeiro? Nem todos concordam em financiar as mudanças necessárias.
M.R.: Precisamos ver as finanças climáticas como uma forma de deixar o mundo mais seguro para
todos, fornecendo tecnologia e investimentos aos países em desenvolvimento para uma transição bem
rápida para a energia renovável.
[…] Governos e líderes empresariais parecem muitas vezes mais interessados no aspecto
econômico. Como incluir as pessoas nas soluções?
M.R.: Foi por isso que criei minha fundação, que é voltada à justiça climática. Precisamos colocar as
pessoas no centro de todas as ações relacionadas ao clima, ou iremos cometer erros. Por exemplo,
em 2007, 2008, havia um grande movimento para transformar o milho em etanol nos Estados Unidos.
Isso fez com que os preços de alimentos subissem e foi muito ruim para as comunidades pobres.
Tenho ouvido cada vez mais sobre grandes projetos, grandes hidrelétricas, florestamento que tentam
ser positivos para o clima, mas não são bons para os pequenos proprietários de terra, atropelam os
direitos dos povos indígenas, das pessoas pobres. Isso não é aceitável.
Como a senhora vê os direitos humanos atualmente?
M.R.: É difícil responder globalmente. Há uma preocupação com o que é descrito como o fechamento
de espaço para ação da sociedade civil. Em outras palavras, é mais difícil para a sociedade civil ser
influente. A chamada guerra contra o terror tem feito até protestos legítimos serem caracterizados como
terrorismo. E há um grande movimento para proibir ou reduzir a ação das ONGs. Muitos países estão
suspendendo o financiamento externo para as organizações não governamentais. E se não conseguem
recursos do exterior é muito mais difícil para elas financiarem suas atividades que são responsabilizar os
governos pela garantia de direitos humanos… É um grande problema, há muitos mais.
[…] As mudanças climáticas podem gerar refugiados do clima?
M.R.: Tenho certeza de que veremos o clima como fator de deslocamento das pessoas, porque estão
sofrendo com secas severas, inundações severas. Há estimativas de que em 2050 poderemos ter algo
entre 50 e 200 milhões de refugiados do clima. Nem podemos chamá-los de refugiados, porque eles
não têm esse status.
Como a senhora vê a atual situação?
M.R.: Falamos sobre direitos humanos e sobre problemas do clima e isso pode ser deprimente. Esses
problemas são muito sérios. Acredito que existem duas formas de olhar para isso.
Uma é ver o quanto isso é ruim e descrever o quanto isso é ruim. E tudo fica muito negativo, não há
energia, não há oxigênio para fazer nada. A outra é ver que a situação é difícil, mas que há pessoas
corajosas lutando contra isso e que podemos tentar ajudá-las.

Eu sempre pego emprestada uma expressão do meu amigo arcebispo Desmond Tutu. Estivemos em um painel em Nova Iorque, há alguns anos, com pessoas jovens, e ele fica muito entusiasmado quando está com jovens. Havia lá uma jornalista que, de forma até um pouco ríspida, perguntou a ele como se mantinha otimista. E ele respondeu: “Minha cara, não sou um otimista, sou um prisioneiro da esperança”. Isso foi profundamente importante para mim. Você precisa ter esperança, que é a energia para fazer mudanças. Adaptado de: . Como você pode perceber, a ex-presidente da Irlanda tem opiniões claras a respeito do impacto que as mudanças climáticas têm na vida das pessoas. Ela, em sua argumentação, apresenta aspectos relativos às mudanças climáticas e à consequente ameaça aos direitos humanos. A partir disso, considere a seguinte situação. Você já é aluno universitário e é finalista, juntamente com mais dois colegas, de um projeto de sua Universidade que proporciona a jovens estudantes debater presencialmente com grandes personalidades do mundo. Neste ano, a personalidade que debaterá com um aluno será a expresidente Mary Robinson. Na verdade, apenas um dos três finalistas terá a incumbência de discutir com ela. O escolhido será aquele que convencer um grupo de jurados, formado por alunos e professores, de que tem as ideias mais bem fundamentadas a respeito do assunto a ser debatido e de que tem opiniões bem claras e definidas acerca do que pensa a ex-presidente. Para definir quem será o escolhido entre os três finalistas, os jurados determinaram que cada um deverá escrever um texto dissertativo a respeito das ideias da ex-presidente na entrevista. Esse texto será lido, em voz alta, em uma sessão em que os jurados estarão presentes. Você deverá, portanto, escrever o seu texto e lê-lo para os jurados. Lembre-se de que esses jurados vão escutá-lo e vão comparar o seu texto aos dos outros dois alunos que também gostariam de estar frente à ex-presidente para, com ela, debater. A partir dessa comparação, os jurados escolherão quem será o aluno que representará sua Universidade no debate com a grande pensadora. Em resumo, você deverá escrever uma dissertação que, ao ser lida perante o grupo de jurados, deve apresentar claramente seu ponto de vista sobre as ideias de Mary Robinson expressas na entrevista publicada no jornal. Essa redação deve convencer os jurados de que você é a pessoa certa para representar sua Universidade nesse grande evento. Para fazer o seu texto, recomendamos que você: a) seja claro ao apresentar seu ponto de vista sobre as ideias defendidas pela expresidente na entrevista; b) construa argumentos bem fundamentados, de modo que possam convencer os jurados de que você é a pessoa ideal para debater com a pensadora. Bom trabalho! Instruções A versão final do seu texto deve: 1 – conter um título na linha destinada a esse fim; 2 – ter a extensão mínima de 30 linhas, excluído o título – aquém disso, seu texto não será avaliado –, e máxima de 50 linhas. Segmentos emendados, ou rasurados, ou repetidos, ou linhas em branco serão descontados do cômputo total de linhas. 3 – ser escrita, na folha definitiva, com caneta e em letra legível, de tamanho regular.

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Alice no País das Maravilhas Lewis Carroll Literatura Inglesa Resumo de Cada Capítulo UNICAMP

“Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carroll – Resumo de Cada Capítulo

Lewis Caroll foi um professor de matemática em Oxford.

Segundo o prefácio de Monteiro Lobato, ele inventou uma história para três menininhas enquanto passeava pelo Tâmisa que gostaram muito, nascendo, assim, a obra. O problema da tradução é mais do que a língua, mas costumes, repertórios, tradições e imaginário popular. A história ganhou sucesso internacional e no Brasil por Emília, personagem de “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, querer saber da história, mas precisar de uma tradução.

Capítulo 1 – Descendo a toca do coelho

Alice estava ficando entediado com a irmã que lia um livro sem diálogos e imagens. Ela até pensou no que valia o livro assim, ainda mais de fazer uma coroa de margaridas naquele dia de calor. Então, viu um coelho branco passando na frente dela, mas ele dizia que estava atrasado, além de tirar um relógio do bolso, coisa que Alice finalmente achou estranho. Ardendo de curiosidade, seguiu o caminho e o viu pulando em uma toca de coelho. Ela entrou, mesmo não considerando como sairia, era uma toca estreita que ia se inclinando, até o ponto que ela não tinha mais firmeza e começou a cair. Sem saber se caia em um poço profundo ou se caía lentamente, deu tempo de ver para baixo e os arredores, mas estava escuro para baixo e dos seus lados via armários e prateleiras de livros, deu tempo de pegar um pote vazio enquanto caía dali que estava escrito “geleia de laranja”. Pensou que poderia ser considerada muito corajosa pela queda e como contaria tudo depois, devolveu o pote vazio em outro armário. Estava caindo faz um certo tempo, até fez as contas que já passaram dos 6.000 quilômetros, fato que repetia a si mesmo para praticar e menos para impressionar alguém, já que estava sozinha. Pensou até em latitude e longitude, mas não tinha chegado nesse assunto na escola, só quis falar. Pensou até que cruzaria o planeta e cairia ou na Nova Zelândia, Austrália ou com os Antipáticos, daí ficou feliz de ninguém ouvir o que falava, julgou prudente e menos evidente que seria ignorante se só olhasse uma placa. Até praticava uma reverência. Sentiu saudade da Diná, a gata, queria ela ali e ficou pensando na alimentação dela. Ficou se perguntando e ficando sonolenta, até cair em uma pilha de gravetos e folhas secas sem se machucar. Conseguiu ver um corredor longo e o coelho virando a esquina, ainda preocupado com a hora. Estava em uma sala baixa e comprida, com várias portas que não conseguia abrir e pensando como retornaria. Enfim, achou uma mesa de três pernas e uma chave, mas não entrava nas portas. Até que achou uma pequena porta atrás da cortina, nela, a chave entrou. Viu um jardim de flores, mas ela tinha que passar por um corredor muito pequeno. Pensando que nada seria impossível com tantas coisas extraordinárias, voltou à mesa da chave com esperança de algo e viu uma garrafa pequena com a nota de “beba-me”. Verificou se era veneno antes, trauma de histórias ouvidas. Vendo nada que lembrasse das outras histórias e no rótulo, bebeu e sentiu gostos variados, de peru assado a mel, e encolheu. Esperou um tempo para ver se diminuía mais, até pensando como é uma vela quando se apaga. O problema é que ela esqueceu de pegar a chave, e agora estava longe demais dela. Até chorou mas se recompôs, falando consigo mesma e se encorajando com conselhos, mesmo que raramente os seguisse, gostava de fingir ser duas pessoas e até já trapaceou contra si mesma em um croquet, até se punindo. Viu um bolo que tinha “COMA-ME” de aviso. Ficou esperando algo, assim como esperava de tudo, mas nada aconteceu. Terminou o bolo e continuou sua jornada para ir ao jardim.

