O tema de redação da UECE do ano de 2022 foi “felicidade”. Nas duas propostas, tanto a de um artigo de opinião sobre a busca da felicidade na sociedade contemporânea quanto na história sobre uma pessoa feliz apesar das intempéries da vida, o tema falava sobre como as pessoas buscam a felicidade apesar dos obstáculos.
Confira os textos motivadores.
PROVA I – REDAÇÃO
Prezado(a) Candidato(a),
Diferentes são as formas de compreender, sentir
e definir a felicidade. Assim, o sentimento é
também uma construção atravessada por
questões culturais, sociais e econômicas, dentre
outras. Nesta prova de redação, você escreverá
sobre a complexidade que envolve a felicidade, a
partir da relação entre as questões que afligem a
juventude na contemporaneidade (tais como
relacionamentos/solidão; busca por profissão/
desemprego; sexualidade/aceitação etc.).
Tomando por base seus conhecimentos sobre a
temática, bem como os dois textos motivadores,
escolha UMA das propostas a seguir e componha
seu texto.
Proposta 1:
Imagine que você foi convidado(a) pelo jornal de
sua escola para escrever um artigo de opinião
sobre o tema A BUSCA DA FELICIDADE NA
SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA. Não esqueça de que
esse gênero deve ser redigido no padrão formal de
escrita da língua portuguesa.
Proposta 2:
Suponha que você foi convidado(a) a participar de
um projeto da escola, cujo objetivo é descobrir
histórias de pessoas que, apesar das intempéries da
vida, encontraram a felicidade. Você escreverá a
história de uma dessas pessoas para ser
publicada no jornal da escola. Utilize o padrão
formal de escrita da língua portuguesa.
TEXTO I
O que é a felicidade?
Estudo define o sentimento em diferentes países
Já parou para pensar o que felicidade
significa para você, exatamente? Essa é a
pergunta que pesquisadores de universidades de
12 países fizeram para 2.799 habitantes de áreas
urbanas da Argentina, Brasil, Croácia, Hungria,
Índia, Itália, México, Nova Zelândia, Noruega,
Portugal, África do Sul e Estados Unidos. A
intenção do estudo é descobrir o que faz as
pessoas felizes ao redor do mundo e as respostas
mostram que por trás de uma “humanidade
perdida” existe um coração.
Todos os participantes da pesquisa
(adultos com idade entre 30 e 60 anos) tiveram
que dar suas definições de felicidade e, das 7.551
respostas fornecidas pelos voluntários, os
pesquisadores tiraram uma série de conclusões.
No geral, em onze dos doze países
investigados, as relações familiares (15,79%) e
os relacionamentos sólidos (13,38%) são os
principais fatores gerais que contribuem para a
plena felicidade, seguidos de uma boa saúde
(5,75%). Os dados mostraram que,
frequentemente, a família é vista como fonte de
solidariedade, coesão e apoio mútuo.
Os participantes relataram que ver seus
filhos crescerem fortes e positivos é um
contentamento sem tamanho. Já os
relacionamentos amorosos fortes foram avaliados
como uma forma de compartilhar experiências de
vida, bem como dar e receber apoio.
Para os estudiosos, a ideia “zen” é muitas
vezes negligenciada em pesquisas sobre
felicidade, especialmente no mundo ocidental.
Mas não neste estudo. O trabalho mostra que,
para 42,33% dos participantes, de todos os
países investigados, harmonia e equilíbrio são a
felicidade.
Diferenças culturais interessantes
apareceram nos significados de felicidade
fornecidos por dicionários dos países pesquisados.
Na Noruega, número 1 no ranking de IDH (Índice
de Desenvolvimento das Organização das Nações
Unidas), a felicidade é:
1- Destino, coincidência.
2- Destino fortuito, sorte; felicitação.
3- Boas condições de vida.
4- Sentido profundo e duradouro de alegria e
bem-estar.
Já no Brasil felicidade é:
1- Qualidade ou estado de ser feliz; estado
totalmente satisfeito de consciência; satisfação,
contentamento e bem-estar.
2- Boa sorte; sorte.
3- Bom sucesso, realização.
E você, se considera feliz?
Disponível em:
https://gq.globo.com/Prazeres/Poder/Comportamento/
2016/01/. Texto adaptado.
TEXTO II
Célia Estrela, 51 anos, fez um curso de
ensino superior, como muitas pessoas, porém não
escolheu exatamente o que queria para o resto da
vida: você faz faculdade para ter um diploma,
mas eu não era feliz, resume. Há 20 anos, ela
decidiu largar a vida de economista para seguir
seu sonho: ser artista plástica. Autodidata, ela
conta que pinta desde criança: “quem tinha mais
medo era eu, mas meu pai me incentivou a
tentar. Ele disse que, se não desse certo, eu teria
o apoio da família”.
A decisão de transformar a arte em
trabalho veio após a primeira experiência
profissional com economia. Célia tentava pintar
uma coisa ou outra em seu tempo livre, porém as
oito horas diárias de trabalho a impediam de se
dedicar completamente aos quadros. Ainda assim,
via no rosto dos amigos qual deveria ser seu
caminho. A cada novo produto que produzia, a
procura e os elogios cresciam. As encomendas
foram aumentando, assim como a vontade de
largar tudo: “vi que só me sentia realmente feliz
nesse tempinho em que não estava no trabalho”,
completa […].
Para ela, ir atrás de um sonho não quer
dizer relaxar. A prova está no corpo: após 20
anos pintando diariamente por cerca de oito
horas, as dores são inevitáveis: “a vantagem é
que não tenho mais estresse. Quando você faz o
que gosta, nem sente o tempo passar”. Outro
bônus do “emprego hobby”, segundo a artista, é
ter cabeça e tempo para investir em outros
projetos pessoais. Para o futuro, o plano de Célia
é lançar um livro sobre decoração de mesas: “a
proposta é dar dicas para decorar usando coisas
reaproveitadas. A pessoa só se sente infeliz com o
que não pode ter. O que tenho me faz feliz”.
Disponível em:
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/especiai
s/ano-novo-2014/2013/12/26. Texto adaptado.