Capítulo 2 – A lagoa de lágrimas

Supreendentemente, Alice começou a ficar esticada, ela ficou triste com o afastamento dos pés e prometeu que cuidaria deles, mas que eles deveriam se cuidar também. Conseguiu pegar a chave e foi para a porta. Mas ainda assim não podia passar, só ver com os olhos a passagem. Chorou e de novo se repreendeu. Depois de chorar uns galões que deixaram uma poça de 10 centímetros, ouviu passarinhos e o coelho falando de uma Duquesa. Ela até tentou pedir ajuda mas o coelho passou, deixando uma luva e um leque. Ela achou tudo curioso e ficou pensando se tudo era tão normal e quando tudo mudou, lembrou-se de ir dormir e da manhã, sem pistas de algo estranho. Pensou até ter sido trocada, mas cada uma das meninas eram muito diferentes de si. Tentou se recordar da tabuada, sem muito sucesso, da geografia também, poesia menos ainda. Até pensou que poderia ter mudado e se sairia dali se fosse para melhor, mas estava cansada de estar sozinha. Percebeu que vestia a luva do coelho e estava encolhendo por conta do leque. De novo, esqueceu a chave, mas para piorar, estava menor ainda e em águas salgadas. Pensou estar no mar, e que poderia pegar um trem, por associar que em toda praia há uma estação. Mas eram suas lágrimas, achou que devia ter chorado menos e como seria curioso ficar afogada nas próprias lágrimas. Ouviu algo respirando, achou ser um hipopótamo, mas era apenas um rato. Ela perguntou se ele sabia como sair dali, enquanto pensava qual era o tratamento correto para um rato de suas aulas de gramática, ela tentou falar francês, mas soltou uma pergunta de onde estava seu gato, o rato se estremeceu e ela se desculpou. Alice perguntou se ele não gostava de gatos, e o rato questionou como ele havia de gostar. Ainda assim, Alice disse que gostaria que conhecesse Diná. Mas o rato não gostava do rato calmo e Alice decidiu parar. O rato estava se tremendo e daí ela começou a falar de um cachorro simpático. Ele era bem esperto, fazia truques, valia muito e até matava ratos, daí o rato nadava para mais longe. Alice se desculpou e disse que não falaria mais de gatos e cachorros. Ele deu meia volta e explicou que contaria sua história na margem para Alice. Outros animais seguiram o comando de Alice para sair do lago, já que ficaram presos ali também.

Capítulo 3 – A corrida da convenção e uma longa história

O pato, o dodô, o papagaio, a aguiazinha, Alice, o rato e outros animais estavam na margem, irritados e querendo se secarem. Alice conversava com todos de forma que os conhecessem por um longo tempo, o papagaio parou de falar com ela por se achar mais velho e por saber mais. O rato bradou que todos sentassem e que tinha um plano, como parecendo que era um líder, todos os obedeceram. Ele disse que faria todos ficarem seco, e começou a contar a história de Guilherme, o Conquistador. Um resmungou, outro não entendeu, o rato contava a história. Até que o Dodô propôs uma corrida, a Corrida da Convenção. A regra era que a corrida fosse corrida do tanto que achassem bom, sendo que uns paravam, outros continuavam, até que o Dodô disse para parar. Todos tinham vencido segundo ele e mereciam prêmios. O Dodô colocou Alice para dar os prêmios e ela tinha uma caixa de bombons exatos para cada um ali que achou no bolso no desespero. Alice merecia um prêmio, então ela procurou e achou um dedal. Ela o presenteou, todos o aplaudiram com seriedade. Ao comer os bombons, os animais variavam de nem sentir o gosto para se engasgarem pelos seus tamanhos. Alice toca no assunto de novo dos bichos e o rato diz que é uma história triste, com um trocadilho em inglês. Segundo a história confusa, um cão e um gato o julgarem sem juíz e com pena de morte. Alice não prestava bem atenção. O rato ameaçou a ir embora e ela e todos pediram que contasse tudo. Ele se foi. Uma carangueja lamentou ter ido embora e Alice tornou a falar de Diná, assustando os pássaros e os outros animais a irem embora. Alice ficou sozinha, lamentando falar da gata, ouviu passos e pensou que era o rato chegando de novo.

Capítulo 4 – O coelho envia o pequeno Bill

Era o coelho vindo. Ele procurava pelo par de luvas que devia dar à Duquesa. A sala mudou e não tinha mais a mesa desde seu mergulho. O Coelho tratou Alice por Mary Ann e demandou que ela achasse logo as luvas. Eles seguiram até a casa do Coelho, ela entrou antes para ver se a verdadeira Mary Ann não estaria por ali. Pensou que seria possível que depois tivesse que obedecer a gata. Em um outro quarto, ela pegou um leque, um par de luvas e bebeu uma garrafa que estava por ali, esperando algo fantástico acontecer. Ela cresceu antes de terminar metade da garrafa. Ela ficou do tamanho do quarto, com o braço de fora, pensando que era desconfortável. Pensou nessas coisas fantásticas que lia em contos de fadas e que provavelmente haveria de ter um sobre ela, nem que ela escrevesse sobre. Ela pensou que não cresceria mais, muito menos ficaria velha ou aprenderia mais. Do lado de fora, ouviu o Coelho a chamando. Ele tentou abrir a porta sem sucesso, estava travada pelo ombro de Alice. Tentou ir pela janela, ela o agarrou mas o soltou e ele caiu em uma estufa. Ele chamou por Pat, e exigiu que ele retirasse o braço do quarto. Tentou pegá-los, outros gritinhos e vidro quebrando. Bill foi chamado para ajudar. Ela ouviu que ia descer pela chaminé e chutou ele para longe quando sentiu. Toda a cena é descrita apenas pela perspectiva de Alice estar na sala ouvindo, ela não vê de fora e pouco menos sabemos o que está de fora e até quais são os animais, como o Bill. Pensaram em queimar a casa e Alice disse para que não o fizessem. Após um silêncio, jogaram bombinhas na casa, ela disse para parar. Depois, viu que haviam alguns bolinhos dentro do quarto, resolveu comer. Ficou pequena e saiu do quarto para encontrar todos. Viu até o lagarto Bill, que antes tomava conhaque e agora se recuperava com dois porquinhos-da-índia. Ela correu para uma floresta densa antes mesmo que pudessem ver quem era Alice. Ela traçou um plano de ficar no tamanho normal, mas mal sabia o tamanho que tinha e como começar. Ela ouviu um latido agudo e viu um cachorro imenso que a olhava com cara de fome. Ela jogou um graveto, ele foi atrás e ela correu. Ela repetiu para que não fosse esmagada, tal qual brincasse com um cavalo. Ela repetiu até que ele ficasse entretido e foi embora. Pensou até que poderia ensinar-lhe truques, mas lembrou que precisava voltar ao seu tamanho. Ela viu tudo para ver o que podia comer, viu um cogumelo grande como ela, subiu nele e avistou uma lagarta que fumava um narguilé.

Capítulo 5 – Conselhos de uma Lagarta

Após uns momentos se encarando, a Lagarta perguntou quem era Alice com uma voz sonolenta. Alice mal sabia se definir, já que mudou tanto desde que acordou. A Lagarta não entendia, mas quando Alice era clara, não concordava com as análises de estar diferente. Ela até tentou fazer a Lagarta falar quem ela era primeiro, perguntou o motivo e ela desistiu. A Lagarta pediu que voltasse e pediu calma. Depois de um tempo, a Lagarta tentou entender Alice, ela explicou que não tinha certeza de ser si mesma e até esquecia de coisas que havia decorado. É muito comum a inteligência estar associada a coisas decoradas, a Lagarta pediu para recitar o poema “o velho pai William”. É um poema sobre um homem gordo com algumas façanhas e habilidades estranhas para seu físico. Mas estava tudo errado segundo a Lagarta. Ela ficou curiosa com a busca do tamanho, Alice só não queria mudar tanto, mas não agradava a altura de 7cm, a mesma da lagarta. Após um tempo de tanta contradição de sua vida, a Lagarta fumou, espreguiçou-se e foi embora, falando que um lado a iria crescer e outro a diminuir, dizendo que era o cogumelo. Não ajudava muito, o cogumelo era redondo, pegou um pedaço de cada lado, um fez ela se achatar, o outro se espichar. Seu pescoço era agora flexível como uma cobra. Encontrou-se com uma pomba assustada e tentou acalmá-la. Mas a pomba era traumatizada com serpentes e que todos os lugares eram locais para achar uma. Alice tentava lhe dizer que era uma garotinha, mas nem ela acreditava direito pelo tanto de coisas que se transformou em um dia. Relacionando que Alice comeu ovos, disse que ela não era tão distante de uma serpente assim. Ficou pensando na ideia nova, mas falou que nem ovos queria, ainda mais crus. Conseguiu voltar ao tamanho normal e estava desacostumada. A obra trata o crescimento do corpo de Alice como uma alegoria de crianças que passam pela puberdade. Novamente, voltou ao seu objetivo final e grande desenvolvedor da história, o jardim de flores. Ao continuar, chegou inesperadamente a um lugar aberto com uma casa de 1 metro e 20, e achou prudente não chegar lá com o tanto de altura que tinha e reduziu seu tamanho para 20 centímetros.

Capítulo 6 – Porco e Pimenta

Após olhar por uns momentos a casa, viu um peixe vestido de lacaio e peruca sair do bosque e bateu na porta da casa. Foi atendido por um sapo com peruca e uniformizado, o peixe trazia uma carta, para a Duquesa, era um convite da Rainha para jogarem croquet. Eles repetiram as frases um do outro, mudando a ordem das palavras, curvaram-se e as perucas se entrelaçaram. Alice riu da cena e se escondeu para não ser vista. Viu de novo e viu que o peixe se foi e o sapo fitava o céu. Alice queria entrar, mas o sapo disse que fazia tanto barulho lá dentro que seria difícil ouvir as batidas, além de que ele estava ali. Alice perguntava como poderia entrar, mas o sapo continuava fitando o céu, talvez por sua anatomia, e não respondia diretamente as perguntas, além de falar que deveria ficar ali até amanhã. Um prato saiu da porta, voou na frente dele e explodiu na árvore. Disse que era melhor voltar depois de amanhã. Alice queria entrar, mas o Lacaio perguntava se ela deveria entrar se quer. Constantemente, Alice é contrariada na obra, uma vez que ela estava acostumada a não ser confrontada ou que tudo que ela dizia era uma papagaiada dos adultos. Alice até perguntou o que devia fazer, o Sapo que disse que ficaria ali dias e dias, respondeu que ela podia fazer o que bem entendesse. Ela abriu a porta e se deparou com uma grande cozinha cheia de fumaça. A Duquesa estava por ali embalando um bebê. A cozinheira mexia uma sopa no caldeirão. Havia muita pimenta no ar, Alice se esforçava para não espirrar. Apenas as cozinheiras e o gato de Cheshire, que sorria de uma orelha para a outra, que não espirravam, o bebê e a Duquesa sofriam. Alice perguntou do gato e do seu sorriso, era típico da raça. Alice achou estranho, a Duquesa achava normal a todos os gatos, Alice disse nunca ter visto, a Duquesa afirmou que ela sabia pouco. Alice queria mudar o tópico da conversa, a cozinheira se estabanou com o caldeirão e a choradeira do bebê era descontrolada, Alice pedia cuidado. A Duquesa disse que tudo seria mais rápido se cada um se preocupasse com seus problemas, o que fez Alice dizer que não era possível, contando a velocidade de eixo da Terra, o que não fez a Duquesa continuar reclamando e pedir pra ela cortar a cabeça de Alice. A cozinheira pareceu não ouvir e a Duquesa cantava uma canção de ninar macabra enquanto embalava o bebê que só sabia chorar. O bebê e a cozinheira até embalavam no refrão, mas o bebê chorava cada vez mais. Ele foi arremessado para Alice, sugestão da Duquesa para embalar. A Duquesa foi se arrumar para ir ao croquet com a rainha, uma panela voou perto dela pela cozinheira mas não acertou. Alice tinha dificuldades de segurar o bebê inquieto e saiu dali. Conseguiu achar um jeito de segurá-lo e pensou melhor levá-lo dali, achou que poderia morrer com tantos perigos em sua volta e se sentiu responsável. O bebê parecia um porco, olhos pequenos, nariz torcido, grunhia várias vezes. Ela pensou no que fazer com ele, até que o bebê virou um porco. Ela o soltou e o porco trotou. Achou bom que ele era um porco e não seria uma criança estranha. Pensou até em crianças que conhecia e como seria bom se elas pudessem ser mudadas para o jeito certo. Percebeu que o gato de Cheshire a via. Ela pensou que poderia ganhar na simpatia e perguntou para onde deveria ir. O gato disse que já que o destino não importava, todos não importavam. Ela adicionou que queria chegar a algum lugar, o gato disse que bastava andar o suficiente. Dos caminhos, o gato disse que em um acharia a Lebre de Março, do outro, o Chapeleiro, ambos loucos. Alice queria distância de gente louca, mas o gato disse que todos eram loucos, inclusive eles dois. Ele argumentou que estava ali, por isso seria louca, não a convenceu, mas ficou curiosa como o gato seria louco. Ele disse que um cão balança o rabo feliz e rosna nervoso, ele faz o contrário. Alice chamou de ronronar, ele disse que poderia chamar do que quiser. Ele quis saber se ela jogaria croquet, ela queria, apesar da falta de convite. Disse que ele estaria lá e desapareceu, coisa que não surpreendeu Alice pois já estava acostumada com coisas estranhas acontecendo. O gato apareceu de novo, perguntou do bebê, Alice disse normalmente que virou um porco, o gato achou normal e desapareceu. Alice até esperou, achando que ele voltaria. Nisso, pensou que poderia ver a Lebre, já que já viu um Chapeleiro na vida e a Lebre poderia delirar menos já que era Maio. Ao olhar para cima, o gato a olhava e perguntou de novo se era porco ou figo que o bebê virou, ela repetiu a resposta, pediu que não ficasse aparecendo e desaparecendo tão rápido, ele aceitou e desapareceu lentamente, da cauda até só ficar o sorriso. Ficou pensando no sorriso e imaginou a casa da Lebre. A chaminé, que viu da casa, tinham o formato de uma lebre e o teto tinha pele. Comeu o cogumelo e aumentou para 70 cm. Pensou que se a Lebre estivesse delirando, teria sido melhor ter ido ver o Chapeleiro.

Capítulo 7 – Uma Louca Festa do Chá

Em uma mesa posta embaixo de uma árvore na frente da casa, estavam o Chapeleiro e a Lebre, com um Arganaz (espécie de esquilo). O Arganaz dormia, os outros o usavam como almofada. Alice achou desconfortável, mas pensou que ele dormia por não o ser, eles se alarmaram quando ela chegou falando que não havia espaço, mesmo que estivessem todos do mesmo lado em uma mesa grande. Alice sentou em uma poltrona do outro lado, disse que não via vinho e que achou nada educado oferecerem, mas a Lebre disse que ela não devia sentar sem ser convidada e disse que havia vinho nenhum. O Chapeleiro disse que ela deveria cortar o cabelo. Alice achou rude e o Chapeleiro perguntou da semelhança do corvo e de uma escrivaninha. Alice se empolgou para descobrir a charada. A Lebre se impressionou dela querer achar a resposta, e Alice quis dizer isso, mas aí os três da festa falaram que não era a mesma coisa que querer dizer, que tivesse dito. Depois, um silêncio. Alice pensava e o Chapeleiro perguntou que mês estavam, Maio, Alice disse “o quarto”, a ordem do mês no ano. Chapeleiro reclamou que a manteiga não ia funcionar, mesmo que fosse a melhor. A Lebre resmungou, olhava para o relógio de bolso, molhou-o no chá e guardou. Alice achou estranho o relógio falar apenas os dias, enquanto o Chapeleiro achou normal, acharia estranho se mostrasse o ano. Alice entendia mal o Chapeleiro, ele repetiu que o Arganaz tinha dormido, despejou chá nele e o Arganaz murmurou algo que concordasse com a conversa. O Chapeleiro perguntou se ela descobriu a resposta da charada. Ela disse que não, muito menos os outros sabiam. Ela acusou de ser perda de tempo, e ele disse que se ela conhecesse o tempo, não falaria em desperdiçar. Uma das alegorias mais comuns da obra é sobre a passagem do tempo e do trabalho relacionado ao relógio. Ela não entende, pois ela só bate tempo em estudo de música. O chapeleiro disse que realmente ela não entendia, já que o tempo não gostava disso. Ela achou estranha a ideia, mas o Chapeleiro disse que poderia avançar quando bem quisesse e parar. Alice perguntou se era isso que ele fazia, mas não, eles discutiram isso em Março, antes da Lebre enlouquecer, no meio do concerto organizado pela Rainha de Copas. Ele começou a cantarolar “twinkle twinkle” mas falando de morcego. Alice achava conhecer, a letra estava trocada e o Arganaz que dormia cantava junto. Até que a Rainha viu a Lebre matar tempo e mandou cortar a cabeça, desde então, o relógio parou nas 6 e não obedecia mais o chapeleiro. Alice percebeu que era isso que dizia que era sempre hora do chá, nunca limpavam nada porque a hora não ia e só mudavam de lugar. Apesar de Alice perguntar o que acontecia quando eles voltavam ao início, a Lebre quis mudar de assunto e pediu uma história de Alice. Ela não sabia, então os dois gritaram para que o Arganaz contasse uma. Ele contava de 3 meninas que. Viviam em um fundo de poço num caldo de xarope, por isso ficaram doentes. Alice ia perguntando tudo, como era possível viverem lá, no xarope, sem ficarem doentes. A Lebre pediu que ela tomasse mais chá, mas ela nem chá tinha tomada, por isso mesmo ela não podia tomar menos. Alice se revoltou e o Chapeleiro se sentiu triunfante. A história continuava para os dois e Alice achava tudo aquilo impossível. O Arganaz julgou que ele deveria parar e ela prometeu parar de comentar. Elas desenhavam xarope, coisa que Alice havia perguntado. Com o Chapeleiro querendo uma xícara limpa. Com a mudança, Alice ficou com um prato cheio de leite do Arganaz e só o Chapeleiro ficou bem. Ela achou estranho desenharem xarope, mas o Chapeleiro disse que bem se podia desenhar uma poça de água. O Arganaz disse que eles estavam obviamente dentro da poça. Alice ficou sem saber o que perguntar por um bom tempo. O Arganaz quase ia dormindo e contando que eles desenhavam tudo que começava com M, sendo que Alice perguntou o motivo e a Lebre perguntou como não seria. Ele até apontou que desenharam uma muiticidade, coisa que se fala, Alice disse que nunca tinha visto um desenho disto, o Chapeleiro apontou que ela deveria se calar. Para Alice, foi a gota d’água e ela foi embora, o Arganaz caiu no sono e ninguém deu por sua ida. Até achou que o chamariam, mas eles estavam mais ocupados tentando enfiar o Arganaz no bule. Achou a festa estúpida e falava consigo mesma, notou uma porta em uma árvore. Novamente, estava na sala de corredor comprido com a chave e a porta. Tendo aprendido, lidou melhor e conseguiu ir até o bonito jardim. Ler página 101

Capítulo 8 – O Campo de Croquet da Rainha

Uma roseira grande se erguia na entrada do jardim com rosas brancas, mas alguns jardineiros as pintavam de vermelho. Eram todos em formato de cartas e se nomeavam pelos números. Eles discutiam como um deles devia ter sido decapitado e viram Alice. Ela perguntou o que faziam, ele explicou que plantaram uma roseira branca por engano e pintavam para não serem pegos. A Rainha chegava no meio da explicação com soldados. Vinham também crianças em casais e os soldados e todos estavam decorados de corações. Viu também o Coelho branco que falava nervoso. Sem fazer cortejo, que era colocar o rosto no chão, a Rainha perguntou quem era Alice. Ela era bem grosseira e a disposição de Alice de ser direta e perguntona deixou-a brava. A Rainha pediu para cortar a cabeça e o Rei tentava acalmar. Nisso, as cartas viradas, foram desviradas para a Rainha ver melhor. Ela perguntou da roseira e eles tentavam explicar sem sucesso. Ela ficou sem paciência e os soldados fugiram com a cobertura de Alice. Sem ela perceber muito, perguntou se Alice sabia jogar Croquet, ela respondeu positivamente e foram caminhar. Alice até tentou comentar do dia mas o Coelho dizia para ela ficar quieta. Alice perguntou da Duquesa, já que ele a estava procurando. Pediu para ela falar baixo, pois ela estava sentenciada de morte por fazer a Rainha esperar. O campo de croquet tinha flamingos de marretas, soldados se apoiando no chão para serem arcos, ouriços de bolas e o campo todo ondulado. O jogo foi difícil para Alice porque o flamingo foi difícil de achar e mais ainda para poder acertar o ouriço que sumia. Todos jogavam sem se respeitar e discutindo. Os soldados iam de um lado para o outro da confusão e também a Rainha gritava a cada minuto para cortar a cabeça de um. Alice ficava apreensiva pois poderia ser logo a próxima. Enquanto pensava como fugir, prestou atenção em um ponto e viu o sorriso do Gato de Cheshire, ele perguntava como estava indo. Esperou as orelhas aparecerem e começou a contar da situação injusta do jogo. A Rainha ouviu a conversa, Alice notou e disse que ela ganharia, ela ficou satisfeita. O Rei ficou curioso com o Gato e deixou que ele beijasse sua mão, mesmo que não gostasse da aparência. O Gato disse que não, o Rei pediu que a Rainha cuidasse dele (cortando a cabeça). Alice até disse que em um livro dizia que isso não era problema, ele não ligou. Todos continuavam a brigar e discutir, em um momento que Alice perdeu o flamingo e o recuperou, o executor, a Rainha e o Rei brigavam e pediam que ela resolvesse o problema: O Executor não podia cortar uma cabeça sem corpo; o Rei disse que toda cabeça poderia ser decapitada; a Rainha iria decapitar todos se não resolvessem logo. Alice concluiu dizendo que o Gato era da Duquesa, foram à prisão para buscar e o Gato sumiu.

Capítulo 9 – A História da Tartaruga Falsa

A Duquesa estava muito mais amigável com Alice, talvez fosse a falta da pimenta. Alice pensou em como as comidas mudavam o humor das pessoas. A Duquesa tentava se descansar no corpo de Alice que tentava educadamente aguentar. A Duquesa procurava moral em tudo e até mesmo tentava ver se podia colocar a mão na cintura dela, mas Alice alertou do flamingo. Mas enquanto ela falava com Alice, ia colocando moralidades e ensinamentos, tais quais as obras infantis da época que tentavam moralizar crianças em vez de explorar a imaginação. A Duquesa falava de um presente com todos os ensinamentos e ela ficou muda em frente à Rainha. A Rainha mandou-a sumir e ela foi-se, mandou retornarem o jogo, os súditos voltaram do descanso repentino. Eram tantos sentenciados que sobraram só a Rainha, o Rei e Alice de jogadores. A Rainha começou a perguntar se Alice sabia da Tartaruga Falsa, a mesma que tinha uma receita, Alice desconhecia. Enquanto o Rei perdoava os sentenciados, que considerava até demais, a Rainha levava Alice para o Grifo, criatura de quatro patas, cabeça de falcão, asas e metade leão, para que contasse a história. Ele achou graça que ninguém era executado, e Alice ficava furiosa de ser mandada em todo lugar. Alice viu de longe a Tartaruga Falsa, o Grifo repetia que era tudo ilusão, as ordens da Rainha e a aflição da Tartaruga. Foram até eles e ele começou a contar sua história. Ele era antes uma Tartaruga de verdade, quando ainda jovem, ia à escola de uma tartaruga chamada Jabuti, pois assim foi ensinado. Mas tudo isso era muito lento. O Grifo tentava fazer Alice escutar, daí a Tartaruga se vangloriava de ir à escola todos os dias com aula extra. Alice dizia que fazia o mesmo, mas a Tartaruga disse que não era boa pois faltava aula de lavagem. Apesar disso, ela fez só o curso regular pois não poderia bancar tudo. Ela depois disse sobre alguns termos da matemática mas com nomes diferentes. Alice ficou confusa com o enfeiamento. Mas o Grifo a chamava de tola por qualquer pergunta, o que a desmotivava de perguntar mais, naturalmente a qualquer um. Existiam outras aulas, mas nem o Grifo e a Tartaruga Falsa podiam demonstrar, por corpo ou prática. As aulas diminuíam cada dia (brincadeira com a palavra “lesson”), até que o dia 11 as aulas acabavam. Curiosa com o dia 12, ela foi interrompida pelo Grifo para falarem sobre os jogos.

Capítulo 10 – A Quadrilha da Lagosta

A Tartaruga chorou, após consolada pelo Grifo, ela disse que era muito bom a Quadrilha de Lagosta. Eles descreviam a quadrilha e até tentaram fazer a parte que vinham as lagostas, ainda que só a Tartaruga soubesse da letra ainda. Alice ficou da dança que acabou e começa um assunto de anchovas, onde vivem, a origem do nome. Até pensaram na música de novo mas o grifo quis saber das aventuras de Alice, que se limitava ao dia de hoje por não se reconhecer mais. Ela tinha um pouco de medo deles tão perto mas contou tudo desde manhã até a Lagarta e o poema. A Tartaruga ficou curiosa e pediu para que recitasse outro poema. Alice estava bem cansada do quanto mandavam nela. Confundindo a letra da música da Quadrilha e o novo poema, ela ficava cada vez mais confusa. O Grifo e a Tartaruga Falsa ficam pensativos. Pediram outro poema, mas eles se cansaram de ter que pensar naquela loucura. Alice ficou feliz com a possibilidade de ouvir uma canção e a Tartaruga Falsa cantou sobre uma sopa. Ao longe, anunciaram um julgamento que começavam e puxaram Alice.

Capítulo 11 – Quem Roubou as Tortas?

Em uma sala de julgamento que Alice ficava feliz de saber o nome de tudo, todos se reuniam em frente ao Rei que era o juíz. O lagarto Bill estava ali com um giz, escrevendo, coisa que deixou Alice incomodada pelo barulho e roubou dele. Outras tantas criaturas escreviam e estavam em caos. O julgamento avaliava o caso do roubo de tortas pelo Valete de Copas. O Chapeleiro foi chamado como primeira testemunha e questionado por não ter terminado o chá e de sua profissão. Ele ficou nervoso com a Rainha e até mordeu a xícara em vez do pão. Alice voltava a crescer, mas o Arganaz estava incomodado com o crescimento dela e saiu de perto. Enquanto isso, a Rainha encarava o Chapeleiro que se tremia todo e pediu a lista dos cantores do último concerto. O Rei ameaçou cortar-lhe a cabeça mas o Chapeleiro continuava a dizer que era um pobre homem. Há uma piada de “twinkling” e “tea” e como o Chapeleiro queria só ter a hora do chá. Ele mal sabia de nada. Os Porquinhos da Índia ali se empolgavam e seus aplausos eram suprimidos. Alice achava bom pois poderia deixar tudo correr melhor. Mandaram o Chapeleiro sair, foi correndo e a Rainha mandou cortar a cabeça dele fora, mas os oficiais o perderam de vista. A próxima testemunha era a cozinheira da Duquesa. Pediram que ela fizesse um depoimento, ela negou, perguntaram do que eram feitas as tortas e ela disse que eram de pimenta, o Arganaz comentou xarope e a Rainha mandou tirarem-no dali. Depois da confusão, a cozinheira sumiu. A próxima testemunha era Alice.

Capítulo 12 – O Depoimento de Alice

Alice se levantou e derrubou todos, ela estava tão empolgada no momento para dizer onde estava que esqueceu de ver seu tamanho. Ela tentava colocar todos no lugar, lembrando de um acidente com um peixe que teve. O Rei esperava para continuar até que todos retornassem. O lagarto era o mais afetado por tudo. O Rei perguntou o que Alice sabia e ela não sabia de nada, ele se confundiu entre definir se era importante ou desimportante. Tentaram expulsar Alice com uma regra inventada de sua altura e Alice se recusava. O Coelho dizia que ainda haviam evidências, como um papel que achou. Acusaram o Valete e ele dizia ser inocente. A carta era confusa e dizia nada de muito sentido, Alice entendia muito menos. Tentaram achar sentido no que havia ali, Alice rebatia o que entendiam. A Rainha queria sentenciar antes do veredito. Alice se revoltou e as cartas avançaram nela, apesar de seu tamanho ter dobrado. As cartas engoliram-na e ela se deparou num banco, dormindo perto da irmã. Alice se apressou para o chá e sua irmã ficou pensando nos seus sonhos, até mesmo sonhou com ela. Ela via e ouvia as aventuras de Alice. Pensou em como poderia ser adulta e manter esse coração de criança.

“O ‘mal-estar docente’ como fenômeno da modernidade: os professores no país das maravilhas” por Eloisa da Silva Gomes de Oliveira – http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1806-58212006000100004&script=sci_arttext

“’Alice no país das maravilhas’: uma relação entre literatura e sociedade no período vitoriano” por Mircon Rothmann e Elis Regina Fernandes Alves – https://edoc.ufam.edu.br/retrieve/496902d5-b46e-4060-a0ae-18871a032401/TCC-Letras-2013-Arquivo.012.pdf

“A busca da identidade em ‘Alice no país das maravilhas’ e ‘Corda bamba’” por Cida Golin – https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/fale/article/download/16106/10579

“’Alice por artes de Narizinho’: ‘Alice no país das maravilhas’, de Monteiro Lobato” por Katarina Queiroga Duarte – https://baes.uc.pt/bitstream/10316/25128/1/KATARINA_QUEIROGA_DUARTE.pdf

“O que é ‘desenvolver o raciocínio lógico’? Considerações a partir do livro ‘Alice no país das maravilhas’” por Denise Silva Vilela e Deiziele Dorta – http://educa.fcc.org.br/pdf/rbep/v91n229/v91n229a11.pdf

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Redação UFRGS UFRGS

Todos os Temas de Redação da UFRGS – Desde 2014

O vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul tem a tendência de pedir uma redação a ser escrita pelos candidatos.

O vestibular possui o ano de edição referente ao ano de entrada à universidade, ou seja, quem faz o vestibular no ano de 2024, vai se aplicar para a UFRGS 2025.

A seguir, confira quais foram os temas de redação já cobrados pelo vestibular.

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FUVEST Redação FUVEST

Tema de Redação da FUVEST de 2018 – De que maneira o passado contribui para a compreensão do presente?

O tema de redação da FUVEST 2019 teve como a frase “De que maneira o passado contribui para a compreensão do presente?”.

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2023 Redação UEL UEL UEL 2024

Tema de Redação da UEL de 2023 – Consumo de água no mundo (dissertação argumentativa) e tempo para si mesmo (texto metafórico)

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2024 Redação UFRGS UFRGS UFRGS 2024 Acesso 2025 Vestibulares 2024

UFRGS 2024 Acesso 2025 – Redação – Sugestão de Roteiro de Estudos

Abril = como escrever uma introdução com e sem repertório, quais são os elementos de um parágrafo de introdução, como usar as palavras do tema, como fazer a conexão do repertório com a realidade do tema e criar teses a partir dos textos motivadores (Sugestão de tema para praticar: UFRGS de 2021 – Mudanças climáticas e direitos humanos)

Maio = como escrever um parágrafo de desenvolvimento com repertório dos textos motivadores, entendendo como fazer o tópico frasal, explicação e justificação (Sugestão de tema para praticar: UFRGS de 2022 – O apagamento das mulheres na história e o direito à memória)

Junho = como escrever uma conclusão, conectando os repertórios com a discussão, justificando e explicando (Sugestão de tema para praticar: UFRGS de 2018 – Os adolescentes que merecemos)

Julho = Férias

Agosto = Como lidar com temas para concordar com o texto(Sugestão de tema para praticar: UFRGS de 2019 – A música brasileira está pior?)

Setembro = Como lidar com temas para discordar (Sugestão de tema para praticar: UFRGS de 2017 – ”Pai da Pátria” e a relação do brasileiro com o Brasil)

Outubro = Escrever os últimos temas de redação da UFRGS (totalizando 3 temas / 1 redação a cada 2 semanas (total de 15 redações em 30 semanas)

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2024 Redação UEA Redação UEA SIS 2 Redação UEA SIS 3 Vestibulares 2024

UEA 2024 Acesso 2025 – Macro, SIS 2 e SIS 3 – Redação – Sugestão de Roteiro de Estudos

banco de provas da UEA – https://lazuedu.com/banco-de-provas/ banco de provas da UEA SIS – https://onestudy.com.br/provas-anteriores-sis-3-uea/

Redação UEA Abril = como escrever uma introdução com e sem repertório, quais são os elementos de um parágrafo de introdução, como usar as palavras do tema, como fazer a conexão do repertório com a realidade do tema e criar teses a partir dos textos motivadores (Sugestão de tema para praticar: UEA SIS 3 de 2019 – A Indenização é a melhor forma de combater o abandono afetivo?)

Maio = como escrever um parágrafo de desenvolvimento com repertório dos textos motivadores, entendendo como fazer o tópico frasal, explicação e justificação (Sugestão de tema para praticar: UEA SIS 2 de 2020 – As ações de amparo social podem diminuir a invisibilidade das pessoas em situação de rua?)

Junho = como escrever uma conclusão, conectando os repertórios com a discussão, justificando e explicando (Sugestão de tema para praticar: UEA SIS 2 de 2022 – Jogos eletrônicos: entre os perigos do vício e os benefícios cognitivos)

Julho = Férias

Agosto = Como lidar com temas de “sim” e “não” (Sugestão de tema para praticar: UEA de 2020 – Censurar Imagens de Pessoas Fora do Padrão Estético É Uma Forma Adequada de Combater o Cyberbullying?)

Setembro = Como lidar com temas de “entre” (Sugestão de tema para praticar: UEA de 2021 – Floresta Amazônica: Entre os Benefícios do Agronegócio e os Malefícios do Desmatamento)

Outubro = Escrever os últimos temas de redação da UEA, da UEA SIS 2 ou da UEA SIS 3 (totalizando 3 temas / 1 redação a cada 2 semanas (total de 15 redações em 30 semanas)

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Redação ENEM

Redação ENEM – A redação que ensina a fazer “um belo miojo”

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2024 ENEM 2024 Redação ENEM Vestibulares 2024

ENEM 2024 – Redação – Sugestão de Roteiro de Estudos

Março = Entender como melhorar ou solucionar completamente os problemas de um tema de redação, identificar os 5 elementos da proposta de intervenção (ação, agente, modo/meio, finalidade/efeito, detalhamento) e como escrever uma proposta de intervenção nota máxima (tema para praticar: ENEM 2015, persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira)

Abril = como escrever uma introdução com e sem repertório, quais são os elementos de um parágrafo de introdução, como usar as palavras do tema, como fazer a conexão do repertório com a realidade do tema e criar teses a partir dos textos motivadores (sugestão de tema: ENEM PPL 2017 consequências da busca por padrões de beleza idealizados)

Maio = como escrever a introdução e ganhar 200 pontos na competência II já na introdução, definindo o que será escrito nos desenvolvimentos e prevendo a proposta de intervenção (sugestão de tema: ENEM 2016 caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil)

Junho = como escrever um parágrafo de desenvolvimento com repertório dos textos motivadores, entendendo como fazer o tópico frasal (sugestão de tema: ENEM PPL 2016 alternativas para a diminuição do desperdício de alimentos no Brasil)

Julho = férias

Agosto = como escrever um parágrafo de desenvolvimento com repertório fora dos textos motivadores, conectando os repertórios com a discussão, justificando e explicando (sugestão de tema: ENEM 2018 Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet)

Setembro = como escrever um parágrafo de desenvolvimento com os conectivos para chegar em 200 pontos, justificando, explicando e concluindo a argumentação (sugestão de tema: ENEM 2015 PPL o histórico desafio de se valorizar o professor)

Outubro = Escrever os últimos 5 temas de redação do ENEM / 1 redação a cada 2 semanas (total de 15 redações em 30 semanas)

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Água Funda FUVEST FUVEST 2025 Literatura Brasileira Modernismo Modernismo no Brasil Resumo de Cada Capítulo Ruth Guimarães Vestibulares 2024

“Água Funda” de Ruth Guimarães – Resumo de Cada Capítulo

A obra tem 3 edições, uma do lançamento, em 1946, mesmo ano de “Sagarana”, outra esquecida (talvez reimpressão ou segunda edição nos anos 2000?) e uma terceira em 2018. Foi o romance de estréia de Ruth Guimarães, sempre apaixonada por ler e que morou na região rural.

A obra possui dois grandes momentos, 50 anos antes e 50 anos no momento da narração, até o fim dos anos 30.

Há um locutor silencioso, ao qual o narrador fala com e é sempre preocupado com a verdade.

É uma obra sobre o caipira do sudeste, em dois momentos do Brasil, antes e depois da escravidão em uma fazenda no sul de Minas, próximo ao Vale do Paraíba, local de nascimento e de vida da autora.

Os locais de maior atenção são a própria fazenda Olhos d’água e uma cidade próxima da fazenda.

O sentimento principal da obra é o medo.

A história se assemelha aos moldes de um causo contado, já que nem tudo é contado de uma vez e as histórias vão se adicionando aos poucos sem conexão aparente, até que elas se conectam ao final, como uma grande epifania de um causo contado.

Realismo mágico – É impossível traçar a linha de quando superstições e crendices superam a ciência e o racionalismo, os dois existem ao mesmo tempo

Super-realismo – O regional vira universal

Trecho inicial

Estas coisas aconteceram em qualquer tempo e em qualquer parte. O certo é que aconteceram. E, como sempre se dá, ninguém apreendeu nada do seu misterioso sentido. (A história é uma professora sem alunos, A história ensina e ninguém aprende.)

Capítulo 1 O narrador, muitas vezes que dá voz também a própria autora, conversa com um locutor silencioso chamado “moço”. Ele começa a descrever a região que passará boa parte da narrativa. O narrador conta como todo o engenho era o mesmo e não era. Talvez até tivesse as mesmas árvores, animais e até o mesmo Seu Pedro Gomes que lembrava da época, mas a praga mudou tudo naquele lugar, o ar era diferente. A casa tem salas grandes e o sol invade com facilidade tudo, mas há um ar frio de morte por ali, seja pela praga, pelo terreno construído por cima de corpos de negros ou de Maria Carolina, ou Sinhazinha Carolina, antiga bela dona que vigia tudo pelo quadro pendurado na sala. Era irmã de outros dois, Sinhá Maria Isabel, casada, e Miro. Quando a caçula casou, teve festança de uma semana, para felicidade da mãe desses três que eram a praga de sua vida. Tinham matado 40 bois e perderam noção dos cabritos e dos doces. Apesar do exagero, o narrador falava que era verdade, pois até Seu Pedro Gomes poderia confirmar. O narrador tem uma preocupação da história ser verídica, quando há uma suspensão da verossimilhança, ele diz que outros podem comprovar ou que tem como ele provar ou que o povo falava que era verdade, tal qual a expressão de que “A voz do povo é a voz de Deus”. Mas o casamento havia de terminar mal, “casamento que começa com foguete, acaba com porrete. Esse não acabou com porrete, mas foi muito pior.”. Um guainumbi, um beija-flor, de papo branco entrou no quarto no dia do casamento. No começo era bom, mas depois o marido virou festeiro e ia para todas as farras com Seu Pereira. Mas Sinhá não brigava, casou contra a vontade dos pais. Pode até ser que brigasse, mas era escondido ou nunca aconteceu. “A soberba ajudou Sinhá a sofrer calada”. Sinhá Carolina costumava visitar a irmã, que toda hora o marido de Sinhá Carolina ia para longe e voltava chorando. Mas o problema é que ela acreditava no arrependimento que era tantas repetidas vezes, achava sempre que mudaria. “Mulher, pelo coração, a gente leva para onde quer.”. Casaram cedo e era difícil mudar. Quando mudou, o coração de Sinhá já tinha endurecido. Um dia, Sinhá Carolina queria comprar uma cozinheira, Joana Maria dos Anjos, o problema foi que Seu Joaquim Dias falava que era melhor comprar o marido dela também, já que ela era muito bonita e podia dar problema com o marido dela que era mulherengo. Afinal, sempre havia trabalho na roça, uma mão extra era sempre bom. Ela tratou mal já de cara a cozinheira, até a Sinhazinha achou ruim o tratamento, mas a mãe falou que ela fazia o bem entendia pois ela mandava, quando ela fosse mandar, ela faria diferente. Os tempos que a faziam ser assim, ela não era de todo má, tal qual a desgraça depois não era de Joana dos Anjos, mas podia bem ser uma parcela de culpa, mas não total. Tem gente que só aprende depois que “fica com o sinal na carne”. O narrador fala de uma vez que o Sinhô foi sair procurando Carolina. O narrador até fala da beleza das coisas repetidas e como elas são sinais da beleza do mundo. Tal qual a história de Carolina e Deus eram um só. Zé Lucinda tocava violão numa toada repetida. Carolina tinha tido um sonho ruim com Sinhô, mas ele dizia que não ia dar nada. Coitado dele que sempre contrariava. Morreu, acharam com o pescoço quebrado, falaram de praga, até mesmo que era de Joana, e o narrador falou que era cobra e o cavalo assustou, crendice tem limite. Sinhá ficou de luto mas não a viram chorar. Reparou que Joana chorava pelos cantos, mas a soberba de Sinhá era ruim e ela insistia no não. “Ruindade, às vezes, é só falta de imaginar a tristeza dos outros”. Quando começou a cuidar da fazenda, mandou matar o baio, cavalo, só para que tivessem noção de sua ruindade, achavam melhor que tivesse dado ou presenteado ou vendido. Instalaram um moinho perto, Sinhá mandava e a desgraça dela veio por lá. A vida dela subiu, como a de todos que vêm em ondas, mas a dela subiu e desceu, de uma vez, com ela “de cabeça em pé”. Tinha ferramentas para se salvar, o marido, a filha, o dinheiro, mas o progresso vinha e tirava tudo que atrapalhava: marido morreu; filha saiu da frente; o dinheiro perdeu. Assim como Deus quis ter.

Capítulo 2

O narrador explica do caminho da estrada do Limoeiro para Olhos D’Água. De dia é alegre, de noite passava o espírito de Sinhazinha Gertrudes. Sinhazinha era como Sinhá, de juventude e de gênio. Ela procurava frutinhas, e a morte a esperava. A natureza sempre se embeleza para avisar o amor. Tudo fica mais cheiroso, vivo, e seus olhos eram lindos e encontraram os do filho do capataz. Parecia que o Inácio Bugre tinha armado tudo. Inácio Bugre é, supostamente, pelo seu comportamento e atividades, alguém indígena. O problema é que isso não é explicado claramente, alguns indicativos, além do comportamento (sisudo, poucas palavras, bom de natação, resistente à picada de cobra, bom com arame e trabalhos manuais) é o nome Bugre, que é um apelido pejorativo para indígenas de europeus por não serem cristãos, que vem de uma palavra francesa “bougre” que significa “búlgaro”, um povo considerado no século XII herético, o significado da palavra. Trazia presentes, armados, frutas, acessórios, não trazia a lua como Sinhá dizia porque estava alto demais. Um dia ela se afogou e Inácio a salvou. Ela ficou dias acamada, ele ficou do lado sem sair e sem comer. Quando falaram que ela iria melhorar, chorou. Parou pouco depois e fechou a cara. Quando foi vê-la outro dia, sorriu pela primeira vez. O amor estava ali, de uma barulhenta e um quieto. Mas falavam daquilo, ele podia ter más intenções. Sinhá gostava da simplicidade do homem, não era levada fácil por comentários alheios. A família de Inácio que deu o nome da fazenda, com várias nascentes boas e a crendice que ali era que a mãe d’água tem chorado. Trabalhava no brejo, ia de canoa, levava frequentemente picada de cobra. Tinha quem dizia que “ele tinha oração de fechar o corpo”, mas tinha mesmo sangue forte e fumo bom pra fechar ferida. Falava pouco, sorria pouco, mas tinha medo nenhum. Casou o filho do capataz com a menina, mas Sinhá não apoiou. Fez festa e antes dela já vinha tossindo. Conversavam que Seu Jovino não ia bem. Zé da Lucinda um dia se assustou com ele. Era o falecido Sinhô velho da fazenda, que todos se riam dele não saber quem era. Muitos dos velhos moravam no antigo armazém, Sia Maria, a avó, que sempre prozeava por lá, a querer saber de Miro, mas não queria saber de morar com as filhas apesar da saúde. A vida de Sinhazinha continuava uma festa, e Sia Maria não gostava do que ela aprontava. Sinhá falava menos, Sinhazinha o suficiente pela manhã, que passava com a avó o dia todo, mas ia mesmo era com o filho do capataz na canoa. Sinhá brigava com a tia Maria Isabel, não aprovava o filho de capataz. Não pensava no amor por casamento pois o dela não deu certo, logo o de Gertrudes não daria. Maria Isabel aceitou, ficou quieta e “saiu da fazenda para nunca mais voltar”. Tempos depois a Siá Maria faleceu, encontrar-se com o seu velho. Isso afetou Sinhazinha, pois não tinha a quem pedir conselho. Pode ser que foi decidir e decidiu mal, ou bem, nem o narrador sabe. Sinhá continuava dura, Sinhazinha corria para Inácio, até que ela saiu do ninho de vez. Sinhá quis falar com o filho do capataz e corria o boato de que Inácio ajudou o casal a fugir. Inácio ficou ofendido com a acusação, Sinhá estava desconsolada. Ela estava arrependida, e ele não dizia por nada, até porque se fosse a filha dele, não precisava fugir. Queria mandar gente, mas pra quê? Ficou sozinha e sem consolo. Seu Joaquim Dias após um tempo não trabalhava mais na fazenda. Até pensaram os dois de falarem que o filho do capataz era bom, e que ela perdoava a filha, mas a única troca foi de dinheiro. E aí piorou, era uma troca de capataz que nenhum prestava, um chegava tarde e não gostava de trabalhar, outro comprava briga e apanhou, outro era ruim e morreu, outro nortista de cara fechada, e um alemão que não achava brasileiro bom pra trabalhar. Esse ficou. Ficou e pra piorar. Ler página 35

Capítulo 3

O dono da fazenda expulsou o filho de casa. Não se sabe o que é, mas pelas palavras do pai que coisa boa não era. Um cavaleiro bem vestido chegou na fazenda, o mesmo menino que foi expulso da fazenda, apesar de não ser explicado diretamente, querendo saber do dono. Falaram para onde ir e ficaram pensando que ele ia comprar a fazenda. Mas os bichos dali saiam de perto da nova figura. Sinhá gostou dele, apesar de ser estranho um moço aparecendo assim. Eram olhos miúdos de cobra que seduziam, falava pouco. Choveu como nunca na noite. O alemão foi mandado embora, mesmo que ela não tivesse queixas, o novo moço ficou de capataz. Logo espalhou que ela casaria com o capataz. Logo depois que ia vender a fazenda. Falavam até mais, que iam comprar outra fazenda. Apesar do aviso de Miro, que não se intrometia e mal falava com sua irmã, avisar da situação, Sinhá não ouviu. Mulher se enleva com pouco. Miro respeitou. Tinha até boatos que ela e a irmã estavam bem. Mas não estavam, nem se falavam, a filha ninguém sabia, só o Bugre e ele não contava. Ela casava, ele disse que não era de deixar, mas que pelo menos fosse de separação de bens. Isso não era apenas o louco do Miro que via do dinheiro, mas até mesmo de que sabiam que ele foi expulso pelo pai. Há um retorno do conto de como Seu Jovino morreu. A desgraça é uma metáfora em uma história do narrador, e ela chegou para Sinhá Carolina por boa fé, ela nunca mais voltou para a fazenda, a Sinhá Carolina, ela mesma, com esse nome, nunca mais voltou. Sinhá Carolina se deu por toda, como o Diabo gosta, e por ter ficado sozinha, aceitou aquele pouco agrado. Ela fechou a mala e fechou a vida. Todo mundo é como canoa em água funda, a água mexe um pouco, mas é isso. Ler página 52

Capítulo 4

Viram Inácio indo levar a Sinhá para a estação. A história salta para o momento da fala do narrador, os acionistas estavam feliz com tudo, dinheiro sobrava. O novo manda-chuva queria saber o que achavam, chamava todos de amigos, camaradas, perguntavam o que podia melhorar, queria a opinião de pessoas que nunca ouviram nada mais do que ordens. Gente bruta também gosta de ser tratada como gente. Traziam gado novo, cruzavam para ter mais, cimentaram vias, progrediram. Foram 50 anos e muita coisa mudou. O chefe era tão próximo da gente e trabalhava igual que ele era chamado de Velho. Conversavam, comiam e riam juntos.

Capítulo 5

O narrador conta do modo de transporte da época e de hoje. Se antes eram carroças do Miro puxadas por burro, uma traquitana esquisita, hoje eram os caminhões do Zé Luiz, que mudaram de estética mas a engenharia era a mesma. No tempo do Miro era festança, faziam quantas viagens necessárias, até compras na cidade. Do Miro só sobrou uma neta, Curiango, sabia cantar, mas que nem sabia das histórias dele. Ficaram as invenções, acostumaram com a falta. O nome era de pássaro, mas o motivo é incerto. Ela atraía não pelo corpo ou olhos, mas um calor que vinha dela. Joca gostava dela antes mesmo de saber que gostava. Seu Pedro Gomes tentou apartar uma briga de desordeiros e levando facada. Não levava desaforo pra casa e quase nunca mais voltou para ela. Passou a sentir as coisas com a ferida, como toda pessoa, animal ou criança quando sente no ar a mudança. Assim como a lua também muda as coisas. Assim como Curiango.

Capítulo 6

O narrador conta da safra e dos animais criados e de criar estoque. Era nessa época que Joca viu Curiango. Na festança da casa dos Netos tinha de sobra de trabalho aos homens e mulheres cozinhando, já tinha gente e já tinha bagunceiro, como Zé Pedro bebendo e Choquinha, nome que tem sempre de ficar andando de cócoras e ficar nos cantos assim, que queria ajudar mas não conseguia, era enxotada para outro lugar. Joca mal percebeu Curiango, mas na hora da roda que a viu. Achou graça no jeito, ainda mais no apelido e do pai brabo. Ficou sem saber se gostava dela, até o casamento de Cecília. Teve até mesmo que ele caiu em um barranco correndo atrás de Curiango, sendo que no mesmo dia ela tinha ido embora com o pai. Era algo “naqueles olhos”. O narrador puxa a fala de ter ido à Mariquinha Machado para se benzer, e das histórias dela de benzimento. Ele acreditava que era mau-olhado em vez de paixão. Só que Curiango gostava dele e achava estranho as crendices e como espalhou a história do feitiço. Perdoou como se nada tivesse acontecido. E a primavera chegou em setembro. Lembrou da primeira vez que a viu e que a assustou, saiu voando como pássaro. Em um dia que comia Jaboticaba, viu como Mariana pedia para que ele jogasse e como ela cresceu. Pena que era nova. Desceu e viu Choquinha que pedia esmola. Não dava esmola mas dava carona. A relação entre os moradores e Choquinha é de não querer por perto, mas não querer longe. Joca estava de bom humor com a primavera. Sentia-se curado, não por causa do Dr. Amadeu. Tristeza de moço não dura muito tempo. “O coração de Joca era um potro xucro dando pinote”. Em uma noite quente, mal dormia. Era calor, ou até mesmo cavalo que procura algo no cio. Saiu para tomar sereno e acabou parando perto da casa de Mariana. Ler página 74.

Capítulo 7

Joca precisava viajar para resolver uns assuntos em Maria da Fé. Cantavam uma música triste na madrugada. Na volta, mostravam as compras, menos Joca que fingia não ter comprado algo. Na volta, Messias cozinhava naquela noite de breu e contavam histórias de encosto e fantasma. Falaram de portão batendo, enterro no céu, luzes, rezavam. Dito achava tudo esquisito e não se intrometia. Teve outro contando a história de um homem que não podia ir para o céu até ouvir um “Deus lhe pague”. Ganhou por dar um tatu. No meio da conversa, um rato foi roer o pacote de Joca, ele ficou louco, era um corte na seda ramada.

Capítulo 8

Toda noite na casa de Julinha tinha truco apostando dinheiro. Joca participava mesmo que não fosse bom. O truco mineiro joga com manilha específicas. É tão comum que é até parte de vocabulário, como a palavra “maço” e “seis”. A jogatina ia longe, o parceiro de Joca era bom e ele ia na toada, Mariana até pedia pra ir embora mas ele ficava ali. Jogaram até de madrugada. Por ali, veio um homem falando de uma empresa contratando com salário bom, emprego fácil, manual, mas que pagava bem. Mas era a vida, podia chover, trazer lodo, mas tudo era canoa em água funda. Em uma outra passagem, Mariana aparecia com o vestido que Joca comprou. Naquele dia de sol, tudo ficou calmo prevendo algo que ia acontecer e esperavam pra ver, Curiango viu o casal e não entendia bem, ou entendia bem até demais. Mariana até tentou fazer barraco, mas Curiango era maior. Disseram que jogaram o vestido novo pela janela. Joca queria ir nesse trabalho novo. Não ia por dinheiro, mas vergonha e de se punir. Até jogaram truco depois, mas Joca estava muito abalado por qualquer coisa. Zé Lucinda e Joca foram parar na cadeia por dois dias. Olhos d’água queriam os dois por lá mesmo, não porque eram pessoas ruins, mas formavam um grupo ruim. Ler página 93.

Capítulo 9

Mané Pão Doce era o antigo padeiro antes de Zé da Lucinda. Tinha sumido e nem entenderam como. Voltou pele, osso e pereba, pois foi ao trabalho do sertão que pagava bem. A filha ia bem e ele estava sozinho, acreditou e se deu mal. Era tão ruim quanto morrer. Trabalhavam sem parar, quando paravam eram assediados psicologicamente. A única forma de comprar algo era pelo armazém também da companhia que vendia mal e caro. O dinheiro vinha por vales e só podiam usar no armazém. Tentou pedir as contas, mas cobraram tudo que ele fez e tinha, devia dois meses de trabalho e seria preso se não pagasse, era trabalho escravo. Até tentou gritar com o patrão, acordou machucado e foi vigiado. Só que aos poucos foram vendo que mais ficavam com raiva. Não iam matar porque ir para a cadeia por aquilo não valia a pena. Planejaram fugir e conseguiram. Tiveram que amordaçar e irem como feras, já que eles estavam armados e já tinham matado outros. Fugiram um para cada lado e julgaram que não seriam seguidos. Quando ouviram a história, no dia seguinte, o homem que arranjava gente para trabalhar lá apanhou feio do pessoal. E era justa a cambada ruim que foi parar lá com mais gente ruim. Queriam dar um susto mas arrastaram o homem de corda pela cidade. Volta uma cena para um homem amaldiçoando Bugre, que ele seria o primeiro, mas não era. Tal qual 50 anos atrás, pessoas trabalhavam como formigas, mas como escravos. Muito não mudou. O narrador teve dó do homem jogado ao banheiro com remédio de carrapato. Ler página 98.

Capítulo 10

Joca se perdeu no rabicho de Mariana, depois no jogo, e, finalmente, a pinga. Vivia bêbado e sendo resgatado, ouvia sermão e sabia que era de laia ruim, mas queria que tudo se danasse. Vicente ainda dizia que podia ter algo com Curiango, com mulher, nunca se sabe. Choquinha foi pedir esmola para Mariquinha e ela pedia que tudo fosse em verso e assim ela fazia. Joca via tudo enquanto trabalhava no sol. Joca parou para ver Curiango vindo escondido. Acabou vendo Bugre. Amaldiçoou e esperou ela vir, veio e se assustou por achar que tinha gente vendo ela. Ela foi com um pote vazio e voltou cheio, ficou maravilhado vendo ela. Ficou até sabendo mais. Viu Tonho Piraquara passando por ali, tal qual outro pássaro. Pensou que ia ver alguém, até mesmo fosse Curiango, mas nada. Pensou até que fosse para matar alguém mas não, chegou Cecília e ele sumiu. Ficou até pensando em Antônio Olímpio, que tinha a mulher que o traía constantemente. Ficou em choque de contar e não contar da traição, lembrou de quando foi dançar com Curiango e como tudo chegou àquele momento. Lembrou de quando a ajudou levar um pote e fingia que não a conhecia. Era um bruto que não merecia tanta doçura porque ele o achava isso, não que o mundo não quisesse. E nesse tempo quente de vergonha, ela perguntou do boi e do nome, Condenado, mas ele o era e falou tudo, até de como a mulher que gostava não gostava dele, mesma cena de uns capítulos atrás. Tinha medo nenhum do feitiço, sentia-se bem, mas “a Mãe de Ouro é mais forte.”.

Capítulo 11

Mãe de Ouro é um folclore de uma mulher com cabelo de fogo que protege as mulheres casadas e mostra onde tem ouro. Em vez de ser uma ajudante de pessoas que querem se enriquecer, ela só avisa para que não cheguem por perto. Só que como toda lenda, há quem acredite demais, por ouvir os mais velhos e tentar achar explicação em um mundo caótico, e quem acredite de menos, que abusa e debocha. Muitas vezes, quem se dá mal é o último, seja por não se firmar em nada ou tomar porrada do natural e do sobrenatural. Joca acreditava que Curiango era uma praga de Mãe de Ouro. Caiu no barranco porque viu Mãe de Ouro, toda vez que via Curiango sentia no olhar dela a praga que chegava. Tinha um sonho ruim que alguém ia matar Curiango. Na mesma noite, Siá Maria acudiu Joca, seu filho. Achou tudo estranho. Ele parecia dormir, tentou até acordá-lo mas desistiu. Joca contou depois para Curiango, até falando que um dia mataria ela. Ela não achou graça, mas não era para achar. Enquanto a fazenda crescia e aumentavam a produção de cachaça, inventaram de pregar uma peça em um português durante a quaresma, havia uma reza braba que só podia ser ouvida de pé ou de joelhos, além de que os violões eram embrulhados, escondiam-se quadros e fechavam portas. Inventaram de fazer um Judas no sábado de aleluia e assustaram o português Pais que não conseguiu frear direito. Ele deu tiro para o alto de nervoso. Curiango e Joca, ao se casarem, pareciam crianças nas conversas. Moravam em um lugar perto de Olhos D’Água. Em uma noite de São João, ainda lembrou-se do caso de Cecília e da traição com o Quim e se mordia querendo contar. Enquanto viam os outros, pensavam em como subir o pau de sebo. Em uma noite que Joca tinha saído, Curiango deu uma festa e ficou mal, estava parindo. Nem Nhá Chica sabia o que fazer, rezava e pedia para não morrer. Joca deu tempo de chegar, vendo ela com suas roupas – era simpatia – e ele conseguiu ver a isquinha de gente. Joca ficou todo bobo. Mas a praga de Mãe de Ouro era pior que morrer, Deus não deixou que ele morresse. Ele tinha uma vida boa que ia levando, mas a praga veio, veio uma geada que destruiu tudo. O que sobrou dava pouco e nem valia. Depois aconteceram mais coisas estranhas, de espírito mau andando por aí, gente caindo, briga de coronel e vaca, vaca sendo liberada e depois o coronel arrependido, o administrador de Olhos D’Água comprando briga com os vaqueiros. E o narrador viu a morte chegando quando os vaqueiros mataram Santana e procuraram vingança por lá. Deu 3 meses e tudo tava certo. Mataram por charme e os pobres morreram. Ler página 119

Capítulo 12 Joca não sente mais nada, sente falta de sentir algo. Dizia que a Mãe de Ouro ia pegar ele um dia. Vicente Rosa que insistiu que ele falasse, mas ficou na dúvida se era bebedeira ou se ele estava sério demais. Em uma tempestade, Joca pedia ajuda para Curiango que Mãe de Ouro não a pegasse, mas ele não dizia exatamente isso. Há uma passagem de tempo para quando Joca trabalhando nas máquinas da Usina, ouviu Luís Rosa debochando do calor e encheu ele a pauladas com lenha quente. Todos fugiram para cada lado e não tinham coragem de seguir Joca. Acharam ele sem sentido em um morro. Nem o Dr. Amadeu entendia, todos queriam distância. Dr. Amadeu fazia várias perguntas, tentava achar desde genética até vício. Joca desembuchou e tinha medo de ficar louco. Ele sabia que tinha ataque quando via a Mãe de Ouro e lembrava de todas as vezes que a via, o Dr. ficou maravilhado. Joca tinha medo, só sabia das coisas depois, quando bateu no Luís Rosa ele não lembrava. O pessoal queria que ele fosse demitido, o Dr. mandava que ele fosse trabalhar fora dali, não aguentava. Mariquinha Machado falou até que ele tinha levado coice de mula quando pequeno, era atrevido e não gostava dele com razão. Luís Rosa perdoou com muita dor. O povo criava teorias, pensava que era desde o truco, mesmo que Joca dissesse que tinha nada e Luís Rosa ficasse quieto. Bebiano ficou para decidir se trocava de lugar com Joca no trabalho da usina, seria melhor, o trabalho de carregamento era impiedoso e mais trabalhoso. Pensou o dia todo, perguntou à mulher e decidiu assinar sua sentença.

Capítulo 13

Vicente passou na frente da casa de Choquinha, que vivia em uma de favor de uma companhia. Ela estava com frio e convidou ela pra tomar café. Estava na frente do fogão. O narrador fala como se o locutor silencioso perguntasse do moço do Limoeiro, tal qual alguém que ouve fofoca lembra de um detalhe que ficou no suspense. Não sabia o que aconteceu, mas tinha certeza que terminou mal. “Quem faz a Deus, paga ao Diabo.”. O narrador revela que Choquinha é Sinhá, mas, não assim, “Sinhá era a outra. Choquinha FOI Sinhá.”, tal qual lagarta vira borboleta, duas coisas que são e não ao mesmo tempo uma a outra. Sinhá era borboleta e virou lagarta. Por isso o narrador dizia que Sinhá não voltou, eram duas pessoal totalmente opostas, uma orgulhosa, bonita e teimosa, a outra feia, humilhada e dependente. Ela voltou porque não tinha mais juízo e não tinha uma unha do que era antes. O narrador conta a história do cachorro do Pedro Gomes, Biguá, um cão esperto e companheiro que ele levava sempre para caçar em uma época que tudo era mais mato e com mais bicho. Era esperto demais que só faltava falar e atirar. Em uma viagem de caçada que demorou muito tempo e tiveram que se enfiar em muitos lugares para dormir, caçar e achar, teve uma tempestade que deixou Biguá para trás. Acharam que ele tinha morrido para não ter achado o caminho. Seu Pedro Gomes até tentou procurá-lo, cortou mato e tudo, mas nada, ficou triste. Mas ele voltou, machucado de mordida e de espinho, voltou devagarzinho e mal conseguia andar. Seu Pedro Gomes chorava como criança, o cão estava falecendo e não tinha mais como viver. E o Zé Pedro era um bêbado da região que bebia até perder a consciência mas conseguia voltar para casa. Tal qual o bêbado que não vê mais e o cachorro cego de espinho de ouriço, algo guia eles para o caminho que precisam seguir, tal qual a água precisa descer o morro. Tal qual Sinhá. Ler página 150.

Capítulo 14

O narrador revela o que foi feito de Sinhá. É a história mais feia que ele sabia. Eles iam pegar uma linha de trem bem tarde e bem distante de tudo em Minas. Ele deixou ela lá sentada e falou que ia comprar as passagens, o narrador pensa como que ele tinha coração para fazer aquilo. Ela esperou um bom tempo, coisa de horas. Ela foi procurando e perguntando por ele, mas ela boba de amor não acreditava no abandono, ainda que os empregados falassem que a estação não era grande, que o viram entrar no trem, desconfiado e olhando pros lados. Um dos empregados teve até dó do tanto que ela chorava, virou a noite ali, perguntavam se ela conhecia alguém ou se era perto dali. Mas ela não podia e não queria voltar, não tinha para onde ir. Foi até a casa do moço, mas chorava e não comia, foi para a Santa Casa e saiu de lá abobada. A molecada que ouviu a história apelidaram Sinhá de Nhá Baldeação, mas ela não respondia e as crianças pararam. Andava por aí, tinha vezes que até ganhava roupa e banho, até que sumiu. Uns parentes de Vicente Rosa foram visitá-los com as crianças e elas reconheceram Nhá Baldeação e contaram a história. Vicente Rosa ouviu quieto e só contou ao narrador, mas notícia ruim espalha rápido e tem de mensageiro os familiares, que passaram a notícia e todos descobriram que Choquinha era Sinhá. Vicente até levou ela para o Dr. Amadeu, que pediu que a deixassem em paz para morrer, não tinha o que fazer com aquele frio dela. O narrador não sabe se ela morreu, mas o quadro na sala que arrepiava ele era um aviso. E aí a desgraça e a morte tomou conta de Olhos d’água: Bugre morreu de picada de cobra, ainda que tivesse matado ela pela crendice de que se cura comendo o coração da cobra, mas não conseguiu, no único dia que estava desprotegido e sem fumo; Antônio Olímpio foi o segundo, nas viagens de tropa ficava ouvindo uma possível indireta da infidelidade de Cecília, pediu ao filho mais velho que a vigiasse, escondeu-se e viu ela conversando com um homem, cego da idolatria que tinha por ela, matou de facada porque viu alguém pedindo fogo e não que ela tivesse traindo antes tantas vezes que não viu, morreu na cadeia de doença de friagem da cadeia e do coração de ciumento; por dois anos que a cana crescia bem e levaram até para pesquisar e foi a vez de Bebiano morrer na Usina, culparam Joca por trocar de lugar com ele que trabalhava com fogo e no dia um dos foguistas se descuidou da máquina que estava mais perigosa e só achou o corpo carbonizado, Curiango até ouviu tudo mas eles culpavam era Joca por ser ruim, mas o chefe das máquinas falava que não dava mais e o engenheiro contradiz e foi mandado embora. A praga foi pegando todos, de rebote até quem não tinha nada a ver.

Capítulo 15

Curiango percebia como Joca chamava ela desesperadamente, como criança desamparada. Achava graça no começo, mas teve medo. Ela achou que ele escondia algo, ele olhava como presa domada, e ela com raiva de jaguatirica dizia que podia ir para a rua com a outra, mas ele via a Mãe de Ouro. Joca foi resgatado de um atoleiro e se não fosse Bugre ficava lá, tinha visto a Mãe de Ouro. Curiango foi até uma igreja para pedir para uma santa ajudar-lo, ela tinha desespero. Ela ia prometendo, querendo uma crença de barganha, falando que se tudo desse certo ela faria algo em troca, mas ela era soberba e tinha vergonha. Retratava-se, prometia mesmo assim. Depois da igreja, até lembrou-de de Joca falando do fogo e se ria com essa mistura de crença e doideira que vivia, passou na frente de um angico que consideravam mal-assombrado e ela rezava com fervor. Vicente Rosa foi acordado e Curiango pedia ajuda. Mas naquele meio sono e meio dia começando ele tinha visto Mãe de Ouro. Curiango estava começando a ficar louca com Joca. Ele falava sobre grama, usina, mas voltou a dormir como se nem falado tivesse. Pensaram em encosto, mas ele reagia diferente, achava que a vizinha estava errada e era a Mãe de Ouro. Tinha melhorado, Santa Rita dos Impossíveis o curou. Tinha até ouvido que espiritismo é coisa do diabo e que “gente, quando morre, não volta para infernizar o juízo dos outros.”. Pensava que era bom, como tinha encosto. Não era mau, mas que tinha gente ruim que queria mau dos outros não faltava. Tentou dar uma chance ao centro espírita, mas Joca nem confiava no Dr. Amadeu. Desistiu do primeiro e foi no segundo. Ele teve um ataque feio antes dela ir conversar com o doutor. Ele não falava que tinha cura, mas nem desdizia, pedia que cuidasse bem dele. Curiango foi a um feiticeiro, relacionou com Bugre e ele poder saber de algo. Não achou. Uma noite, Joca disse que ia para lá que ela o chamava. Ela chorou e implorou pela filha. Tinha medo. Ele disse para que fossem juntos. Disse que era nada sem ela, e realmente foi a última coisa sã que disse. Choveu muito e ele foi, Curiango esperou para poder pedir ajuda para o compadre, não podia sair viajando com ele. Vicente Rosa ficou sério e falou que o encontrava, era homem de uma palavra só e o encontrou. Curiango ficou com medo que tivesse morrido, mas Vicente Rosa dizia que era quase o mesmo. Esqueceu de tudo. Estava na Santa Casa, estava bem, tinha nada grave, foi encontrado na estrada. Curiango ouviu tudo e só saiu, sem chorar ou agradecer. Foi para a Santa Casa mas foi cedo demais. No que esperava, ouviu conversas e pediu para ver Joca. Apesar de esperar, ouviu a conversa de que João José dos Santos já tinha tido alto e foi embora. Mas ela não acreditava e tudo zunia. A enfermeira se compadeceu e deixou ela visitar a enfermaria, achando que ele tinha morrido e não queriam lhe contar. Passou-se um tempo e Curiango estava com novo vestido, sentindo a terra e o dia feliz. Comentaram que Joca se foi para melhor. O médico dizia que não tinha cura para a cabeça, ao corpo tinha. Só que ele falou tudo para cuidar e deixar no sossego que ele mal entendeu que ele tinha ido embora sem ela saber para onde. Até perguntou ao enfermeiro, mas o médico podia fazer mais nada. Curiango ficou ali, sem saber o que fazer ou esperar, queria afastar-se dali mas não tinha rumo, com o embrulhinho de goiabada e queijo que comprou a Joca. Ela estava cansada, sentia nada por cansaço, antes fosse um passarinho preso que canta o dia inteiro por não saber o que é melhor. O narrador contou a mesma história ao Dr. Amadeu, e ele disse que o que mudou foi o espírito dessas paragens. O narrador não ficaria mais naquele “lugar pesteado”. A praga cai pela metade e sobe pela metade, vai ricocheteando todos no caminho que nem tem relação como o Biguá, o Bugre, Antônio Olímpio, Santana, Joca e finalmente Curiango, com o pai que dá trabalho, a beleza que não ajuda e a mocidade que atrapalha. O narrador comenta que Deus sabe o que faz e a gente não sabe o que diz. Deve ter acontecido tudo porque era bom. Ler página 185.